Temas

O Templo e a Arca

 

Este trabalho surgiu por mera vontade de entender a Habitação de Deus, ou seja, a Morada de Deus no Antigo Testamento (AT) na leitura do Êxodo. A curiosidade indagava porque havia tantos nomes, tantas moradas. Só uma pesquisa aprofundada poderia elucidar. Espero que possa ser útil a quem se submeter à igual curiosidade! Ou mesmo por outros interesses.

 

            A base de estudo é a Bíblia de Jerusalém, livro do Êxodo capítulos: 25-31.35-40, dando ênfase as prescrições referentes à “Construção do Santuário” e a “Construção e Ereção do Santuário!”. Não tem destaque para as prescrições dos Ministros. Evidentemente o AT não pode se dissociar do Novo Testamento (NT). Então, a curiosidade sobre as Tendas se estendeu às moradas de Deus nas duas esferas. Portanto, relata os nomes dados a Tenda e ao Templo; a estrutura da Tenda e a foto; o Projeto do Modelo Celestial; tipos de altar na época; relação do Templo de Jerusalém e Jesus Cristo; a Entronização da arca no céu; visão Apocalíptica; e a Igreja. No final duas poesias que apresenta a História da Arca e do Templo.

 

Tudo começou no deserto. Deus queria que Moisés fizesse um Santuário para que ele pudesse se encontrar com os israelitas que ele tirara do Egito. Deus pediu: “Faze-me um santuário, para que eu possa habitar no meio deles” (Ex 25,8). Deus é honrado nos lugares presente pela Teofonia. Ele arquitetou o espaço físico, as mobílias e os procedimentos. Orientou tudo para que Moisés pudesse cumprir de acordo com Sua vontade. Assim aconteceu a construção da Tenda, que era provisória já que podia ser armado e desarmado conforme a caminhada no deserto. Moisés se encontrava com Deus neste santuário “portátil” e Deus se encontrava com os homens representados pelo sumo-sacerdote. O sacerdócio se trata de um mandamento divino (Ex 28).

 

O Santuário é um protótipo da Igreja de hoje.

 

“O Deus que fez o mundo e tudo que existe, o Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos humanas” (At 17,24). Mas na verdade, os cristãos precisavam e precisam de um espaço físico público e comum para que possam se reunir (Aleteia).

 

Este Santuário, que é uma tenda obteve estes diversos nomes citados no AT conforme tradução das Bíblias.

 


Nomes do Templo - Tenda

 

A história da Arca é relacionada com a história do Templo.

Por definição Bíblica: “Tenda é uma grande barraca onde eram realizados Atos de Adoração, durante o tempo em que os Israelitas andavam no deserto, até uma construção do Templo por Salomão”.

 

No período que o Templo não estava em uma estrutura fixa.

Ø  Bíblia Jerusalém: Habitação (Ex 35,11); Tenda da Reunião (Ex 35,22);

Ø  Bíblia Ave Maria: Tabernáculo (Ex 26,1);

Ø  Bíblia CNBB: Tenda da Aliança (EX 25,10); Morada (Ex 26,1); Tenda do Encontro (Ex 40,2);

Ø  Bíblia Pastoral: Santuário (Ex 26,1);

Ø  Bíblia Paulinas: Tenda Sagrada (Ex 25,12); Tenda da Presença de Deus (Ex 40,3); Tenda do Senhor;

Ø  Figura: Tenda da Congregação;

Ø  Outros: Tenda do Deserto; Tenda do Testemunho (guarda o Testemunho - Decálogo); Santo.

 

Nomes do Templo/Igreja

 

A partir do tempo em que Iahweh/Deus teve sua morada em uma construção fixa o Templo teve várias conotações e de variados nomes no âmbito instrutivo.

Ø  Templo de Salomão / Templo de Jerusalém

Davi desejava fazer uma morada para colocar a Arca (Cf. 1Cr 17,16; 2Sm 7,1). Deus avisou que Sua casa viria da semente de Davi (Cf. 2Sm 7,13). Então Salomão edificou o Templo de Deus (Cf. 1Rs 6-7) com muita riqueza em Jerusalém. Finalmente a Arca foi transladada (Cf. 1Rs 8,1-9) e Deus toma posse do Templo (Cf. 1Rs 8,10-12).

Tempos depois os tesouros foram retirados do Templo por mais de uma vez. Babilônia (época de Nabucodonosor II) e Romanos. Foi incendiado quando ocorreu a invasão dos romanos sob as ordens de Tito. (Cf. 1Rs 14, 25-26; 2Rs 16, 7-9.17-18; 24,13; 25,9; 2Cr 26, 8-17; 28,24-25; 36,18-19).   

Neste momento, baseadas nas descrições bíblicas a Arca desapareceu e jamais foi encontrada.

Ø  Neemias recupera o Templo, com o apoio de Esdras.

Depois de Cristo,70 anos, o Templo de Jerusalém é destruído e não é mais recuperado.

Ø  Santuário de Iahweh / Templo de Iahweh

Reconstrução do Templo de Jerusalém (Cf. Zc  6,12-13).

Ø  Templo de Deus / Templo do Senhor / Casa de Deus.

Jesus falou: “casa do meu Pai” se referindo ao Templo (Jo 2,16). Disse também: “Santuário de seu corpo” (Jo2, 21), ou seja, tratava-se do corpo de cada um.

Ø  Igreja de Cristo

Jesus fundou a Igreja junto com os apóstolos evangelizando todos. Ele diz: “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali eu estou no meio deles.” (Mt 18,20). Jesus preparava a Igreja quando disse: “Também eu te digo tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Hades nunca prevalecerão contra ela.” ( Mt 16,18).

Ø  Morada de Deus em Espírito

O ser humano é co-edificado para ser habitação de Deus, no Espírito (Cf. Ef 2,22). Seu corpo é o Templo do Espírito Santo (Cf. 1Cor 6,19). Sois Templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós (Cf, 1Cor 3,16).

 

A apresentação deste Santuário vem descrita por textos, frases em um Demonstrativo Comparativo do solicitado por Deus e do que foi executado por Moises conforme a Bíblia e de gravuras/quadro com informações para que se possa ter uma ampla visão de como era o Tabernáculo.

           

A descrição vai além da estrutura física, pois esclarece também os utensílios, vestimentas dos sacerdotes entre outros.

 

Tenda – (Santuário) - era apresentada na seguinte estrutura:

 

Ø  Lugar do Santíssimo ou Santo dos Santos – A parte mais sagrada (Debir).

Era uma sala intransponível, a não ser pelo sacerdote (Cf. Êx 26,31-33) de cabeça baixa e com sinos tocando. Separada do lugar Santo, por um véu (cortina) na entrada para ocultar a Arca.

Tinha:

·                    Arca da Aliança (Js 3,6). – é o sinal da presença salutar de Deus.

Representa o Seu trono e a Aliança de Deus com o povo de Israel... Também chamada: “Arca do Concerto”, ou “Arca do Testemunho” (Êx 25.22), ou “Arca de Deus (1Sm 5,7)”, ou “Arca de Iahweh (Js 3,13)” ou “Arca da tua força (2Cr 6,41)”, ou “Arca Santa (2Cr 35,3)”.

Nela é guardado: as Tábuas de Pedra (Os Dez Mandamentos), a vara de Aarão, e o vaso do maná (Hb 9,4).

Foi construída sob instruções divinas e orientação de Moisés (Êx 25,10-16; Ex 37,1-10). Acompanhou a caminhada no deserto (Cf. Nm 10). Era transportada apenas pelos sacerdotes porque só eles podiam tocá-la e no dia da expiação. E só o sumo-sacerdote entrava onde ela estava. Quem em pecado estivesse morria.

Em tempo de guerra a presença da Arca era suficiente para que os hebreus derrotassem exércitos, e quando os comandantes hebreus dispensavam a Arca, sofriam derrotas desastrosas.

Em fim o povo de Israel tomou posse de Canaã, a terra prometida, após passar quatro décadas no deserto. O Tabernáculo foi estabelecido em Siló (Cf. Js 18,1.10; 19,51, 21,2; Jz 18,31; 1Sm 1,3.24; 4,34), no tempo de Juízes, sob o cuidado. Eli, e seus filhos Hofni e Finéias.

Foi capturada pelos filisteus (Cf. 1Sm 4,1-11) na batalha em Ebenézer, levaram ela para templo de Dagom, em Asdode. A simples presença da Arca trouxe problemas (Cf. 1Sm 5,1-12): sofreram chagas, doenças, morte para quem tocava na Arca, a cabeça do deus deles caia. Ficaram com ela por 7 meses (1Sm 6,1). Eles devolveram a Arca para Israel (1Sm 6,1-12).

Ela passou por Bet-Sames (Cf. 1Sm 6, 12-19) e Cariat-Iarim (Cf. 1Sm 6,20-7,1) onde ficou aos cuidados de Eleazar por 20 anos.

A Arca estava em Gabaon (Cf 1Cr 21,29; 2Cr 1,3;) em uma região montanhosa, na casa de Abinnadab. Davi pega a mesma, mas o episódio com Oza que morre (Cf.2Sm 6,5) ao tentar pegara a Arca, faz ele recuar por medo da espada do anjo (Cf. 2Cr 21,29). Então ele deixou a Arca na casa de Obede Edom de Gat por três meses (Cf. 2Sm 6, 9-11). Iahweh abençoou a casa de Obede Edom. Davi soube e então foi lá e trouxe a Arca para a Tenda preparada (Cf. 2Sm 6,17), com gritos de alegria (Cf. 2Sm 6,15), para a Cidade de Davi.

Salomão foi no alto de Gabaon visitar a Tenda da Reunião construída no deserto por Moisés, mas Davi tinha levado a Arca de Cariat-Iarim até a uma Tenda que ele tinha preparado em Jerusalém (Cf. 2Cr 1,2-4) na Cidade de Davi, que é Sião (2Cr 5,2).

Davi pensa em um Santuário (Cf. 1Cr 17,1), para o Senhor, mas é Salomão quem constrói (Cf. 1Cr 5,15-7,51).

O Rei Josias restabeleceu os sacerdotes nas suas funções, concordou a translação e colocação da Arca (Cf. 2Cr 35,2-6) no Templo. Salomão prepara o lugar do Santo dos Santos (Cf. 1Rs 6,19), e é translada a Arca (Cf. 1Rs 8, 1-9; 2Cr 5, 2-9) da Tenda preparada por Davi para o Templo de Deus. Disse Salomão esses lugares são sagrados, por ter entrado neles a Arca de Iahweh(Cr 8,11). Deus toma posse do Seu Templo (Cf. 1Rs 8, 10-13; 2Cr 5,11-6,2). Salomão faz um discurso (Cf. 1Rs 8, 14-21) e também faz Orações (Cf. 1Rs 8, 22-40; 2Cr 6, 12-20).

A Arca foi venerada pelos hebreus inclusive no período monárquico.

Com o Templo construído a Arca passou por diversos incidentes neste período. Foram provenientes de roubos pelas riquezas da construção, por incêndios provocados e da reconstrução do Templo. Desapareceu depois do último incêndio, na invasão dos romanos e nunca mais foi encontrada, como já foi dito.

O profeta Jeremias profetizou que não se falaria na Arca que seria perdida, não encontrada e não reconstruída (Cf. Jm 3, 14-18). Ele foi o responsável por escondê-la (2Mc 2, 1-12).

·                    Propiciatório com Querubins - Tampa colocada em cima da Arca.

A palavra “propiciatório” quer dizer: “lugar onde Deus se manifesta propício e favorável aos homens.

Era o lugar onde o sangue era aspergido.

A nuvem da glória era vista sobre o propiciatório, na parte mais interior do Tabernáculo (Ex 40,36-38).

 

Ø  Lugar Santo

Tinha:

·                    Altar de Incenso ou dos “Perfumes” ou de “Ouro”

Ficava defronte do véu, diante da Arca. Era para queimar incenso especial duas vezes ao dia, para ser contínuo. Tinha diversos recipientes. Ficava antes da cortina do Santíssimo, diante da Arca.

·                    Candeeiro (Candelabro, ou Castiçal) de ouro.

Representa a Luz de Deus. Tinha cálices, botões, flores e 7 lâmpadas. Localizado diante da mesa, fora do véu, à esquerda.

O Azeite para o candelabro era para mantê-lo aceso continuamente.

·                    Mesa dos “Pães da Proposição” ou da “Oblação” ou da “Presença”.

Os Pães da Proposição estavam sobre a Mesa. Era uma Provisão Divina. Indica Jesus, o Pão do Céu (Jo 6,31-33.50-51), o Pão da Vida (Jo 6,35.41.48.51.53). Ficava localizado à direita.

Continha também pratos, taças, galhetas e recipientes para as libações.

 

Ø  Átrio (Pátio)

Local onde aconteciam os holocaustos e os sacrifícios. O espaço era fechado por uma cerca feita de cortinas de “linho fino torcido” e presas por ganchos e pinos em pilares de madeira de acácia.

Tinha:

·                    Pia - Bacia de bronze ou cobre para que os sacerdotes.

Para que eles lavassem as mãos e os pés antes de entrarem no interior. Fica entre o Santo e o Altar de Holocausto

·                    Altar do Holocausto ou de “Bronze”

Ficava no centro do terreno entre a porta de entrada e a Pia. Era onde eram feitas as ofertas queimadas e, principalmente, onde era feito o sacrifício pelos pecados do povo.

 

Figura da Tenda

 

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Projeto do Modelo Celestial

Contêm as descrições, capítulos e versículos das citações sobre as prescrições e realizações para a construção da Tenda.

Tenda


Descrição do Projeto de Deus

Prescrição

Êx 25-31

Construção

Êx 35-40

Contribuição para o Santuário - Iahweh queria com uma oferta espontânea e de coração.

Enumeração de Metais

25,1-9.

 

-

35,4-29

36,2-7

38,21-31

Arca da Aliança (Decálogo)

25,10-16

37,1-5

Propiciatório

25,17-22

37,6-9

Mesa dos pães de oblação

25,23-30

37,10-16

O Candelabro

25,31-40

37,17-24

Habitação suas Cortinas e Estofos

26,1-14

36,8-19

Armação com tábuas de madeira

26,15-30

36,20-34

Véu Cortina  do Santo dos Santos

26, 31-37

36,35-38

Altar do Holocausto ou “da Oferta Queimada” ou “de Cobre”

27,1-8

38,1-7

Átrio – Pátio -

27,9-19

38,9-20

Azeite

27,20-21

-

As vestimentas do sacerdote

28,1-5

39,1

Efod / Peitoral

28,6-14 / 15-30

39,2-7. 8-21

Manto / O sinal da consagração –

28,31-35.36-39

39-22-26.30-32

Vestimentas dos sacerdotes

28,40-43

39,27-29

Consagração de Aarão e seus filhos

29,1-3

-

Purificação, investidura e unção

29,4-9

-

Oferendas / A investidura dos sacerdotes

29,10-21. 22-30

-

Refeição sagrada / Consagração do altar de holocausto

29,31-35.36-37

-

Holocausto cotidiano

29,38-36

-

O altar dos perfumes

30,1-10

37,25-29

Tributo para o culto

30,11-16

-

Bacia de bronze -

30,17-21

38,8

Óleo da unção / Perfume

30,22-33.34-38

-

Operários do Santuário

31,1-11

35,30-36,1

Lei do repouso sabático

31,12-17

35,1-3

Entrega das tábuas da lei a Moisés

31,18

-

Ereção e Consagração do Santuário

 

40,1-15

Realização das ordens divina

 

40,16-33

Iahweh toma posse do Santuário

24,16-18

40,34-35

A nuvem guia os israelitas -

 

40,36-38

 

Tipos de Altar do Antigo Testamento – Êxodo

 

Ø    Terra (Êx 20,24)

Usado para um sacrifício momentâneo visto que eram nômades.

Ø    Pedras (Êx 20,25).

Para consagrar um local para sempre ao Senhor.

Ø    Madeira (Ex 27,1; 30,1; 37,10; 38,1-2) 

Para ser carregado por onde forem pelo deserto. Todos foram revestidos.

Ø    Bronze (Êx 38,1-2).

Para suportar o fogo e perdurar.

Ø    Ouro (Êx 39,38).

Para ministrar as orações permanentemente diante do Senhor.

 

Relação com o Templo de Jerusalém e Jesus Cristo.

 

             O Véu da Tenda tem uma relação muito significativa com a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo como veremos a seguir:

O véu do Templo de Jerusalém (Herodes) que separava o Santo dos Santos se rasgou na morte de Jesus, foi uma ação Divina. Em Mt 3,16; Mc 9,11; e Lc 3,21 – O céu se rasgou rompendo a distância entre Deus e o homem. Com Jesus, todos farão parte da Nova Aliança, não existe separação dos judeus e pagãos. Representa a ruptura total entre a estrutura do mundo e o Projeto de Jesus. João não cita esse fato.

O véu no momento da morte de Jesus simboliza:

Ø  Que Seu sacrifício e o derramamento do seu próprio sangue serviram como uma expiação suficiente pelos pecados para sempre.

Ø  Cristo como sendo o único caminho ao Pai (João 14,6).

Ø  O Sumo Sacerdote tinha que entrar no Santo dos Santos através do véu. Agora Cristo é o nosso superior Sumo Sacerdote, e quando acreditamos no Seu “trabalho” passamos a compartilhar do Seu Sacerdócio. Podemos então entrar no Santo dos Santos através dEle pela Santa Comunhão.

Ø  O caminho para o Santo dos Santos estava aberto para todas as pessoas, em todos os tempos, tanto judeu quanto gentios.

Ø  Deus saiu daquele lugar para nunca mais habitar em um Templo feito por mãos humanas (Cf. At 17,24).

Ø  Deus deu um fim ao Templo e seu sistema religioso e de adoração, mas não deu fim a Sua relação com os homens. O Templo e Jerusalém ficaram “desolados” (destruído pelos Romanos) em 70 D.C, assim como Jesus tinha profetizado em Mt 24,2; Mc 13,2; 21,6 e Lc 21,6. Com a destruição do Templo, não existe mais “ligação” com a Antiga Aliança (Hb 9,8-9).

 

Entronização da Arca de Deus no Céu – Dogma da Igreja

 

Maria, a eleita de Deus, a cheia de graça, a que colaborou de modo singular na obra da salvação realizada por Jesus, é aquela mulher forte presente na vida da Igreja primitiva. Chegou ao fim de sua vida terrena e depois de passar pela morte, foi ressuscitada, e levada ao céu em corpo e alma.

Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas (Ap 12,1).

No Ap12-14 apresenta a luta do cordeiro e do dragão, para os finais do mundo.

 

Visão Apocalíptica

 

Conforme São João (Ap 11) prefigurava Maria, a verdadeira Arca de Deus, nela não estava contida Tábuas de Pedra, mas o próprio Senhor, a Palavra Eterna do Pai. Dá lugar a uma mulher grávida que reina sobre os elementos. A visão apocalíptica é um encorajamento aos cristãos a permanecerem firmes na fé e na missão de levar a luz do Evangelho a todos, sem temer as forças do inferno, pois a vitória de Deus já se concretizou com a ressurreição do Filho da mulher, o qual “foi levado para junto de Deus e do seu trono”.

A arca apareceu no céu (Ap 11,19).

 

Ir à Igreja

 

            Deus independe da Igreja é verdade, Entretanto o ser humano precisa de uma sustentação física para o fortalecimento da Fé Cristã, com ensinamentos e aprendizagens mútuas. O ambiente físico é a Igreja, os encontros...; mas há um motivo essencial, para que se frequente a Igreja Católica, nela e somente nela, se encontra os Sacramentos que foram instituídos por Jesus Cristo tanto quanto foi fundada por Ele a Igreja.

            De forma particular para os Católicos, na Igreja edificada por Cristo, Deus habita no Sacrário, estando presente em cada Hóstia Consagrada e Se faz moradia para todo aquele que recebe a Eucaristia. Portanto, todo aquele que comunga torna-se também Sacrário.

 

Bibliografia

 

Ø    Bíblia de Jerusalém

Ø    Bíblia Ave Maria

Ø    Bíblia da CNBB

Ø    Bíblia Pastoral

Ø    Bíblia  Paulinas

Ø    https://sites.google.com/site/expositivocom3/a-arca-da-alianca em 31/07/2020

Ø    https://www.bibliacatolica.com.br/

 

A Arca

 

Nos tempos de Moisés, por Deus Moisés foi chamado

para fazer uma Arca ele foi orientado.

O Testemunho nela Moisés iria guardar.

Todas as especificações Deus foi repassar (Ex 25, 10-21).

 

Beseleel fez a Arca conforme Moisés recomendara.

Dois querubins de ouro ele colocara (Ex 37, 1-9).

A Arca ficava na Habitação, a Tenda de Reunião.

A Arca foi coberta com um véu então. 

Testemunho é o Decálogo que a Arca foi guardar.

Dentro da Arca, varais vão estar.

 

E o Propiciatório sobre ela foi sobreposto

ou seja, o Santuário sobre ela foi posto ((Ex 40, 2-20).

A vara de Aarão diante do Testemunho ia estar

para que os rebeldes pudessem se lembrar  (Nm 17).

Saíram com Arca à frente em 3 dias de marcha

do monte de Iahweh até chegar à pousada (Nm 10,33).

Nos tempos de Josué o Jordão iam atravessar

Arca que ia à frente foi as águas separar.

 

E todo Israel no seco passava.

Só depois do último a água para seu lugar voltara. (Js 3, 14-17)

Quando quiseram por Jericó passar

a cidade fechada foi estar.

Os guerreiros diante da Arca marcharam

Com orientações de Deus, a Jericó eles tomaram (Js 6, 1-20) .

 

Numa luta com os filisteus a Arca de Deus foi tomada

isto muito mal lhe acarretara.

Tumores e úlceras nos filisteus foram surgir (1Sm 4,11).

Por 7 meses a Arca ficou, então eles foram desistir.

 

Com 5 ratos e 5 tumores de ouro a Arca foi devolvida

creditavam ser uma reparação devida.

Esperavam que Deus fosse os aliviar

num carro atrelado a vacas, a Arca eles foram enviar (1Sm 6, 4-8).

Em Cariat-Iarimn, na casa de Abinadab, a Arca por 20 anos ficou

Era tempos de Samuel e Israel nestes tempos suspirou (1Sm 7, 1-2).

 

Nos tempos de Davi ele quis a Arca buscar

Oza morreu no caminho porque a Arca ele foi pegar.

Davi inflamado pela Arca foi temer.

E a Arca desistiu de receber.

 

Por 3 meses a Arca com Obed-Edom ficou

e esta casa Deus abençoou.

Assim Davi decidiu buscar a Arca

a cada 6 passos que dava, animais sacrificava (2Sm 6,1-13).

Nos tempos de Salomão a Arca este a transportou

para o Templo de Deus que ele edificou.

Todo Israel foi convidado

para fazer este translado (1Rs 8, 1-2).

E nos tempos de Macabeus Jeremias escondeu a Arca

de lá para cá ela nunca foi achada (1Mc 2, 1-7).

 

O Templo

 

Templum é Beth Elohim. Habitação de Deus quer dizer.

Embora para Deus, o céu Seu trono vá ser...

Qual será o lugar d’ Ele repousar

Pois foi Sua mão que tudo foi criar?  (At 7,49)

O Altíssimo não habitará

Em casa que a mão humana obrará. (At 7,48)

 

A mente humana Deus vai conhecer

- Faze-me um Santuário! Para Moisés foi dizer. (Ex 25,8)

Era a forma de com o homem se encontrar

Já que a Teofonia com todos não foi usar.

E nem todo homem tem capacidade de fazer

Seu próprio corpo um Templo ser.

 

De Deus Moisés recebeu toda orientação. (Ex 26,1)

E com uma Tenda portátil cumpriu esta missão.

A todos esta acompanhou nos 40 anos que no deserto ficou.

Nela, numa Nuvem, Deus com Moisés muitas vezes falou. (Ex 33,9)

Quando em Silo foram se estabelecer então

Josué fixou a Tenda de Reunião. (Js 18,01)

 

Para Deus Davi queria um Templo construir.

Mas o Templo da  semente de Davi ia sair. (2Sm 7, 2 e 13)

A construção do 1º Templo começou por Salomão (1Rs 5,19)

Naqueles tempos foi a mais rica construção.

Por Roboão filho de Salomão o templo foi profanado.

O tesouro do Templo foi por ele tomado. (1Rs 14, 26)

 

Acaz, rei de Judá continuou a profanar.

Do Templo de Salomão removeu o altar. (2Rs 16,14)

Os judeus deportados, Ciro da Persa libertara. (Esd 1,2)

E a reconstrução do Templo de Jerusalém ele autorizara. (Esd 1,3 e 5,13)

Sobre os memorandos de Ciro, Dario uma pesquisa foi fazer,

confirmando Ciro, a construção do 2º Templo foi acontecer. (Esd 6,1)

 

O profeta Ageu, a Zorobabel foi falar:

Diz Deus: minha Casa em ruína vai estar. (Ag 1,9)

Traga madeira depois de a montanha subir.

Minha Casa vá reconstruir. (Ag 1,8)

Assim o 2º templo, Templo de Zorobabel  surgiu.

No AT, foi o segundo e último Templo que existiu.

 

Este Templo pela cultura grega foi profanado, (2Mc 6,2)

e pela Babilônia/Nabucodonosor o Templo foi incendiado. (2Mc 25,9)

Fazendo magnífica construção para aos judeus agradar,

O Templo de Zorobabel  Herodes foi restaurar.

70 anos depois de Cristo, Tito destruiu este Templo então

Restando o muro, tornou-se o Muro da Lamentação.

 

Aos 12 anos no Templo, Jesus Cristo palestrava. (Lc 2,46)

Já adulto nas sinagogas palestrava e curava. (Mc 1, 23-26; Lc 13,11)

A Santidade deste Templo Jesus Cristo foi reconhecer.

Quando zelo pelo templo demonstrou ter. (Jo 2, 14-17)

E o Templo com o Templo do Seu corpo foi comparado.

Seria destruído em três dias seria edificado. (Mc 14,58)

 

Sendo nosso corpo nossa Tenda, nela a injustiça não vá alojar

E das mãos da maldade vá se afastar. (Jó 11,14)

Nosso corpo o Templo do Espírito Santo vai ser.

Somos o Templo de Deus vivo. Ele mesmo foi dizer. (1Cor 6,9)

Com o próprio corpo vamos a Deus glorificar,

Deus deu o corpo para o Espírito Santo nele habitar. (1Cor 6,19-20)

 

Se sua Tenda terrestre for destruída

No céu teremos uma morada por Deus constituída, (2Cor 5,1)

Na casa do meu Pai há muitas moradas (Jo 14,2)

Foi de Jesus estas palavras.

Quem ama Jesus e Sua palavra é por ele guardada,

Vive em Deus e n’Ele estabelece morada. (Jo 14,23)

José Pai de Jesus

 

O estudo partiu da curiosidade a respeito de José. Maria foi alvo de estudo da família RMR, cinco irmãos, resultando num livreto intitulado: “Meditando sobre Maria”. O livreto sobre José tem como base os ensinamentos da Igreja Católica e os Evangelhos evidenciados na Bíblia Sagrada na Edição de Jerusalém. Evidentemente outras versões foram também consultadas, além de um entendimento peculiar.

Não é uma tarefa fácil. José é pouco mencionado na Bíblia.

Consta em relação a José: Genealogia; História; Passagens Bíblicas; Identificação da paternidade; Características; Familiares e justificativa de que Jesus é filho único; Similaridade com fatos do Antigo Testamento (AT); José e a Igreja; e a Conclusão acrescida de um perfil sucinto sobre ele.

 

1          - A Ascendência de José - Genealogia de José segundo os Evangelhos.

 

            O Evangelista Marcos não faz referência sobre a Genealogia e João escreve no Prólogo que tudo começou na criação. (Jo 1,1-18).

 

Mateus e Lucas citam a linhagem de José/Jesus por descendentes diferentes, embora proceda de Davi. Neste estudo estão referidos apenas alguns nomes. Os mais conhecidos.

 

Ø Mateus (Mt 1,1-16)

Segue a genealogia de Abraão a José e descreve a procedência pela descendência israelita Davídica em relação a Salomão e José: Abraão, Isaac, Jacó, Judá, sucessivamente. Na 6ª geração: Salmon e segue Booz, Jobed, Jessé, Davi, Salomão ininterruptamente. Na 25ª geração, nasce Jacó que gerou José. O esposo de Maria do qual nasceu Jesus, chamado Cristo (Mt 1,16).

O Evangelista não citou a palavra gerou, mas nasceu quando se referiu a Jesus caracterizando que ele não foi concebido da forma natural, a coabitação. José é Filho de Davi, pois assim o anjo lhe falou: “José, filho de Davi...” (Mt 1,20). Nesse contexto, e por ser filho do Rei Davi, Jesus teria direito ao trono. Eis as palavras dirigidas a Davi, por Deus, transmitidas pelo profeta Natã: “Quanto a você, a sua dinastia e seu Reino permanecerão diante de mim; ‘o seu trono será estabelecido para sempre’ ” (Cf . 2Sm 7).

A descendência se faz com mulheres, entre elas, quatro (4) mulheres estrangeiras, do AT, são “responsáveis” pela genealogia de José. E o estudo também quis enfatizá-las. São elas:

a) Tamar junta-se ao sogro para suscitar a Casa de Judá (Cf. Gn38).

b) Racab ou Raab protegeu os espiões de Josué. Este protegeu sua vida (Js 2). Com Samon gerou Booz de Raab (Mt1,5).

c) Rute, a moabita, que se aproximou de Booz para ascender geração pela Casa de sua sogra (Rt). É mãe de Jobeb. Esse é Bisavô de Davi.

d) Betsabeia, a hitita, a mulher de Urias que Davi tomou. Geraram Salomão (2Sm 12-13).

 

Ø Lucas (Lc 3,23-38)

Segue a genealogia de Jesus a Adão. Apresenta de forma ascendente pela estirpe de Maria: José, Eli... Natã, Davi, Jessé, Obed, Booz... Judá, Jacó, Isaac, Abraão... Sem, Noé, Lamec, Matusalém, Henoc... Set, Adão, filho de Deus. Esse evangelista citou a palavra filho durante a linhagem, sem mencionar o fato de nascer ou gerar. Referencia que José é da casa de Davi, trono de Davi, casa de Jacó (Lc 1,.27.32-33). É um destaque tanto escrito como o falado e, o devocional garantindo o prometido por Deus. O Salvador viria de Davi, da Tribo de Judá.

Natã é filho de Davi (2Sm 5,14; e Zc 12,12); Em 1Cr (3,5), consta na relação de todos os filhos de Davi. Salomão também é mencionado, portanto são irmãos. A descendência de Maria está relacionada a Natã filho de Davi.

Reafirma então que tanto um como outro destaca a descendência de Davi pelos filhos Salomão e Natã.

 

2 - A História de José referenciada em Mateus (1,18-25) e Lucas (1,26-38).

                                                                                                             

A História de José não existe por si só. Está diretamente relacionada à vida de Maria, sua noiva/esposa, e à infância do seu filho, Jesus. A última vez que se cita José é quando Jesus está com doze (12) anos, na ida ao Templo de Jerusalém. Durante a vida pública do seu filho Jesus não há registros sobre José, mas não pararam as referências feitas a ele.

 

Maria era noiva de José. O noivado na Galileia durava um ano. O compromisso de fidelidade equivalia a um matrimônio. Então Maria ficou grávida. José pensou em abandoná-la, mas tornando-se o responsável, ela não seria culpada por adultério, o que poderia levá-la à prova de virgindade exposta a todos (Cf. Dt 22:13-21) e comprovada a infâmia segue o apedrejamento (Cf Dt 22,24).. “Sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo” (Mt 1,19). Enquanto assim se decidia, eis que o Anjo do Senhor, manifesta-se a ele em sonho... (Mt 1,20). E diz a José para desposar Maria. O que nela foi gerado foi pelo Espírito Santo. Será chamado Filho do Altíssimo. Ele toma conhecimento da Conceição Virginal e assume a paternidade legal de Jesus. José toma ciência de que não há o que temer com relação à gravidez de Maria e conforme o anjo lhe ordenara recebe Maria como sua mulher. Ainda que seu comportamento mude com o esclarecimento do anjo, nota-se a misericórdia e a proteção que ele teve por Maria por intermédio do silêncio.

A história da salvação alcança o auge em Jesus Cristo pelo Sim de Maria e de José. Um anjo de Deus anunciou os Seus desígnios. Por meio de José, Jesus é juridicamente descendente de Abraão e da casa de Davi. Aconteceu como foi previsto por Isaias “Eis que a jovem está grávida e dará a luz um filho...” (Cf. Is 7,14); e também por Jeremias “De Davi surgirá um rebento novo, o Salvador” (Cf.Jr 23,5-8).

Então José torna-se esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus. Pai do Salvador do mundo.

 

3 - Passagens Bíblicas relacionadas a José

 

Neste momento são pautadas as mensagens Bíblicas em que contam a história que envolve José e quando ele é referenciado.

Ø  Ascendência de Jesus (Mt 1,1-17; e Lc 3,23-38)

Descreve a Genealogia dando ênfase a descendência incluindo José, o que faz Jesus ser da Tribo de Judá e do Rei Davi; o Deus de Abraão Isaac e Jacó.

Ø  Anunciação (Lc 1,26-38).

O Espírito Santo veio sobre Maria, a sua esposa, e o poder do Altíssimo lhe cobriu como uma sombra, para nascer o Santo, Filho de Deus. Uma grande missão para José viria pela frente...

Ø  José assume a paternidade de Jesus (Mt 1,18-25;).

José toma conhecimento da gravidez de Maria sua noiva/esposa. Ele pensou em repudiá-la em silêncio, mas conforme o referido sonho, o anjo lhe falou que a gravidez era pelo Espírito Santo e a criança seria o Salvador do povo pelos pecados que cometiam. O filho que Deus lhe confiou. É o início da Sagrada Família.

Ø  Nascimento de Jesus e visita dos pastores ( Lc 2,1-20) A visita dos Magos (Mt 2,1-12)

José recebe os magos no estábulo, o lugar que ele conseguiu para que sua esposa desse a luz. Os magos viram uma estrela no céu; sabiam do nascimento do Salvador. Eles queriam homenagear o recém-nascido, o Rei dos Judeus. A estrela parou no local que Jesus nasceu. Em sonho os Magos foram avisados para não informar a Herodes.

Ø  Circuncisão de Jesus (Lc 2,21).

José cumpriu os oito (8) dias para a circuncisão de seu filho e ele deu o nome de Jesus conforme o anjo orientou.

Ø  Apresentação de Jesus no Templo incluindo aos profetas: Simeão e Ana (Lc 2,22-38).Também levou Jesus para ser apresentado ao Templo, conforme a Lei Moisaica, 40 dias após o nascimento.

Ø  Fuga para o Egito massacre dos inocentes (Mt 2,13-18).

O anjo do Senhor manifestou-se em sonho para José fugir para o Egito com sua família porque Herodes queria matar o seu filho, o menino Jesus. Herodes, porque os pastores não voltaram, mandou matar todos os meninos menores de dois (2) anos. Então a proteção de José se estende à família, principalmente seu filho.

Ø  Retorno do Egito e Estabelecimento em Galileia/Nazaré (Mt 2,-23).

O anjo se manifestou, outra vez, em sonho para José: “Levanta-te, toma o menino e a mãe vai para terra de Israel, pois os que buscavam tirar a vida ao menino já morreram”. (Mt 2,19). Novamente, recebendo outro aviso, José partiu para região da Galileia.

Ø  Jesus entre os doutores (Lc 2,41-50).

José pegou a sua família e foi à Jerusalém para a festa da Páscoa. Naquela época as viagens eram feitas em caravanas separando os homens e as mulheres. Por isso, não se percebeu que o menino Jesus tinha ficado no Templo. Estando Jesus com 12 anos, era normal que Ele viajasse com a mãe ou com o pai. José ficou aflito quando notou que o filho ficara. Encontraram-nO três (3) dias depois na casa do Pai ouvindo e interrogando os doutores. Maria disse para Jesus: “Meu filho, por que agistes assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos te procurávamos”. Sobrepõe ao fato, a preocupação de José nas palavras de Maria.

            Esta é a ultima passagem Bíblica que se faz referência à presença de José junto ao seu filho.

 

4 - José é identificado como o Pai de Jesus

 

Como foi dito, José não participou da vida pública de seu filho Jesus pelo menos nas citações. No entanto, mesmo estando ausente nas Escrituras esteve presente todas as vezes que o relacionaram com seu filho, tais como: “Não é ele o filho do carpinteiro”? (Mt 13,53-58) ; “Não é este o carpinteiro? (Mc 6,3)”; e “Não é este o filho de José?” (Lc 4,22). Jesus era sim, o filho de José, o carpinteiro. Este carpinteiro, que passou seu ofício para seu filho; o mesmo que O levou para a cidade, Nazaré, para que ele se tornasse nazareu ou nazareno cumprindo as escrituras (Mt 1,22).

Quando Jesus formava os primeiros discípulos (Jo 1, 45-51), a Bíblia mostra um diálogo entre Felipe e Natanel sobre Ele. Felipe vai dizer “que encontrou, aquele que se falava nas escrituras” e Natanael comenta: “... Jesus, o filho de José, de Nazaré” - “De Nazaré pode sair algo de bom?” (Cf Jo 1, 45-51). Natanael duvidou de Jesus por ser de Nazaré, a terra que José criou o seu filho. Posteriormente Jesus conversa com o próprio Natanel que O reconhece como o filho de Deus. É o filho que foi adotado por José.

Quando Jesus esteve na sinagoga em Nazaré (Cf. Mt 13,53-58; e Lc 4,16-30), sua pátria Nazara, onde foi criado por José, Ele lia o Livro de Isaias (61,1-2). Os que lá se apresentavam quiseram ter certeza se ele era o filho de José. Questionaram: a sabedoria, os milagres, sua identidade pela profissão que foi dada pelo pai (carpinteiro); e em relação à mãe, pai e irmãos (Tiago, José, Simão {Pedro}, e Judas) e suas irmãs. Jesus não fez mais milagres em Nazaré pela incredibilidade deles.

Em um discurso na sinagoga de Cafarnaum (Jo 6,22-66), Jesus falava sobre o “Pão da Vida” e a multidão questionava: “Esse não é Jesus o filho de José cujo pai e mãe conhecemos?” (Jo 6,41-42). Mostrava a Sua identidade em relação ao pai e a mãe, pois sendo filho de José e Maria, que todo mundo conhecia, como podia ter descido do céu?

A proteção dada ao filho quanto à profissão, meio de sustentação, e quanto à convivência com o povo de Nazaré, não impediu que Jesus fosse rejeitado pela comunidade. Nestas perguntas percebe-se a dúvida e a curiosidade relacionada à sua identidade e origem.

Entretanto o reconhecimento de José como Pai de Jesus tem uma observação interessante no uso do artigo “o” caracterizando que se conhece o carpinteiro e só é um filho. O carpinteiro é José, e o filho de José é Jesus. Da mesma forma é dito “do” e não “de um” Carpinteiro. Não era qualquer Carpinteiro, era um conhecido pela Comunidade Nazarena.

Nota-se que na Bíblia não há sobrenomes. As pessoas são identificadas assim: filho de e/ou do local de nascimento. A prerrogativa de que José não era qualquer carpinteiro, além de mostrar o Filho como descendente de um definido carpinteiro, aparentemente, torna o Filho, e talvez até o pai, compatriota daquela cidade (Nazaré). Para uma multidão descrente, esta origem terrena de Jesus predominava à origem Divina e servia de parâmetro para descrer em Jesus, nas Suas obras e em Suas declarações. Disse Jesus: “Eu sou o pão descido do céu” (Jo 6,1). Ao reconhecerem Jesus como filho de José, Esse não podia dar tal afirmativa. A multidão dizia assim: “Nós sabemos de onde esse é...” (Jo 7,27). Era filho de José e vinha de Nazaré, contrariando as Escrituras que declarava: “...Cristo será da descendência de Davi e virá de Belém, a cidade de Davi” (Jo 7,42).  Naquela ignorância, a paternidade de José era “superior” a paternidade de Deus.

 

5 - Características de José

 

Trata-se de um breve perfil da vida de José diante das ações tomadas pertinentes à Família que Deus lhe confiou. As narrativas dos fatos que lhe envolviam como esposo e Pai, mostram um exemplo de bom caráter. Não há um diálogo envolvendo José. A Igreja chama José, Maria e Jesus como Sagrada Família. Sagrada porque Jesus é Sagrado. José é considerado o Modelo de um homem para guiar as Famílias nos padrões definido por Deus.

A Justiça faz parte das Virtudes Cardeais, e José, além dessa virtude, agregou ao seu bom jeito de ser as outras três: Prudência, Fortaleza e Temperança. “Justiça” - “ser justo” - integram naturalmente um monte de qualidades positivas. Esta maioria de qualidades vista isoladamente é facilmente de ser identificada. Mas quando a coloca no âmbito da justiça ela perde o significado se há parcialidade porque então não há justiça, perdura o pecado, gera divisões e principalmente o afastamento de Deus. Mateus destaca a Justiça (Mt 1,19) porque cita José como “...sendo justo” quando ele descobre a gravidez de Maria. Nesta conjuntura, sua justiça está voltada ao seu nome, sua família com um filho que ele julgava “não ser seu”.

 

Abaixo algumas características interligadas ao pai adotivo de Jesus, o José:

 

Ø  José foi: Forte / Temperante:

ü Não se precipitou diante da gravidez.

ü Assumiu a paternidade duplamente: 1º Não denunciando Maria 2º Aceitando o encargo dado pelo anjo.

 

Ø  José foi: Homem de Fé / Obediente / Submisso a Deus:

ü Confiou que a gravidez veio do Espírito Santo gerando o Filho Salvador e assim aceitou Maria (Mt 1,20.24).

ü Foi para o Egito com o menino para fugir da perseguição de Herodes (Mt 2,13-15).

ü Esperou a nova orientação, conforme o anjo disse, para voltar a Israel (Mt.2.19-21.

ü Em sonho recebeu um aviso, partiu para a Galileia e se estabeleceu com sua família em Nazaré (Mt.2.22-23).

ü  Colocou o nome Jesus de acordo como o anjo falou a Maria (Lc 1,31) e a ele (Mt 1,21).

ü Morou nos lugares conforme Deus lhe guiava em sonhos garantindo a Missão Salvadora (Mt 2,13-15.19-23).

ü Casou-se com Maria e assumiu a paternidade de Jesus (Lc 1.27). Constituiu a família garantindo a ascendência de Jesus ser Davídica.

 

José entendeu que os sonhos, aos olhos da Fé, eram orientações Divinas e ele precisava ser obediente a Deus para que as coisas ocorressem segundo a vontade do Pai. Não foi agraciado pela visão, mas teve sabedoria para despertar dos sonhos e agir. Teve obediência total e natural para um Temente a Deus, pois cumpriu as orientações proféticas dos anjos.

 

Ø  José foi: Cuidadoso / Zeloso / Protetor / Prudente / Responsável / Misericordioso

Amparou e ajudou Maria a cumprir a Missão Redentora do mundo conforme “O amor de Iahweh, essência da Lei” (Dt 6,1-13):

ü  Não havia coabitado com sua noiva antes do casamento (Mt 1.18). Nem posteriormente.

ü  Não permitiu que ela tivesse o castigo da Lei. Assumiu a “culpa”.

ü  Não a conheceu até o dia que ela deu a luz um filho (Mt 1.25).

ü  E Também José não a conheceu como mulher depois. Porque: Dogma é uma verdade de fé revelada por Deus para a Igreja Católica. Os chamados Dogmas Mariano, são princípios fundamentados no papel que a Mãe de Jesus tem no Cristianismo. São quatro:

Maternidade Divina (Maria é a mãe de Deus);

Virgindade Perpétua (não teve sua virgindade violada antes, durante e depois do parto);

Imaculada Conceição (preservada de pecado); e

Assunção (elevada ao Céu de corpo e alma).

                        A mulher de José, Maria, permaneceu Virgem.

 

Ø  José foi cumpridor do dever Cível:

ü  Alistar-se é uma responsabilidade natural para uma pessoa íntegra e José, mesmo com Maria em dias de ter o menino, foi participar do recenseamento (Lc 2,1).

ü  Casando-se com Maria, ele assume uma vida comum em domicílio Conjugal, o dever de sustento, a guarda e educação do filho.

 

Ø  José aplica a Lei com relação ao filho:

ü  Recebeu os três Pastores: Em condições precárias ele recebeu os pastores mesmo eles sendo magos, em cumprimento à “Hospitalidade”.

ü  Providenciou a Circuncisão do menino (Lc 2.21) cumprindo a orientação do AT (Lv 12,3).

ü  Apresentou o menino ao Templo (Lc 2-22-28) – Maria e José cumprem o rito de purificação (Lv 12); leva Jesus ao Templo conforme a Lei de Moisés – apresentação do primogênito (Êx 13,2); oferece um par de rolas ou dois (2) pombinhos (Lv 5,11); a oferta está em conformidade com suas posses. Maria e José ficaram admirados com a profecia de Simeão (Lc 2,33).

ü  Levou a família para o Templo na celebração anual da Páscoa (Lc 2,41-50) seguindo o que foi determinado no AT (Dt 16,16).

 

Ø  José amava o menino

Ao perdê-lo ficou aflito, mas surpreso de vê-Lo no Templo (Lc 2,48).

      Em atitude de amor, ajudou Jesus para seguir a Sua missão dentro da religiosidade, com base nos mandamentos de Deus, seguindo as Leis Mosaicas e conforme era orientado pelo próprio Deus (Dt 11.18-32).

 

Ø  José tinha uma profissão e exemplificou com trabalho.

Exercia o ofício da carpintaria, e como era de costume, ensinou a Jesus por ser o seu filho. Este ensinamento não impediu que o filho de José tivesse outras aprendizagens. Jesus sabia ler (Lc 4,16-17) e escrever (Lc 8,6.8).

A profissão de carpinteiro, na época era um trabalho de Artesão diante dos recursos que se tinha para a confecção de uma peça. José era um trabalhador conhecido por isso, Jesus foi denominado também de Carpinteiro não só por ser filho de José, mas também por exercer a mesma profissão (Mc 6,3). Em determinadas passagens Jesus é citado como “o filho do Carpinteiro (Mt 13,55), em outra o “filho de José” (Jo 1,45). Apesar de ter profissão José era pobre. Levou duas (2) rolinhas na apresentação do seu filho ao Templo.

Jesus fazia a vontade do Pai. Ele era Deus. Mas coube a José, viver uma vida exemplar em consonância com a vontade do Todo Poderoso dando lições de Fé, Amor e Esperança ao seu filho Jesus. O pai teve condutas irrepreensíveis.

 

6 – Familiares de José

 

Os parentes de José citados na Bíblia estão descritos na sua ascendência e na constituição da Sagrada Família: Pai, Mãe e Filho. José acatou a vontade do Senhor. Não podia ser diferente.

A Bíblia não fala na família de José e também não existe nenhuma literatura Católica que venha caracterizar sua vida e sua parentela. Quando começa a vida Pública de Jesus, José não acompanha e começam a surgir estes conceitos de irmãos. Irmãos consanguíneos teriam que ser filhos de José e/ou de Maria. “Os irmãos” deveriam estar relacionados com ele, mas não estão. Até o momento, só existia a parenta de Maria, Isabel, que era casada com Zacarias e juntos tinham um filho João Batista. Estes “irmãos”, na realidade, são os seguidores e alguns são os primos de Jesus, que vêm por parte de sua esposa, Maria. Algumas considerações se fazem necessária para desmistificar que José teria outros filhos no contexto Bíblico e pela Igreja Católica, uma vez que de Maria não pode mais ser mãe, pela sua Virgindade Perpétua.

Observe os conceitos que Jesus, filho de José, tem em relação à família e irmãos:

 

Ø  Jesus faz referência a quem são seus “verdadeiros” parentes

Sua mãe e “irmãos” chegam num local onde Jesus estava pregando e avisam a ele. Jesus responde quem são os seus verdadeiros irmãos, nas citações abaixo. Ele não faz descaso a sua Família, sua mãe Maria, e seu pai José, muito embora, este não estivesse presente. Certamente, Maria e José estão enquadrados no cenário familiar descrito. Estas afirmativas abaixo explicam por que tanto se chama o outro de irmão sem haver a ligação consanguínea. A família é espiritual. É de Amor!

Mateus “... Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus...” (Mt 12,50).

Marcos “... Quem fizer a vontade de Deus...”  (Mc 3,,50).

Lucas “... São aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 8,21).

E ele chamava a muitos de irmãos: Em verdade, vos digo: “cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim que o fizestes!” (Mt 25,40). E aos discípulos também. “Não temas! Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia; lá me verão”. (Mt 28,9-10).  “Vai, porém, a meus irmãos e dize-lhe: subo a meu Pai e vosso Pai, a meu Deus e vosso Deus”. (Jo 20,17).

Ø  Irmãos

Há passagens que falam em irmãos e o próprio Jesus também diz. A fraternidade está geralmente dirigida aos que O acompanhavam seguidores na caminhada ou não.

ü  “Mais a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus; aos que creem em seu nome” (Jo 1, 12). Por Jesus todo que crê torna-se irmão de Cristo, filho de Deus.

ü  “Não permitam que vos chamem de Rabi, pois um só é o Mestre. E todos vós sois irmãos” (Mt 23,8).

ü  “Disseram então seus irmãos...” (Jo 7,1).

Ø  A citação “os seus irmãos Tiago, José, Simão, Judas e suas irmãs (Mt 13,55-56; Mc 5,37; 6,1-6)”.

São argumentos da “veracidade” de outros filhos de José, todavia ao ler cada passagem e tentar identificar a maternidade e paternidade dos citados pode-se verificar nos detalhes descritos abaixo, que não é possível Ele ser filho de José. Portanto, os irmãos eram homens e mulheres que Lhe seguiam. Pertenciam ao mesmo “clã”.

Na Bíblia há muitas pessoas com o mesmo nome José e Maria inclusive Jesus porque os nomes se repetem... Isto atrapalha o entendimento. O Estudo identifica as pessoas com o mesmo nome daqueles que constituem Sagrada Família e outras pessoas próximas.

 

José

ü  José do Egito, chamado de Rei no Antigo Testamento.

ü  José que era irmão de Tiago (Menor) filho de Maria de Cléofas e Alfeu. Não era apóstolo.

ü  José de Arimateia que sepultou Jesus. 

 

Maria

ü  Maria (Miriam) – irmã de Moisés (AT)

ü  Maria de Betania - Irmã de Lázaro e Marta

ü  Maria – Madalena. A primeira a testemunhar a Ressurreição de Cristo.

ü  Maria – Salomé (provavelmente) Esposa de Zebedeu. Mãe dos discípulos: Tiago (Maior) e João (Mt 10,2; Mc 1,19.29; 3,17; 5,37) Evangelista.

ü  Maria - Irmã de Maria, mãe de Jesus (Jo,19,25) Esposa de Cléofas {ou Alfeu (Mt 10,3; 3,18)}. Mãe de Tiago {Menor (Mc 15,40)} e José (Mt 27,56). Tiago é apóstolo (Mt 10,3).

ü  Maria mãe do Evangelista Marcos (At 12,12). Cujo nome era João Marcos.

 

Jesus

 

ü  Amigo de Paulo, chamado de Justo, que saudou os colossenses (Cl 4,11)

ü  Jesus Barrabás, o preferido a ser solto, para que Jesus, o Messias, fosse condenado, conforme a Bíblia na Linguagem de Hoje, 1988. (Mt 27,17).

ü  Citado na genealogia de Jesus (Lc 3,29).

ü  Jesus Filho de Sirac (Jerusalém – Eclo 50,27) e (Linguagem de Hoje – Eclo 50,27 51,1).

 

João

ü  João Batista – Filho de Zacarias e Isabel, precursor de Jesus. É primo de Jesus, em segundo grau, pelo lado materno.

ü  João Evangelista, apóstolo de Jesus, escreveu um dos Evangelhos, três (3) cartas e o Apocalipse. Seu irmão era Tiago (Mt 4,21; 10,2; 17,1;), maior. Era filho de Zebedeu.

ü  João Marcos – o Evangelista Marcos (At 12,12). Era companheiro de Paulo e Barnabé.

ü  João (Jonas) pai de Simão Pedro (Jo 1,42).

 

Judas

ü  Judas Iscariotes – Apóstolo que entregou Jesus.

ü  Judas Tadeu, conhecido como Judas. É discípulo. É irmão do Tiago que não é discípulo. (Mt 6,15).

 

Tiago

ü Tiago Maior – Filho de Zebedeu (Mt 4,21; 10,2; Mc 1,18; Mc 3,17; Lc 5,10) e Maria Salomé e irmão de João.

ü Tiago Menor – Filho de Alfeu (Mt 4,21; 10,2; Mc 3,19; Lc 6,15) e Maria de Cleofas, irmão de José. Primos maternos de Jesus.

ü  Tem ainda o irmão (Mt 10,2; Jd 1,1) ou pai ( Lc 6,15) de Judas Tadeu (discípulo).

ü  Tem a citação de Tiago irmão do Senhor (Gl 1,19) que pode ser qualquer um desses.

 

Resumindo, diante do exposto, fica difícil afirmar que José teria filhos e consequentemente dizer que Jesus tinha irmãos pelos seguintes aspectos: Todas as pessoas são irmãos de Jesus, filhos de Deus Pai. Os discípulos e seguidores, no conceito de irmão, surgiram no início da vida pública de Jesus quando formou a Sua Família, naqueles que fazem a vontade do Pai.

ü  No povo judeu, os primos e a parentela eram chamados de irmãos entre si. E assim, se tratavam.

ü  Pela Virgindade Perpétua de Maria pode-se afirmar que Maria permaneceu Virgem e não teve outros filhos. Deixando claro que Jesus não teve irmãos.

ü  Até Jesus ter 12 (doze) anos de idade não apareceu nenhum irmão.

ü  Com tantos nomes repetidos, entre os apóstolos e os seguidores (homens e mulheres), não se tem como identificar quem seria irmão e muito menos irmãs que nem se quer foram citados os nomes. Os nomes: Tiago, José, Simão e Judas não eram filhos de José, o pai de Jesus, porque todos os relacionados com Jesus, cada um tem o seu pai identificado e o nome não é José. Com relação à mãe, só Simão que não tem o nome dela citado.

ü  Simão não pode ter Maria como mãe, pela idade dele, era mais velho que ela, além da Virgindade Perpétua dela.

ü  Na cruz Jesus diz: “Mulher eis, teu filho!” e “Eis tua mãe.” (Jo 19,26-27). O discípulo amado era João. Se ele fosse irmão de Jesus não precisava essa entrega mútua. João é o mais novo dos discípulos e jamais ele assumiria a mãe se houvesse outros filhos.

 

7 – A vida de José e o Antigo Testamento

 

José preservou os Mandamentos do AT dados a Moisés conforme já foram citados. Episódios que aconteceram anteriormente no AT se repetem na vida com Jesus.

No nascimento de Moisés, o Rei do Egito, da época, vendo que os Hebreus estavam se multiplicando, ordenou que as parteiras deles matassem os meninos que nascessem. Elas não cumpriram porque eram Tementes a Deus. Ele então mandou matar todos os meninos que tivessem menos de dois anos (Êx  1,15-21). Trata-se de uma prefiguração. Com José, Herodes quis matar o Salvador, então mandou matar os meninos pequenos.

Há uma relação com a vida de José filho de Jacó (Israel). No AT José filho de Jacó também tinha sua vida pautada nas orientações de Deus por meio dos sonhos (Gn 37-50). Este José, embora filho, além de ir para o Egito assumiu o cuidado de zelar pela família e de cuidar de numerosos de Israel. José, pai de Jesus, também teve sonhos, zelou pela Sagrada Família, fugiu para o Egito e contribuiu com a salvação de todos nós ao aceitar Maria.

Em Gênesis (18,1-16), Yahweh (três anjos) aparece a Abraão no Carvalho de Mambré. Eles representavam Deus. Com José, os magos, não eram Deus, mas acreditaram e cuidaram para que ocorresse o prometido, a Salvação do mundo pela redenção dos pecados.

 

8 – José e a Igreja

 

            Apesar da Bíblia não citar tanto José, a Igreja teve um papel extraordinário na propagação dele ao torná-lo Santo. Por isso, inúmeras Igrejas levam o seu nome. Ele é Patrono da Igreja, da família e do trabalhador. Então se faz necessário explorar um pouco sobre a Sagrada Família, José Santo, devoção e os dias que a Missa o ressalta.

 

Ø  Sagrada Família

A Família deve seguir os Mandamentos e o que a Igreja preconiza em relação aos Sacramentos, os Mandamentos e os Dogmas.

Deus deixa como exemplo a Sagrada Família que é constituída de José, Maria e Jesus. Deus/Jesus poderia vir de qualquer forma, mas fez questão de nascer de uma mulher e constituir a Família com um homem que O adotasse. E não foi qualquer homem ou qualquer mulher, mas pessoas especiais que com o exemplo e os ensinamentos da Palavra ajudassem a Ele seguir o Seu Plano de Amor e Salvação.

A preocupação com a família por parte de Deus era, e ainda é, tão grande que determina: a consumação do casamento é irrevogável e indissolúvel; é uma unidade indefectível (não se separa leite e café).

O egoísmo exigente e insaciável é o grande destruidor de lar. A mentira gera desconfiança, ciúme, brigas e até separação que traz grande prejuízo principalmente para os filhos. O adultério então...

Seguir “o matrimônio sacramental” é se antecipar a Glória do Céu.

O casal que não quer ter filhos não está seguindo os caminhos do matrimônio.

 

Ø  Santo - São José ou São José Operário

Os Santos colaboram com o Plano de Deus para a salvação dos pecadores com o seu exemplo no modo de viver. Venerado como Santo induz que muitas Igrejas tenham o seu nome.

São José é o Patrono da Igreja e Padroeiro da Família, do Trabalhador e dos Carpinteiros. O dia 19 de março é dedicado a esta solenidade.

São José Operário por que é o Padroeiro dos Trabalhadores. Festeja em cada 1º de Maio, dia internacional dedicado ao trabalhador. Foi proclamado pelo Papa Pio XII.

José foi inserido no calendário litúrgico Romano em 1479. No ano de 1870, São José foi declarado oficialmente como o Patrono Universal da Igreja pelo Papa Pio IX. No ano de 1889, o Papa Leão XIII, num de seus grandes documentos, exaltou as virtudes de São José. O Papa Bento XV declarou São José como o Patrono da Justiça Social. Para ressaltar a grande qualidade e poder de intercessão de São José como “trabalhador”, instituiu uma segunda festa em homenagem a ele, a festa de "São José operário".

A Igreja católica também reconhece José como Padroeiro da Boa Morte.

 

Ø  Devoção

Diversos são os instrumentos de devoção: músicas, terço, oração, preces, novena, cordão, saquinho de São José, dedicação ao mês de maio, quartas feiras dedicada a São Jose; Os sete (7) domingos em honra a São José, Felicitações, Súplicas, Consagração...

 
Ø  Missas (Calendário Litúrgico)

As leituras da Missa que falam em José estão na maioria das vezes ligadas à Maria e são apresentadas nos dias que se referem a ela. Em outros momentos há um destaque para a perícope citada. As missas relacionadas a José ficaram nos seguintes dias:

ü  3ª Semana do Advento - 18/dez

Mt 1,18-24 – Por meio de José, Jesus é juridicamente descendente de Abraão e da casa de Davi conforme foi previsto pelo profeta Jeremias (Jr 23,5-8).

ü  Domingo entre o Natal e 1º de Janeiro, em sua falta no dia 30 de dezembro celebra a Sagrada Família de José, Maria e Jesus.

Ano A: Obediência de José (Mt 2,13-15.19-23).

Ano B: A família de Jesus (Lc 2,22.40 ou 2,22.39.40).

Ano C: Jesus entre os doutores (Lc 2, 41_52).

ü  4ª Sem Comum – Ano C – Lc 4,21-30 – Jesus é rejeitado em Nazaré.

ü  4ª Sem Comum – Qua – Mc 6,1-6 – Jesus não é aceito; é desprezado em Nazaré.

ü  14ª Sem Comum – Ano B – Mc 6,1-6 – Jesus não é aceito; é desprezado em Nazaré.

ü  17ª Sem Comum – Sex – Mt 13,54-58 – Jesus é desprezado em Nazaré.

 

10 - Conclusão

 

A Bíblia não expõe tanto José cujo SIM foi fundamental. A Luz dos Evangelhos é Jesus. Vale reafirmar que em todo contexto não há um diálogo que envolva José.

Diante da genealogia cumpriu-se a profecia que o Salvador viria de Davi. As passagens Bíblicas descrevem pouco, mas mesmo assim é possível identificar o papel importante de José na História da Salvação, suas boas características em relação a Deus e sua responsabilidade ao cumprimento de deveres familiar e o de cidadão. É possível ver o reconhecimento dele como pai adotivo de Jesus e a constituição da Família Sagrada. Não teve outros filhos. O grande destaque para ele está na Igreja Católica por venerá-lo como Santo. Tornando-o Patrono da Igreja, do Trabalhador, do Carpinteiro e da Boa-Morte. A “Literatura Devocional” é vasta no que concerne a ele como Santo. Há panfletos Santinhos, Orações, Novenas, etc.

A esposa de José, Maria permaneceu Virgem, portanto não houve outros irmãos. A última vez que se falou em José, Jesus tinha doze (12) anos.

 

Encerra-se assim o estudo com um sucinto perfil da vida de José.

Ø  Nome: José

Ø  Esposa: a Virgem Maria (Mt 1,18)

Ø  Filho: Jesus (Lc 1,31) Chamado e conhecido por: Filho do Altíssimo (Lc. 1,32)./ Filho de Deus (Lc.1,35) / Salvador, Cristo (Lc 2,11), / Emanuel que quer dizer Deus conosco; / o “filho de José” (Jo 1,45).

Ø  Descendência: Família de Davi. (Mt 1,20).

Ø  Local do nascimento: Belém, Judeia (Lc 2,4)

Ø  Moradia: Morava em Nazaré. Cidade da Galileia (Lc 1,26).

Ø  Religião: Católica (posteriormente chamada assim) Seguia Deus e Jesus deixou a Sua Igreja aos cuidados de Pedro seu discípulo (Mt 16,18).

Ø  Profissão: Carpinteiro.

Ø  Missão: Cuidar do menino Jesus para ser o Messias, o Salvador do mundo.

 

10 - Bibliografia

 

Ø  Bíblia de Jerusalém

Ø  Bíblia de Ave Maria

Ø  Bíblia da CNBB

Ø  Bíblia das Paulinas

Ø  Pastoral

Ø  Vozes

Ø  A Bíblia na Linguagem de Hoje

Ø  Catecismo da Igreja Católica

Ø  São José Protetor da Santa Igreja, Dom Oscar de Oliveira – 1974

Ø  https://cruzterrasanta.com.br/historia-de-sao-jose/148/102/ em 17/08/2020

 

Ações e Palavras do 12 (doze) Apóstolos de Jesus

(Transcrições ou narrativas baseadas nos Evangelhos)

 

A ideia surgiu da curiosidade de saber as ações e palavras dos Apóstolos. Foram registrados com base nas citações Bíblicas, da Bíblia de Jerusalém, onde falava em “apóstolos” relacionados aos 12 (doze) e aos 11 (onze); dessa maneira é possível ter perdido algumas informações, por diversas razões: os apóstolos geralmente seguiam Jesus e nem sempre citava que eram todos; entre os Evangelistas é citado os 12 (doze) em uma determinada passagem e o outro conta a mesma passagem sem quantificar; e por outro lado, porque as versões das Bíblia favorecem essas divergências ocasionadas pela tradução.

 

Os 12 apóstolos

 

Foram escolhidos, por Jesus, 12 (doze) dos seus discípulos para serem apóstolos. São eles: primeiro, Simão, chamado Pedro, e depois André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João; Filipe e Bartolomeu {Natanael (Jo 1,45-51)}; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu (Judas Tadeu); Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. A eles, Jesus deu-lhes nas instruções missionárias, autoridade e poder para expulsar os espíritos impuros (demônios); e curar todo tipo de doença e de enfermidade. Ele os constituiu para que ficassem com ele e para que os enviasse a fim de anunciar a Boa Nova. Estendeu a missão a 72 (setenta e dois) discípulos. Muitos acompanhavam Jesus assim como algumas mulheres que haviam sido curadas (Cf. Mt 4,23-24; 10,1-16; Mc 3,13-19; 6,6-13; Lc 6,12-16 8,1-3; 9,1-6; 10,1-16). Jesus terminou as instruções (Mt 11,1) e partiu dali, a fim de ensinar e proclamar nas cidades da região.

Quando ficaram a sós, os discípulos que estavam com Ele junto com os 12 (doze) faziam perguntas a Jesus sobre as parábolas. Ele dizia-lhes: “A vós é confiado o mistério do Reino de Deus. Mas para aqueles que estão fora tudo é apresentado em parábolas, de modo que, por mais que olhem, não enxergam, por mais que escutem, não entendem, e não se convertem, nem são perdoados” (Cf. Mt 13, 10-17.34-35; Mc 4,10-12.33-34; Lc 8,9-10).

Jesus e os 12 (doze) estava em Jerusalém, quando Jesus amaldiçoou a Figueira (Mc 11,12-14); por que não dava frutos. Ao passar novamente na Figueira a mesma estava ressequida desde a raiz (Mc 11,20-21). Na oportunidade Jesus fala em fé, oração, na concessão de Deus ao que é pedido e sobre perdoar para ter o perdão de Deus.

Ensinando na Sinagoga, Jesus falou: “É por isso que eu vos afirmei: ‘Ninguém pode vir a mim, se não lhe for concedido pelo Pai’ ”. A partir daí muitos dos seus, discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. Para os 12 (doze) perguntou: “Não quereis também vós partir?” “Não vos escolhi, eu os 12 (doze)? No momento Ele pensava em Judas. (Jo 6,65-71).

1ª Multiplicação dos Pães e Peixes (Mt 14,13-21; Mc 6,30-44; Lc 9,10-17; Jo 6,1-15). – Os apóstolos se reuniram junto de Jesus e lhe contaram tudo o que tinham feito e ensinado; Ele tomou-os consigo e retirou-se, à parte, para uma cidade chamada Betsaida. Os 12 (doze) disseram a Jesus: “Despede a multidão, para que possam ir aos povoados e sítios vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto”. Mas Jesus disse: “Vós mesmos, dai-lhes de comer”. Eles replicaram. Então Ele fez a multiplicação dos pães e peixes, abençoando os mesmos, partiu e distribuiu para todos. Ainda sobrou.

2º Anúncio da Paixão / Quem é o maior (Mt 17,22-23; 18,1-4; Mc 9,30-37; Lc 9,43-48; 22,24-27) – Jesus chama os 12 (doze) e lhes disse: “O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens e eles o matarão. Morto, porém, três dias depois ressuscitará”. Mas eles não compreenderam. Ficaram muito tristes. Jesus continuou quando chegaram em casa e disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos, aquele que serve a todos!” e “Quem acolhe em meu nome uma destas crianças, a mim acolhe. E quem me acolhe, acolhe, não a mim, mas Àquele que me enviou”.

Jesus fez diversos ensinamentos aos apóstolos. Falou na Recompensa do Reino Israel (Mt 19,27-30; Mc 10,28-31; Lc 18;28-30)). – “Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel”. Garantiu a vida eterna. Em Atos 2,30 é confirmado o trono.

3º Anúncio da Paixão (Mt 20,17-19; Mc 10,32-34; Lc 18,31-34) – No caminho, Jesus ia à frente, e eles, assombrados, seguiam com medo. Jesus, outra vez, chamou os 12 (doze) de lado e começou a dizer-lhes o que estava para acontecer com Ele: “Estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. Vão zombar dele, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo, mas três dias depois, ele ressuscitará”.

            O Pedido (Mt 20,20-28, Mc 10,35-40) – Ficaram indignados com a proposta dos dois irmãos (Tiago e João) de pedirem que ambos sentassem à direita e à esquerda de Jesus, no Reino. ‘ “Sim”, declarou Jesus, “do meu cálice bebereis, mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda não depende de mim. É para aqueles a quem meu Pai o preparou” ‘. Todos2 foram chamados e aprenderam com Jesus que os Chefes devem servir, depois do pedido dos filhos de Zebedeu e da indignação. Em Mateus, o pedido foi da mãe.

Depois da Entrada Messiânica, Jesus “entrou no Templo, em Jerusalém e, tendo observado tudo, como fosse já tarde, saiu para Betânia com os 12 (doze)” (Mc 11,11).

Lava-Pés (Jo 13,1-20) / Anúncio da traição de Judas na última Ceia / Instituição da Eucaristia (Mt 26, 20-35; Mc 14,17-25; Lc 22,14-23) – Ao anoitecer, Jesus foi para lá com os 12 (doze) para realizar a última Ceia. Tiveram os pés lavados porque Jesus deu o exemplo. Ainda ouviram que nem todos estavam puros. Enquanto estavam à mesa comendo, Jesus disse: “Em verdade vos digo, um de vós vai me entregar, aquele que come comigo”. Eles ficaram tristes e, um após o outro, começaram a perguntar: “Acaso, serei eu?”.

Estavam presentes na negação de Pedro predita (Mt 26,30-35; Mc 13,26-31; Lc 22,31-34; Jo 13,36-38), quando Jesus fala em escândalos a seu respeito, ovelhas dispersas e ressurreição. Eu não falo de todos vós. Eu conheço aqueles que escolhi. Ouviram que a Escritura precisava se cumprir; que Jesus falava antes de acontecer, para eles crerem que Ele era “Eu Sou” (Jo 13,17-20). Jesus se despediu, disse que ia ser glorificado e deu o novo mandamento depois que Judas saiu: “vos ameis uns aos outros como eu vos amei...” (Jo 13,31-34).

A Negação de Pedro de fato ocorreu, assim também como o martírio de Jesus, que foi morto na Cruz e só João esteve com Ele e pode dar um testemunho verdadeiro (Jo 19,35). Jesus foi ressuscitado no 3º dia.  

Na Oração de Jesus (Jo 17) – Todo o capítulo é de Oração e Jesus ora pelos 12 (doze) apóstolos (Jo 17,12).

 

Os 11 (onze) discípulos

 

Restaram 11 apóstolos porque Judas se enforcou (Mt 27,5).

Após ressurreição (Lc 24) as mulheres foram ao túmulo e estava vazio. Elas se lembraram das palavras de Jesus. Voltando do túmulo, anunciaram tudo isso aos Onze e a todos os outros. Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos, mas estes acharam tudo isso um delírio e não acreditaram. Jesus apareceu se encontrou com 2 (dois) e conversaram com Ele, sem saber quem era. Contaram “É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito”. Jesus retrucou: “Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a ele”. Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles.  Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. Escutaram: “A paz esteja convosco!” Imaginaram ver um espírito, se espantaram, temeram, se alegraram e jantaram com Ele (Lc  24,36-43) .

Aparição do Ressuscitado (Mc 16,14-20) – Jesus aparece aos 11 (onze), fala de fé, credibilidade e de sua ressurreição e diz: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura!  Quando impuserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados”. Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus. Então, os discípulos foram anunciar a Boa Nova por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua Palavra pelos sinais que a acompanhavam.

“Caminharam à montanha que Jesus lhes determinara, se prostraram a Ele, receberam orientação para batizarem em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,16-20; Mc 16,9-11). A promessa de Jesus estar sempre junto...

Foram informados que precisava se cumprir sobre Ele o que estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos; foram abertas suas mentes para entenderem as Escrituras; iriam receber o que o Pai prometeu, o ‘Espírito Santo’1; e deveriam permanecer na cidade até serem revestidos da força do Alto. (Lc 24,44-49)

Estavam trancados numa sala com medo dos judeus quando Jesus entrou e lhes disse: “A paz esteja convosco”; encheram-se de alegria e ouviram a mesma frase; Jesus soprou sobre eles e lhes falou: “Recebei o Espírito Santo...” Tomé não estava presente (Jo 20,19-23).

Estavam no lago Tiberíades com mais dois discípulos, Pedro, Tomé, Bartolomeu, Tiago, João; foram pescar em vão; encontram Jesus na praia sem saber que era Ele; Este falou para jogarem a rede e pescaram com abundância; então, viram que era Jesus e jantaram com Ele (Jo 21).

Então os apóstolos deixaram o monte das Oliveiras e voltaram para Jerusalém, à distância que se pode andar num dia de sábado. Entraram na cidade e subiram para a sala de cima onde costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelota e Judas, filho de Tiago. Todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres – entre elas, Maria, mãe de Jesus – e com os irmãos dele. (At 1,12-14).

Chamava os discípulos de irmão. “Não temas! Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia; lá me verão”. (Mt 28,9-10).  “Vai, porém, a meus irmãos e dize-lhe: subo a meu Pai e vosso Pai, a meu Deus e vosso Deus”. (Jo 20,17).

Foram restabelecidos os 12 (doze) com a substituição de Judas; José e Matias se apresentaram e a sorte caiu para Matias (At 1,15). Os apóstolos continuaram a se reunir (At 6,2).          

 

Relação dos Apóstolos

 

Nome / Características

Passagens Bíblicas

André

Irmão de Pedro (Mt 4,18)

 

Pescador (Mt 4,18)

 

Era de Betsaida

(Jo 1,44)

 

A Mudança – Seguiu Jesus e deixou de ser discípulo de João Batista, quando ouviu por João: “Eis o Cordeiro de Deus”. Então procurou o seu irmão porque conheceu o Messias (Cristo) e disse ao mesmo: “Encontramos o Cristo”. Eles foram ver onde Jesus morava e passaram o dia com Ele (Jo 1,36-41).

O Chamado (Mt 4,18-21; Mc 1,16-18; Lc 5,10; Jo 1,35-42) – Lançava a rede no mar com o irmão. Foi um dos 4 primeiros (ele, João, Pedro e Tiago) chamado por Jesus para pescar homens.

A Multiplicação dos pães e peixes – Disse a Jesus “Há um menino que tem 5 pães e 2 peixinhos, mas que é isso para tantas pessoas?” (Jo 6,8-9).

Gregos Filipe conversou com ele e os dois foram falar com Jesus (Jo 12, 20-22) para dizer que os gregos queriam falar com Ele. Jesus respondeu: “Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado.

O Discurso – No monte das Oliveiras, saindo do Templo, ele, Pedro, João e Tiago, perguntaram a Jesus em particular: “Conta-nos quando será, e qual o sinal de que isso estará para se consumar?” (Mc 13,1-4).

Bartolomeu (Natanael)

Natanael (Jo 1,45)

 

Era de Caná da Galileia (Jo 21,2)

 

O Encontro – Encontrou-se com Filipe (Jo 1,43-51), falaram sobre Jesus e ele perguntou: “De Nazaré pode sair algo de bom?”. Foi ao encontro de Jesus que disse: “Eis um israelita em quem não há fraude”. Natanael retrucou: “De onde me conheces?”. “Antes que Filipe te chamasse, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi”, falou Jesus. Natanael exclamou: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!”. Ouviu de Jesus: “Estás crendo só porque falei que te vi debaixo da figueira? Verás coisas maiores que estas”. E disse-lhe ainda: “Em verdade, em verdade, vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem!”.

A Pesca no Lago de Tiberíades (Jo 21, 1-23) – Era pós Ressurreição de Cristo. Estava com Pedro, Tomé, os filhos de Zebedeu (Tiago e João) e outros dois discípulos no lago para pescar, mas foi em vão; encontram Jesus na praia sem saber que era Ele. Jesus mandou lançar a rede e pescaram muitos peixes.

Filipe

Era de Betsaida

(Jo 1,44)

 

 

O Encontro – No dia seguinte, Jesus decidiu partir para a Galiléia e encontrou Filipe e disse a este: “Segue-me”! Filipe (Jo 1,43-51) encontrou-se com Natanael e disse-lhe: “Encontramos Jesus, o filho de José, de Nazaré, aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, bem como os Profetas”. Natanael perguntou: “de Nazaré pode sair algo de bom?” Filipe continuou: “Vem e vê”! Jesus disse que sabia que Natanael estava embaixo da figueira antes de Felipe ir chamá-lo (Jo 1,43-51).

Foi chamado por Jesus (Jo 1,43).

A Interseção – Recorreu a André e juntos procuram Jesus quando os gregos quiseram vê-lO (Jo 12,20-22).

A Multiplicação dos Pães – Foi posto à prova quando Jesus lhe perguntou onde arranjariam pão para todos comerem. (Jo 6,5-6). Respondeu então: duzentos denários de pão não serão suficientes para cada um receber um pedaço (Jo 6,7).

O Pedido – Disse a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta”. Jesus respondeu: “Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Crede, ao menos, por causa destas obras” (Jo 14,1-11).

João 

Irmão de Tiago

(Mt 4,21)

 

Pescador

 

Companheiro de Simão (Lc  5,10)

 

Filho de Zebedeu (Mt 4,21) 2

 

Era de Betsaida

 (Jo 1,4 4)

 

Era aquele que Jesus amava (Jo 13,25 + Pág. 1839)

 

Evangelista

 

Redator de três Epístolas (Pág 1841) e o Apocalipse

A Intitulação – O próprio João intitula-se, 4 (quatro) vezes de o “discípulo amado”, uma vez que ele se utiliza dessa expressão enigmática no Evangelho de sua autoria; o que não ocorre nos demais Evangelistas. Era o discípulo que Jesus amava (Pág 1310)1.

O Chamado (Mt 4,18-21; Mc 1,16-18; Lc 5,10; Jo 1,35-42)   a Estava no barco com seu pai e seu irmão consertando as redes. Foi um dos 4 primeiros (ele, André, Pedro e Tiago) chamado por Jesus para pescar homens. Era sócio de Pedro e seu irmão Tiago.

A Sogra de Pedro – Ele, Tiago e Jesus foram à casa de Pedro e André curar a sogra de Pedro (Mt 8,14; Mc 1,29-31; Lc 4,38).

A Nominação Ele e seu irmão Tiago, receberam de Jesus o nome de Boanerges que significa: filhos do trovão ( Mc 13,17).

Casa de Jairo – Foi chamado por Jesus com seu irmão Tiago e Pedro a acompanhá-lO. Iam à casa do Chefe da Sinagoga, o Jairo, para a menina se levantar que estava como morta (Mc 5,37-42; Lc 8,51).

A Informação – Tomou a palavra e disse: Mestre, vimos alguém expulsar demônios em teu nome e quisemos impedi-lo (Lc 9,49-50; Mc 9,38-40). Segundo Jesus não era para impedir.

O Pedido – Sua mãe pediu a Jesus para ele e seu irmão sentarem à direita e à esquerda de Jesus no Reino. (Mt 20,20-21). O mesmo pedido ele e o irmão Tiago fizeram a Jesus (Mc 10,35-37). Os outros apóstolos ficaram indignados com eles.

O Discurso – No monte das Oliveiras, saindo do Templo, ele, André, Pedro e Tiago, perguntaram a Jesus em particular: “Conta-nos quando será, e qual o sinal de que isso estará para se consumar?” (Mc 13,1-4).

Na Transfiguração – Foi levado por Jesus junto com Pedro e Tiago ao monte onde ocorreu a “Transfiguração” (Mt 17,1-13; Mc 9,2-13, Lc 9,28-36).

Em Samaria – Quando tiveram má acolhida no povoado Samaritano a caminho de Jerusalém, ele e Tiago perguntaram a Jesus “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para que consumi-los?” (Lc 9,51-62). Jesus não quis. Partiram para outro povoado.

A Preparação da Ceia (Lc 22,8) – Jesus o enviou com Pedro para preparar a ‘refeição’1 da Páscoa.

Oração no Getsêmani (Mt 26,36-40; Mc 14,32-46; Lc 22,40-46) – No horto das Oliveiras foi chamado por Jesus para acompanhá-lo com Pedro e seu próprio irmão Tiago, para permanecerem com Ele e vigiar.

Na Ceia – Perguntou a Jesus quem era o traidor após receber um sinal e um pedido de Pedro. Com a cabeça reclinada no peito de Jesus, o atendeu (Jo 13, 22-25).

Na Cruz – Diante da Cruz ouviu viu e depois narrou: ‘ “Jesus, então, vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse a sua mãe: “Mulher, eis teu filho!”. Depois Jesus disse a ele “Eis tua mãe!” ‘. Então recebeu a ‘custódia’1 de Maria. (Jo 19,25-27).

Representava toda a humanidade junto à cruz (Pág 1309)1.

Viu e deu testemunho da morte de Jesus (Jo 19,35).

O aviso – Estava com Pedro quando foi avisado por Maria Madalena que o sepulcro de Jesus estava vazio (Jo 20,1-10). Descrito assim: Maria Madalena “corre, então, e vai a Simão Pedro e ao outro discípulo, que Jesus amava. Eles correram, ele chegou primeiro, viu as faixas de linho por terra, mas não entrou (Jo 20,3-5). O discípulo amado, viu, creu, não compreendeu o que era Ressurreição conforme às Escrituras e voltou para casa (Jo 20,8-10).

Ele não entrou e esperou Pedro porque reconheceu caber a Pedro certa preeminência (Pág 1892).

A Pesca no Lago de Tiberíades (Jo 21, 1-23) – Era pós Ressurreição de Cristo. Estava com Natanael, Tomé, os filhos de Zebedeu (Tiago e João) e outros dois discípulos no lago para pescar, mas foi em vão; encontram Jesus na praia sem saber que era Ele. Jesus mandou lançar a rede e pescaram muitos peixes. ‘Aquele discípulo que Jesus amava disse então a Pedro: “É o Senhor” ‘, reconhecendo Jesus entre eles. Pedro lembrou dele na ceia: tinha se inclinado sobre o peito de Jesus e perguntado: “Senhor, quem é que vai te entregar?”. Ele quis seguir Jesus, mas Jesus deixou expresso na pergunta que que fez a Pedro, que veria ficar até que Jesus voltasse (Jo 21, 20-22).

A Divulgação – Divulgou-se a notícia de que ele não morreria porque devia esperar Jesus (Jo 21,23), mas não foi isso que Jesus disse.

O Testemunho – “Foi testemunha ocular dos fatos” (Jo 21,24). Um testemunho verdadeiro do discípulo amado (Pág 1839) 1 e 2.

Judas Iscariotes

Filho de Simão

(Jo 6,71)

 

Nome:

Homem de Cariot

mentiroso, hipócrita (Pág 1720)

A Explicação – Foi aquele que entregou Jesus. (Mt 10,4).

A Traição – Foi ter com os sumos sacerdotes e disse: “Que me dareis se eu vos entregar Jesus?” Combinaram trinta moedas de prata. E daí em diante, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo (Mt 26,14-16; Mc 14,10-11; Lc 22,1-6; Jo 26,47-49).

A Referência – Foi referenciado por Jesus como um diabo entre os 12 (doze), sem Jesus citar seu nome (Jo 6,70-71).

Na casa – Na casa de Lázaro, Maria ungia os pés de Jesus. Ele perguntou à Maria: “Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos pobres?”. Mas ele não se preocupava com os pobres. Era ladrão, pegava da bolsa. Ouviu de Jesus para deixá-la; porque o que ela fazia era para Sua própria sepultura; e sempre teriam pobres, mas a Ele não (Jo 12,1-8).

Na Ceia – No Lava-pés o diabo já tinha seduzido Judas Iscariotes para entregar Jesus. Jesus disse: “Vós também estais limpos, mas não todos”. “Não estais todos limpos”. Eu não falo de todos vós. Eu conheço aqueles que escolhi. Mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: ‘Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar’” (Jo 13.2-18).

Ele já tinha o projeto de entregar Jesus pelo diabo enquanto ceava (Jo 13,2).

Na última ceia Jesus disse: “Em verdade, em verdade, vos digo: um de vós me entregará”. “Mestre, serei eu?” Judas perguntou. Jesus respondeu: “Tu o dizes” (Mt 26,25). João inclinou-se e conforme Pedro fez sinal, o discípulo amado perguntou: “Senhor, quem é?”. Jesus retrucou: “É aquele a quem eu der um bocado passado no molho”. “o que comigo põe a mão no prato, esse me entregará” {Mt 26,20-21}. E deu a Judas. Depois do bocado, Satanás entrou em Judas. Jesus, então, lhe disse: “O que tens a fazer, faze logo”. Mas nenhum dos presentes entendeu por que ele falou isso. Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus estava dizendo: “Compra o que precisamos para a festa”, ou que desse alguma coisa para os pobres. Então, depois de receber o bocado, Judas saiu imediatamente. Era noite (Jo 13,21-30).

A entrega Ele conhecia o jardim, o lugar, porque Jesus muitas vezes ali se reunia com seus discípulos. Levou o batalhão romano e os guardas dos sumos sacerdotes e dos fariseus, com lanternas, tochas e armas, e chegou ali. Jesus disse: “A quem procurais?”. “A Jesus de Nazaré!”, responderam. Ele disse: “Sou eu”. (Jo 18,1-8). Acompanhava a multidão que trouxera espadas e paus. E combinou: “Aquele que eu beijar, é ele: prendei-o!” Quando encontrou Jesus, Judas disse: “Salve, Rabi!” e lhe deu um beijo. Jesus lhe disse: “Amigo para que vieste?” (Mt 26,47-49; Mc 14,43-45). “Judas, com um beijo tu entregas o Filho do Homem?” (Lc 22,47).

O remorso Ao ver que Jesus fora condenado, ficou arrependido e foi devolver as trinta moedas de prata aos sumos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: “Pequei, entregando à morte um inocente”. Eles responderam: “Que temos nós com isso? O problema é teu”.  E ele jogou as moedas no Santuário, saiu e foi se enforcar (Mt 27,3-5).

Foi referido na “Oração de Jesus” como o “filho da perdição”. Exceto ele havia se perdido. (Jo 17,12).

O Campo – Seu dinheiro foi utilizado na compra de um terreno para sepultar estrangeiros, o “Campo de Oleiro” ou “Campo de sangue” (Mt 27, 6-10).

Judas Tadeu

Filho (Lc 6,1) ou irmão de Tiago

(Pág 1798)

 

 Redator de uma Epístola (Pág 2103)

O Irmão – Foi tratado como irmão de Jesus, Tiago, José (Joset), Pedro (Mt 13,55; Mc 6,3).

O questionamento – Perguntou na “Despedida” de Jesus: “Senhor, por que te manifestarás a nós e não ao mundo?” (Jo 14,22).

 

Mateus

Levi (Mc 2,13)

 

Filho de Alfeu

 (Mc 2,14)

 

Publicano (Mt 10,2; Lc 5,27)

 

Cobrador de Impostos2 (Mt 9,9)

 

Evangelista

O Chamado na Coletoria – Estava sentado na coletoria de impostos e foi chamado por Jesus (Mt 9,9; Lc 5,27-28).

A Festa – Ofereceu uma ‘Festa’ (Lc 5,29-32) em sua casa onde Jesus foi questionado porque comia e bebia com pecadores e publicanos (Mc 2,15).

Pedro

Simão (Mt 4,18)

 

Irmão de André (Mt 4,18)

 

Pescador (Mt 4,18)

 

Filho de João ou

 (Jo 1,42; 21,15) Jonas (Mt 16,17)

 

Era de Bertsaida

(Jo 1,44), norte da Galileia (Mc 14,70).

 

Nome:

Cefas = Pedra

(Jo 1,42)

 

Príncipe dos Apóstolos

 (Pág 1469)1

 

Cabeça do Colégio

Apostólico (Pág 1845)

 

Relator de duas Epístolas. (Pág 2103)

O Chamado (Mt 4,18-21; Mc 1,16-18; Lc 5,10; Jo 1,35-42) – Seu irmão era um dos que tinha ouvido falar de Jesus e disse a ele: “Encontramos o Cristo”. Foi fitado por Jesus, reconhecido como filho de João e chamado de Cefas. Foi um dos 4 primeiros (ele, André, João e Tiago) chamados. Lançava a rede no mar com seu irmão André. Jesus lhes disse: “Não tenhas medo! Doravante serás pescador de homens.” Era sócio de Tiago e João, os filhos de Zebedeu. Foi conduzido por seu irmão André para conhecer Jesus, o Messias, e passou o dia com Ele.

No Barco (Mt 4,18-29; Mc 1,16-20; Lc 5,1-11) – Jesus entrou no barco de Simão e pediu que se afastasse um pouco, sentou e ensinou às multidões. Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança mais para o fundo, e ali lançai vossas redes para a pesca”. Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, pela tua palavra, lançarei as redes”. Agindo assim, pegaram tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. Vendo isso, Simão Pedro caiu de joelhos diante de Jesus, dizendo: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!”. Ele estava com Tiago e João nesta hora.  (Foi o único que se postou e reconheceu-se pecador antes de ser chamado).

Galileia (Mc 1,35-36) – De madrugada, quando ainda estava bem escuro, Jesus se levantou e saiu rumo a um lugar deserto. Lá, ele orava. Simão ‘Pedro’2 e seus companheiros procuravam ansiosos por Ele.

A Sogra de Pedro (Mt 8,14; Mc 1,29-34; Lc 4,38) – Recebeu Tiago, João e Jesus na sua casa e de André, para Jesus curar sua sogra.

Casa de Jairo (Mc 5,21-47; Lc 8,40-56) – Foi chamado por Jesus, com os irmãos Tiago e João. Ia acompanhá-lO à casa do Chefe da Sinagoga, o Jairo, para a menina se levantar que estava como morta. No caminho tocaram nele e Pedro disse: “Mestre, são as multidões que te cercam e te apertam”. Pedro entrou com ele.

O Irmão – Foi tratado como irmão de Jesus, Tiago, José (Joset), Judas (Mt 13,55; Mc 6,3).

Jesus caminhando sobre as águas (Mt 14,22-33) – Pedro que ir ao encontro de Deus sobre o mar. Jesus disse: “Vem!”. Ele quase afundou e diz para Jesus: “salve-me”, foi segurado por Jesus e foi repreendido por ser fraco na fé.

Puro e impuro (Mt 15,10-20)Pede explicação sobre a Parábola do “cego guiando cego” e Jesus questionou “não entendes?”. O importante é o que sai do coração.

Profissão de Fé e primado de Pedro (Mt 16,13-20; Mc 8,27-30; Lc 9,18-21) – Disse ele a Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo! Jesus então declarou: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu.”); e continuou: “...tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja... darei as chaves do Reino dos Céus...”.

A pecadora – Questionado por Jesus sobre qual o credor deve mais e ele respondeu: “Suponho que aquele ao qual mais perdoou” (Cf. Lc 7,41).

Pronto retorno para o Mestre (Lc 12,41) – Pedro indagou a Jesus: “Senhor, é para nós ou para todos que contas esta parábola?”

1º Anúncio da Paixão (Mt 16,21-28; Mc 8,31-38) – Jesus fala que o Filho do homem vai sofrer. E ele o chamou de lado e fala “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!”. Jesus pede para afastar para não fazer a vontade de Satanás. É preciso carregar a cruz e seguir Jesus.

Na Transfiguração (Mt 17,1-13; Mc 9,2-13, Lc 9,28-36) – foi levado ao monte por Jesus, juntamente com Tiago e seu irmão João. Viu a aparição de Moises e Elias. Então ofereceu-se para fazer as três tendas. 

Imposto do Templo (Mt 17,24-27) – Perguntaram a ele se Jesus pagava imposto. Ele disse “paga sim”. Jesus em conversa com ele perguntou de quem recebia imposto “dos familiares” ou “dos estranhos”. Pedro respondeu “dos estranhos deveria ser pago impostos”. Então foi enviado por Jesus para pescar um peixe, abri-lhe a boca, pegar a moeda e saudar os impostos dele e de Jesus.

Perdão (Mt 18,21-22) – Perguntou a Jesus quantas vezes deveria perdoar o irmão que pecasse. Recebeu como resposta, que deveria perdoar 77 vezes.

Recompensa dos apóstolos (Mt 19,27-29; Mc 10,28-30; Lc 18;28-30) – “Olha! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?”. Jesus respondeu: “Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho vem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. Recompensa dos apóstolos. E muito mais: vida eterna. Em Atos 2,30 é confirmado o trono.

Preparação da Páscoa (Lc 22,8) – Jesus o enviou com João para preparar a ‘refeição’1 da Páscoa.

Caminhando (Mc 11,21) Disse a Jesus: “Rabi, olha, a figueira que amaldiçoaste secou”.

O Discurso (Mc 13,1-3, Lc 21, 5-7) No monte das Oliveiras, saindo do Templo, ele, André, João e Tiago, perguntaram a Jesus em particular: “Conta-nos quando será, e qual o sinal de que isso estará para se consumar?” (Mc 13,1-4).

Palavra Eterna (Jo 6,67-68) – Pedro diz: “Senhor a quem iremos?” Tens palavras de vida eterna e nós cremos que és o Santo de Deus”.

Negação Predita (Mt 26,30-35; Mc 13,26-31; Lc 22,34; Jo 13,36-38) – Disse: “Mesmo que todos se escandalizem, eu jamais”. “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, não podes seguir-me agora; mais tarde me seguirás”. Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei minha vida por ti!” Jesus respondeu: “Darás tua vida por mim? Em verdade, em verdade, te digo: não cantará o galo antes que me tenhas negado três vezes. Ainda que eu tenha de morrer contigo, não te negarei”, Pedro respondeu.

Jesus orou por Pedro (Lc 22,32) – a fim de que a fé dele não desfalecesse.

Oração no Getsêmani (Mt 26,36-40; Mc 14,32-46; Lc 22,40-46) – No horto das Oliveiras foi chamado por Jesus para acompanhá-lo com João e Tiago, para permanecerem com Ele e vigiar. Pedro dormiu e foi questionado por Jesus, por não vigiar nem por uma hora. Foi orientado para vigiar e orar sempre porque a carne é fraca.

O Lava Pés / Ceia (Jo 13,1-20) – Jesus começou a lavar os pés dos discípulos e Pedro não quis que lavasse os deles. Foi explicado que precisava permitir para fazer parte de Jesus, então desejou que as mãos e a cabeça fossem lavadas também, sem precisão, pois estava puro. Acenou ao discípulo amado, João, pedindo para ele perguntar a Jesus quem era o traidor (Jo 13,24).

A espada (Jo 18,11) – Feriu com a espada o servo do Sumo Sacerdote, Malco, decepando-lhe a orelha direita quando Jesus foi preso. (Jo 18,10). Ouviu de Jesus: “Embainha a espada...”.

A negação confirmada (Mt 26,69-75; Mc 14,66-72; Lc 22,54-71; Jo 18-12-27) – Seguiu Jesus de longe (Mc 14,53). Sentou-se no meio do povo que acendeu a fogueira (Lc 22,55); ou junto à porta de fora e depois foi introduzido à sala. Negou três vezes antes de o galo cantar três vezes, lembrou-se das falas de Jesus e chorou amargamente.

Sepulcro vazio (Lc 24,1-12; Jo 20 1-12) – o Homem (Anjo) pediu para Maria Madalena dizer a seus discípulos e a Pedro: “Ele vai à vossa frente para a Galiléia16,7). Foi encontrado por Maria Madalena que lhe avisou que o túmulo estava vazio. Saiu correndo com João, esse chegou primeiro e ficou esperando por ele. Ele se surpreendeu (Lc 24, 12), mesmo não dando créditos às mulheres (Mc 24,9). Inclinou-se, mas viu apenas lençóis. Viu, creu, não compreendeu o que era Ressurreição conforme às Escrituras e voltou para casa (Jo 20,8-10).

Emaús – Os discípulos de Emaús confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” (Lc 24, 34-).

A Pesca no Lago de Tiberíades (Jo 21, 1-23) – Era pós Ressurreição de Cristo. Estava com Natanael, Tomé, os filhos de Zebedeu (Tiago e João) e outros dois discípulos e disse: “eu vou pescar”. Ouvindo o discípulo amado dizer que era o Senhor que estava com eles, vestiu e arregaçou a túnica (pois estava nu) e lançou-se ao mar. Arrastou a rede para terra. Respondeu 3 vezes a Jesus: “Sim. Senhor tu sabes que te amo.” Ficou triste na 3ª vez que Jesus perguntou. Então Jesus pediu para ele apascentar as ovelhas d’Ele. Ouve que quando mais velho, vai entender, dar gloria a Deus e pede para segui-lo. Vê João segui-lO. Aí, Pedro quis saber de Jesus sobre ele e perguntou: “Senhor, e ele?” (Jo 21,20). Jesus responde: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me.

Pedro reconhece em Jesus o Messias e que deverá ser uma pedra de arrimo para seus irmãos (CNBB pág 1222- rodapé).

Simão

Zelota ou Zelote

(alguém que zela pelo nome de Deus)

 

Cananeu1

 

Nacionalista2

Não deve ser confundido com:

Simão Pedro (Mt 4,18),

Simão Leproso (Mt 26,6),

Simão de Cirene (Mt 27,32),

Simão fariseu (Lc 7,39-40),

Simão Iscariotes, pai de Judas e

Simão de Emaús (Lc 24,13,34).

 

Tiago

Irmão de João

 (Mt 4,21)

 

Companheiro de Simão (Lc  5,10)

 

Filho de Zebedeu (Mt 4,21; Mc 10,35)

 

Pescador

 

Maior (Pág 1435)1

O Chamado (Mt 4,18-21; Mc 1,16-18; Lc 5,10; Jo 1,35-42) – Estava no barco com o pai e consertava as redes com o irmão. Foi um dos 4 primeiros (ele, André, João e Pedro) chamado por Jesus para pescar homens. Era sócio de Pedro e seu irmão João.

A Nominação – Recebeu o nome de Boanerges com o irmão que significa Filhos do trovão. (Mc 3,17)

Casa de Jairo – Foi chamado por Jesus com seu irmão João e Pedro a acompanhá-lO à casa do Chefe da Sinagoga, o Jairo, para a menina se levantar que estava como morta. (Mc 5,37)

Em Samaria – a Ele e João perguntaram a Jesus “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu, para que os destrua?” (Lc 9,51-62) quando teve má acolhida no povoado Samaritano a caminho de Jerusalém. Jesus não quis. Partiram para outro povoado.

O Irmão – Foi tratado como irmão de Jesus, Pedro, José (Joset), Judas (Mt 13,55; Mc 6,3).

A Sogra de Pedro – Foi com João e Jesus à casa de Pedro e André curar a sogra de Pedro (Mt 8,14; Mc 1,29; Lc 4,38).

Na transfiguração – Foi levado por Jesus junto com Pedro e João ao monte onde ocorreu a “Transfiguração” (Mt 17,1-13; Mc 9,2-13, Lc 9,28-36).

O Pedido – Sua mãe, junto com os filhos, pediu para eles sentarem à direita e à esquerda de Jesus no Reino. (Mt 20,20). Ele com o irmão fez esse pedido. (Mc 10,35). Os outros apóstolos ficaram indignados com eles.

O Discurso – No monte das Oliveiras, saindo do Templo, ele, André, João e Pedro, perguntaram a Jesus em particular: “Conta-nos quando será, e qual o sinal de que isso estará para se consumar?” (Mc 13,1-4). Ele e João perguntaram a Jesus “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu, para que os destrua?” (Lc 9,51-62) quando teve má acolhida no povoado Samaritano a caminho de Jerusalém. Partiram para outro povoado.

Oração no Getsêmani (Mt 26,36-40; Mc 14,32-46; Lc 22,40-46) – No horto das Oliveiras foi chamado por Jesus para acompanhá-lo com Pedro e seu próprio irmão João, para permanecerem com Ele e vigiar.

A Pesca no Lago de Tiberíades (Jo 21, 1-23) – Era pós Ressurreição de Cristo. Estava com Pedro, Natanael, Tomé, seu irmão Tiago e outros dois discípulos no lago para pescar, mas foi em vão; encontram Jesus na praia sem saber que era Ele. Jesus mandou lançar a rede e pescaram muitos peixes.

Tiago

Filho de Alfeu (Mt 10,3; Mc 3,13)

 

Filho de Maria

(Mt 27,55)

 

Irmão de José

(Mt 27,55)

 

Menor (Pág 1435)1

 

Redator de 1 Epístola (Pág 2102)

Não pode ser confundido com Tiago ‘Maior’1.

Tomé

Dídimo (J0 11,16)

 

Seu nome significa: Gêmeo

Na casa – Na casa de Lázaro disse aos companheiros: “Vamos nós também, para morrermos com ele!” (Jo 11,16).

Na despedida – Perguntou a Jesus na Sua “Despedida”: “Senhor, não sabemos aonde vais. Como podemos conhecer o caminho?” Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida...” (Jo 14,5).

A ausência – Não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos contaram-lhe: “Nós vimos o Senhor!” Mas Tomé disse: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei”.

A Crença - Oito dias depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles. Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!” (Jo 20,24-28).

A Pesca no Lago de Tiberíades (Jo 21, 1-23) – Era pós Ressurreição de Cristo. Estava com Pedro, Natanael, Tomé, seu irmão João e outros dois discípulos no lago para pescar, mas foi em vão; encontram Jesus na praia sem saber que era Ele. Jesus mandou lançar a rede e pescaram muitos peixes.

 

1 – Bíblia Sagrada; Edições Paulinas e Bíblia Sagrada CNBB – Internet em PDF.

2 – Bíblia Sagrada na Linguagem de Hoje; 1991.

João Batista

 

O referente trabalho teve como base a Bíblia de Jerusalém. O objetivo é relatar as passagens que fazem referências a João Batista o precursor de Jesus. Era denominado João, João Batista e Profeta do Altíssimo. Narra a origem do nome, a ascendência, sua vida em criança, a profecia a seu respeito, a missão e os aspectos de sua vida.

 

PASSAGENS BÍBLICAS

Citação

PRECURSOR DE JESUS

João Batista – Segundo o anjo, o pai daria o nome de João.

Lc 1,13

ASCENDÊNCIA

Filho de Zacarias e Isabel. Ele descendente de Abdias e ela, de Aarão.

Lc 1, 5

ÉPOCA

Herodes, rei da Judeia.

Lc 1,5

CARACTERÍSTICAS DOS PAIS DO PRECURSOR

Ambos eram justos diante de Deus, e de modo irrepreensível seguiam todos os mandamentos e estatutos do Senhor. Não tinham filhos porque ela era estéril e os dois eram de idade avançada.

Ele era sacerdote.  

Lc 1,5-7

 

 

 

Lc 1,8

ANUNCIAÇÃO A ZACARIAS DA GRAVIDEZ DE ISABEL

Um dia ele viu o Anjo do Senhor, chamado Gabriel, à direita do altar. O anjo lhe disse que Deus ouviu as súplicas dele e que ele teria um filho com Isabel. Explicou que João seria grande diante do Senhor e que ele teria alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com seu nascimento. E ficaria pleno do Espírito Santo, ainda no seio da mãe. Zacarias ficaria mudo e sem poder falar, até que se cumprisse o tempo oportuno. Quando Zacarias saiu do Santuário, mudo, o povo, que estava fora em oração, entendeu que ele tivera uma visão.

Lc 1,8-25

ANUNCIAÇÃO A MARIA DA GRAVIDEZ DE ISABEL

Na Anunciação do nascimento de Jesus à Maria, o Anjo Gabriel lhe disse: “Também Isabel, tua parenta concebeu um filho na velhice, e este é o sexto mês (da gravidez a espera de João) para aquela que chamavam de estéril.”

Lc 1,36

VISITA DE MARIA A ISABEL

Maria entrou na casa de sua parenta Isabel. Assim que Isabel ouviu a saudação, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. João estremeceu de alegria.

Nesta ocasião ocorreu o Cântico de Maria.

A visita durou cerca de três meses.

Lc 1,39-44

 

 

Lc 1,46-55

Lc 1,56

NASCIMENTO E INFÂNCIA

João Batista nasceu e os vizinhos disseram que Deus cumulara Isabel com Sua misericórdia e com ela se alegraram.

No oitavo dia houve a circuncisão do menino e Isabel disse que ele seria chamado de João. Como replicaram o nome João, Zacarias pediu uma tábua e escreveu: João. Todos ficaram admirados e Zacarias voltou a falar bendizendo a Deus. Todos reconheceram que a mão de Deus estava com o menino João. Seguiram o que havia sido informado pelo anjo.

Zacarias profetizou o Benedictus.

O menino crescia e se fortalecia em espírito...

Lc 1,57-58

 

Lc 1,59-66

 

 

 

 

 

Lc 1,67-79

Lc 1,80

PROFECIAS

Malaquias: “Eis que enviarei o meu mensageiro para que prepare um caminho diante de mim.” (Texto aplicado a Elias e a João Batista - Página 1683)

“Eis que vos enviarei Elias, o profeta, antes que chegue o Dia de Iahweh, grande e terrível. Ele fará voltar o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais, para que não venha ferir a terra com anátema.” 

Isaias: “voz do que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, tornai retas suas veredas”; “Eis que envio o meu mensageiro à Tua frente. Ele preparará o caminho diante de ti”.

Ml 3,1

 

 

MI 3,23

 

 

 

Is 40,3;

Mt 3,3; 11,10;

Mc 1,2-3;

Lc 1,76; 3,4-6

Jo 1,23

MISSÃO DE JOÃO BATISTA

Converter muitos dos filhos de Israel ao Senhor Deus;

Caminhar à frente de Jesus com o espírito e poder de Elias;

Converter os corações dos pais aos filhos e os rebeldes à prudência dos justos;

Preparar ao Senhor um povo bem disposto.

Proclamar um batismo de arrependimento para a remissão dos pecados.

Proclamar o Evangelho gritando no deserto, sendo o princípio do Evangelho. Continuar a anunciar a Boa Nova.

Lc 1,16-17;

 

 

 

 

Mc 1,4; Lc 3,3

Mt 3,1

Pregar no deserto dizendo: “Arrependei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”.

Mt,3,1

Batizar com água – João foi enviado por Deus para batizar com água, confessando os pecados.

Ele com água, no Rio Jordão e Jesus com o Espírito Santo

 

Mt 3,6;

Mc 1,8;

Mc 1,4-5;

Lc 3,21

Jo 1,24-26

Ser Profeta do Altíssimo (Benedictus)

Transmitir ao povo o conhecimento da salvação pela remissão dos pecados.

Lc 1,67-79

Lc 3,3

Caminhar na Justiça – Veio num caminho de justiça e não foi acreditado.

 

Mt 21,32;

Testemunhar sobre a luz, Jesus – Veio como testemunha para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. Ele não era a luz. Foi a lâmpada que ardia e iluminava.

Jo 1,6-8; 5,35

ONDE MORAVA, PREGAVA E BATIZAVA

Habitou no deserto até sua manifestação a Israel.

Pregava no deserto de Jerusalém, Judeia e região além do rio Jordão.

Batizava no rio Jordão e também em Enom, perto de Salim, pois as águas eram abundantes.

Lc 1,80;

Mt 3,1.5; Mc 1,4-5;

Mt 3,6; Jo 3,23

COSTUMES

Usava uma roupa de pelos de camelo e um cinturão de couro em torno dos rins.

Seu alimento consistia em gafanhotos e mel silvestre.

Mt 3,4;

 

Mc 1,6;

Não bebeu vinho nem bebida embriagante conforme foi anunciado.

Não comia pão e não bebia vinho e por isso, diziam: O demônio está nele!

Lc 1,15;

 

Lc 7,33;

ORIGEM DO TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA

 

A Palavra de Deus foi dirigida a João no deserto, nos tempos do imperador Tibério César. Pôncio Pilatos governava a Judeia e Herodes, a Galileia.

Lc 3,1-2;

 

TESTEMUNHOS DE JOÃO

 

Confrontava os fariseus e saduceus que vinham se batizar. João dizia que deviam se arrepender porque o Reino dos Céus estava próximo. Muitos se batizavam e confessavam seus pecados. Ele, João, pedia que produzissem fruto digno de arrependimento; que a árvore que não produz bom fruto devia ser arrancada; que não adiantava só dizer que tinham como pai Abrão.

Mt 3,7-10;

Lc 3,7-9;

 

Avisava que batizava com água e aquele que viria depois dele (Jesus) batizaria com o Espírito Santo e fogo.  O que veria era mais forte e não era digno de tirar-lhe a sandália.

“Foi dele (Jesus) que eu disse: ‘Aquele que vem depois de mim passou à minha frente, porque antes de mim ele já existia’”.

“Ele (Jesus) trará a pá em sua mão e vai limpar sua eira: o trigo, ele o guardará no celeiro, mas a palha, ele a queimará num fogo que não se apaga”.

“Eu vi o Espírito descer sobre ele (Jesus) e dou testemunho que ele é o Eleito de Deus”.

Mt 3,11-12;

Mc 1,7-8;

Lc 3,15-17;

Jo 1,15,33,34;

 

Dizia para que quem tivesse duas túnicas e comida repartisse com quem não tinha; aos soldados que não molestassem com extorsões nem denunciassem falsamente e se contentassem com seus soldos. 

Lc 3,10-14

Em Bethabara, João disse aos judeus que o interrogaram: “Eu não sou Cristo, não sou Elias, não sou profeta.” “Eu sou a voz do que clama no deserto: endireitai o caminho do Senhor”.

Jo 1,19-34

Em outro dia ele viu Jesus se aproximando e disse: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Depois de mim, vem um homem que passou adiante de mim, porque existia antes de mim.” Disse que não O conhecia, mas testemunhava porque vira o Espírito Santo descer quando O batizara, conforme “Quem” o enviou o avisara.

Jo 1,35-36;

Jo 1,31-34

 

Eis o último testemunho de João: Um homem nada pode receber a não ser que tenha sido dado do céu; não sou Cristo, sou o enviado adiante d’Ele; essa é minha alegria e ela está completa; é necessário que ele cresça e eu diminua; aquele que vem do alto está acima de todos; Ele veio do céu deu testemunho do que viu e ouviu, mas ninguém acolhe; quem acolhe certifica que Deus é verdadeiro, que Deus O enviou e que dá Espírito sem medida; o Pai ama o Filho e entregou tudo na sua mão; quem crer tem vida eterna.

(Este testemunho foi o último em dois sentidos porque João Batista foi o sucessor do último profeta, o Malaquias, cuja predição João cumpriu. – Pág 1723)

Jo 3,27-36;

 

 

 

 

 

 

JOÃO BATISTA E JESUS

 

João tentou dissuadir Jesus, que veio da Galileia para ser batizado. Falou que ele mesmo tinha necessidade de ser batizado por Cristo. Foi convencido porque convinha cumprir toda a justiça. João batizou Jesus no rio Jordão e viu os céus se rasgando e o Espírito de Deus descer como uma pomba e escutou a voz: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo,” conforme Deus o avisara.

Mt 3,13-17;

Mc 1,9-11;

Lc 3-21-22;

Jo 1,33

Disse que não era Cristo, mas era o enviado adiante dele.

Jo 3,28

Mostrou Jesus como o Cordeiro de Deus.

Jo 1,29;36

Depois que João foi preso Jesus começa a pregar na Galileia e proclamava o Evangelho de Deus. Havia se cumprido o tempo da profecia e o Reino de Deus estava próximo. Era para se arrepender e crer no Evangelho.

Mt 4,12-17;

(Lc 4,14);

Mc 1,14

Jesus queria saber o que diziam do Filho do Homem, uns diziam: era João Batista ou Elias para muitas pessoas que afirmavam isso depois que João foi degolado.

Mt 16,13-14;

Mc 8,28;

Lc 9,19;

TESTEMUNHOS DE JESUS SOBRE JOÃO BATISTA

 

Eis o que Jesus falou a respeito de João às multidões: Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Um homem vestido de roupas finas? Então que foste ver? Um Profeta?

João foi mais que um profeta. Era dele que falava a Escritura sobre o mensageiro.

Mt 11,7-10;

Lc 7,24-27;

 

Entre os nascidos de mulher, não surgiu nenhum maior do que João e, no entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. Todo o povo que o ouviu, e os próprios publicanos, proclamam a justiça de Deus, recebendo o batismo de João; os fariseus e os legistas, porém, não querendo ser batizados por ele, aniquilaram para si esmo o desígnio de Deus.

Desde os dias dele até agora, o Reino dos Céus sofre com violência, e violentos se apoderam dele. Porque todos os profetas e a Lei profetizaram, até João o tempo das Profecias. A partir de então o Reino anunciado. E se quiserdes dar crédito, ele é o Elias que deve vir. “Quem tem ouvidos que ouça”.

Mt 11,11-15;

Lc 7,24-30;

16,16-17

 

João não come e não bebe, e dizem: Um demônio está nele.

Mt 11,18;

Lc 7,33

Jesus disse que Elias já veio, mas não o reconheceram. Veio para restaurar tudo, mas fizeram com ele tudo quanto quiseram, conforme dele estava escrito. Os discípulos entenderam que Jesus falava de João Batista.

Mt 17,9-13 Mc 9,12-13;

 

Jesus perguntou aos chefes dos sacerdotes e anciões de onde era o Batismo de João: Do céu ou dos homens? E os pôs à prova.

 

Mt 21,23-27;

Mc 11,27-33;

Lc 20,1-8;

As obras de Jesus eram um testemunho maior do que os de João, embora ele prestasse testemunhos verdadeiros sobre Jesus. Jesus disse: “Mas eu tenho um testemunho maior que o de João: as obras que o Pai me concedeu realizar”.

Jo 5,33 e 36;

Jo 10,40-41

 

TESTEMUNHO DO POVO A RESPEITO DE JOÃO

O povo disse a Jesus: João não fez sinal algum, mas tudo o que disse sobre ele (Jesus) era verdade.

Jo 10,40-41;

OS DISCÍPULOS DE JOÃO

André e outro discípulo de João o deixaram para seguir Jesus, quando João disse: “Eis o cordeiro de Deus”.

Jo 1,35-42;

Houve uma discussão entre os discípulos de João e um judeu, provavelmente acerca do Batismo. Em consequência disso, eles vieram encontrar João e lhe disseram: Rabi aquele que estava contigo do outro lado do Jordão, de quem deste testemunho, batiza e todos vão a ele.  (Jesus voltou à Galileia quando soube que os fariseus diziam que ele e seus discípulos batizavam mais que João).

Jo 3,22-27

Jo 4,1

 

João, ouvindo falar na prisão a respeito das obras de Cristo, pediu a dois dos seus discípulos que perguntassem a Jesus: “És tu o que há de vir, ou devemos esperar outro?” – Jesus fala nos milagres e manda informar a João.

Mt 11,2-6;

Lc 7,18-23

Os discípulos de João questionaram a Jesus: “Por que razão nós e os fariseus jejuamos enquanto teus discípulos não jejuam?” Jesus falou sobre: noivo, roupa velha, remendo, vinho velho e odre. Eles recitavam orações antes da refeição ao passo que os de Jesus comiam e bebiam.

Mt 9,14-17;

Mc 2,18-22;

Lc 5,33-39

HERODES E JOÃO BATISTA

 

Era tetrarca da Galileia nos tempos de João e seu irmão Filipe era tetrarca da Itureia e da Traconítide.

Lc 3,1;

Herodes /Herodíades / enteada de Herodes/ João

Herodes acreditava que Jesus era João ressuscitado dos mortos operando com os poderes do próprio João. Mesmo ouvindo falar que era Elias ou um profeta qualquer, dizia: “É João, que eu mandei decapitar, que ressuscitou”. E como mandara decapitar João, queria conhecer Jesus.

Herodes prendera, acorrentara e encarcerara João por causa de Herodíades, a mulher do irmão, pois João lhe dizia: Não é permitido tê-la por mulher.  Queria matá-lo, mas tinha medo da multidão, porque essa o considerava um profeta.

Era justo, santo e protegido de Herodes porque as falas dele lhe causavam prazer e quando Herodes as ouvia sentia-se confuso. 

A mulher de Herodes, Herodíades, voltara-se contra João, queria matá-lo e não podia. Seu marido além de ter medo de João, gostava de ouvi-lo com prazer, o protegia e se sentia confuso, pois sabia de suas qualidades.

Herodes acrescentou às suas más ações a prisão de João.

No aniversário de Herodes, a sua enteada agradou a Herodes e a seus convivas quando fez par dançando com ele. Herodes jurou-lhe dar o que ela lhe pedisse, até mesmo metade do reino. Instruída pela mãe, ela disse: “Dá-me num prato, a cabeça de João Batista.” Mesmo entristecido ordenou que assim fosse por causa do juramento feito diante dos presentes.

 

Mt 14,1-12;

Mc 6,14-29;

Lc 3,19-20;

Lc 9,7-9 

 

 

 

 

 

ANTES DA PRISÃO

João ainda não fora encarcerado 

Jo 3,24

PRISÃO DE JOÃO E MORTE

João foi informado: por Jesus, cegos recuperam a visão, coxos andam, surdos ouvem...

Foi decapitado no cárcere, a mando de Herodes, e sua cabeça foi levada num prato, entregue a enteada de Herodes, que levou à sua mãe Herodíades.

Mt 11,2-15;

Mt 14,10-11;

Mc 6,17-28;

SEPULTAMENTO

Os discípulos de João pegaram seu corpo e o sepultaram.

Mt 14,12;

Mc 6,29;

 

O Precursor cumpriu o chamado de Deus, embora tenha sido desacreditado por muitos. Foi humilde e nunca quis ser confundido com Jesus; sabia que o seu papel era apontar Jesus.

O trabalho praticamente narra as passagens resumidas ou na íntegra e as impressões estão vinculadas aos subtítulos.

Diferente dos outros trabalhos, apresentou uma nova estrutura.

 

  

 

 

Meditando

sobre Maria

 

 

 

 

 

Irmãos RMR

 

 

 

 

 

 

2017


Sumário

 

Apresentação                                                                                                3

Introdução                                                                                                     4

A Oração Ave Maria                                                                                      6

Maria                                                                                                             9

As Sete Palavras de Maria                                                                           13

1ª Fala de Maria – Lc 1,34                                                                           14

    “Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?”                 

2ª Fala de Maria – Lc 1,38                                                                           16

     “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo tua palavra”.         

3ª Fala de Maria – Lc 1,41     Maria “não fala” - Ela saúda.                         17

4ª Fala de Maria – Lc 1,46-55                                                                      18

     Maria recita o Cântico do Magnificat.                                                       

5ª Fala de Maria – Lc 2,48  Meu filho, por que agiste assim conosco?    26

      Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”.                                    

6ª Fala de Maria – Jo 2,3  ...Eles não têm mais vinho”.                             27

7ª Fala de Maria – Jo 2,5 “...Fazei tudo o que ele Vos disser”.                   29

Outras Passagens na Bíblia Relacionadas à Maria                                      31

Reconhecimento da Importância de Maria                                                34

Considerações Finais                                                                                   36

Bibliografia                                                                                                  38

             


 

Apresentação

 

              A ideia do livro “Meditando sobre Maria” surgiu em 2003, na vontade de um dos irmãos RMR, com algumas tentativas infrutíferas até 2017, simplesmente porque agora é a hora de Deus. E o tempo de Deus não é o nosso. 

              Em primeira instância, estaria restrito às Palavras de Maria e com uma comparação entre os Cânticos de Maria e o de Ana. Enquanto a pesquisa e a escrita foram tomando forma, concluiu-se que esta limitação não existia, pois as “Palavras de Maria”, pronunciadas ou não, vinham de sua alegria e de suas dores, mas sempre com Fé em Deus. São sentimentos e características que não estão descritos na Bíblia, entretanto estudos realizados, livros e textos escritos levam a traçar o perfil de Maria. No demais, tem como base a Bíblia.

              Só o fato de Maria ser a mãe de Jesus, o Deus Encarnado, mostra poder e força ante a humanidade, e com toda simplicidade ocupou seu espaço no meio dos fiéis.

 Para os antecedentes da família RMR não foi diferente. Com a oração do “Ofício da Imaculada Conceição”, por meio de seu Filho Jesus, a família foi agraciada várias vezes, de forma que Maria era e é louvada com devoção. As ocorrências foram contadas de geração em geração. 

É objetivo deste trabalho: louvar Maria dando conhecimento, oportunizando a reflexão, fortalecendo e aproximando todos da presença de Deus por intermédio das “Palavras de Maria”.

 

   


 

Introdução

 

Pai, Filho e Espírito Santo constituíram a Santíssima Trindade desde a Eternidade. São respectivamente a 1ª, 2ª e 3ª pessoa. 

Maria é a escolhida de Deus (Pai) e por obra do Espírito Santo, concebeu, no seu seio virginal, e deu ao mundo Jesus Cristo, o Filho de Deus, consubstancial ao Pai. O Filho de Maria é a 2ª Pessoa da Santíssima Trindade. 

No primeiro conceito “Aureliano” meditar significa estudar. Isto foi feito e descrito para que o leitor possa se beneficiar com prendas que estão reveladas na Bíblia. Noutro momento, meditar é refletir. E toda reflexão traz uma nova visão e até mesmo uma mudança de ação. 

Portanto, quem se “apropriar” da leitura “Meditando sobre Maria”, muito mais do que meditar, participará de um encontro pessoal de amor com o Deus misericordioso, além de viver um ato de louvor. 

 “As Palavras de Maria” são usadas diversas vezes no livro, mas é apenas a terminologia adotada, porque na realidade tanto as Palavras como o Silêncio expressam os sentimentos de Maria pelo Deus Pai e Deus Filho. 

As alusões da presença física e espiritual de Maria diante da Anunciação, junto ao Filho, mostra os ensinamentos de Deus. Esses ensinamentos começam com o Filho no ventre e junto a Ele, que perduram até os dias de hoje. Quem sabe até antes! Pois pela sua conduta foi a eleita de Deus.  

As Sete Palavras de Maria são citadas na Bíblia, no NT, em perícopes escritas por dois Evangelistas:

1a) “A Anunciação” de Jesus Cristo (Lc 1,26-38) escrita por Lucas. 

2a) Lucas “A Visitação” de Maria à sua prima Isabel (Lc 139-45) e “o Cântico de Maria” (Lc 1,46-55). 

3a) “Jesus entre os doutores” (Lc 2,41-51) também do Evangelista Lucas.   

4a) “As núpcias de Caná(Jo 2,1-12) descrita por João.

O AT é uma prefiguração do NT, portanto, muitas passagens ocorridas numa era, aconteceram também na outra. Há uma correlação entre eles, no que diz respeito à Maria, conforme serão identificados nos textos posteriormente. A magnitude de Maria e Jesus são exceções nestas similaridades de ocorrência de fatos.

Parece paradoxal a afirmativa de que há pelo menos, 4.246 Marias no mundo, para uma única Maria. Semelhante paradoxo é o fato de que Maria, a mãe de Deus (um dogma, que será visto posteriormente) e de todos os viventes, esteja presente na Bíblia pronunciando apenas Sete Palavras. 

A presença leal e relevante de Maria na História Universal foi fundamental no Plano de Salvação da Humanidade. A sua influência, a sua função, a sua importância e o seu poder são incontestáveis. São ícones na História do mundo.

O foco deste trabalho: “Meditando sobre Maria” vai além das Sete Palavras de Maria porque os fatos são separados apenas didaticamente. Ele foi feito para reverenciar Maria, a escolhida por Deus. Uma louvação que não vem com todo esplendor que ela merece, devido a nossa incapacidade de saber com profundidade os Mistérios de Deus e a grandiosidade de Maria, mas com certeza com todo amor, respeito e fé que lhe dedicamos. 

 


 

A Oração Ave Maria

 

            A oração é um dos meios de chegarmos à mente Divina. É a arte de entrar em comunhão com o Pai, elevando assim a alma do orante. É um dom que exige que se creia e celebre esta ligação com Deus vivo e verdadeiro. É uma entrega que responde ao amor de Deus.

            A oração deve ser rezada ao Pai por meio de Seu Filho no Espírito Santo.  

A Ave Maria também chamada de Saudação Angélica é uma oração, que saúda a Virgem Maria baseada nos episódios da Anunciação e da Visitação, (Lc 1:28-45) como se pode perceber na explicação depois da recitação.

 

         Ave Maria

 

Ave Maria, cheia de graça.

O Senhor é convosco,              

bendita sois vós entre as mulheres,

Bendito é o fruto do vosso ventre Jesus.

                         

Santa Maria, Mãe de Deus,                 

rogai por nós, pecadores agora e na hora da nossa morte.

Amém.

 

 A primeira parte desta oração vem da visita do Anjo à Virgem: “Ave Maria cheia de graça o Senhor é convosco”. (Lc 1,28) O Ave Maria pode ser visto como Salve Maria ou Alegra-te. O Cheia de graça significa que ela é cheia do Divino, cheia de Deus, confirmado no o Senhor é convosco.   Maria visita Isabel, e essa, cheia do Espírito Santo, saudou Maria dizendo: Bendita sois vós entre as mulheres. Ela quis dizer: está abençoada entre todas. E completa: Bendito é o fruto de vosso ventre Jesus. (Lc 1,42) O Bendito era e é o próprio Deus.

A segunda parte o Santa Maria Mãe de Deus é porque ela carregou no ventre um homem que é a 2ª pessoa da Santíssima Trindade. Ela é a Mãe de Deus.

De acordo com o Padre Paulo Ricardo: “Ela está na ordem da união hipostática, quer dizer a união de uma só pessoa, uma única pessoa, a pessoa do Filho do Deus eterno que uniu a natureza humana e a uniu a natureza Divina. Maria foi a única pessoa que teve o privilégio de ser chamada de mãe pelo Filho de Deus”. 

O Rogai por nós pecadores caracteriza confiança e esperança à ação de interceder.

 As orações de um modo geral têm um caráter de petição e na maioria das vezes um pedido de socorro para ser intercedido.

No cotidiano pedimos para as pessoas orarem por nós, aos nossos familiares, inclusive aos que faleceram. As mães são as mais solicitadas. Maria então, muito mais.

É nossa mãe. Nos pés da Santa Cruz quando Jesus pronunciou as últimas palavras que foram dirigidas a ela. Ele fez uma relação maternal e filial entre ela e o discípulo João com um sentido amplo e Universal. Neste momento ele fez de sua mãe a nossa mãe. Foram estas as palavras: “Mulher, eis teu Filho!” (Jo 19,25-27) A expressão “mulher”, para a época era um tratamento solene com carinho e respeito.  

É mãe da Igreja e de todos os cristãos porque era a mãe de Jesus e acompanhou o seu Filho desde o nascer. Participou também da criação da Igreja Primitiva.

Tendo Maria um amor incondicional por nós, zelando pelos filhos para que tenham a unidade da fé, é natural, justo e confiável que as nossas rogações sejam dirigidas à ela. Ela com sua plenitude nos enche de graça e de bênçãos, por meio de seu Filho Jesus.

Agora e na hora de nossa morte é a hora que ela está disponível para a gente: na vida e na morte. 

O Amém em hebraico quer dizer: Assim Seja.

 


 

Maria

 

Maria, pela Tradição (histórias contadas), era filha de Ana e de Joaquim. Era prima de Isabel, que teve o filho João Batista. Obviamente ele era primo de Jesus. Era judia, dotada de sabedoria e reconhecia o poder de Deus. 

Maria estava “comprometida em casamento com José”. (Mt 1,18) Ele era um homem justo, cumpridor da Lei de Deus, gostava da verdade e era obediente a vontade do Senhor. O noivado era um compromisso sério e ele já se considerava casado. 

Maria era uma jovem reservada, discreta e silenciosa que morava em um lugar simples. Era humilde e delicada; e foi a escolhida pelo Eterno para participar do Projeto da Salvação. Preferiu manter-se no anonimato para que o seu Filho brilhasse. 

Pelas Escrituras do AT, ela tinha ciência que o Messias vinha de uma virgem (Cf. Is 7,14) para salvar o mundo. O anjo informou que ela tinha sido a escolhida. O SIM da virgem tinha que acontecer... Ela foi a única mulher que Deus achou graça para ser concebida sem o pecado original.

A genealogia descrita em Mateus (Mt 1,1-17) destaca alguns nomes bem conhecidos do AT, tais como: Abraão, Isaac, Jacó, Judá, Davi, (Mt 1,27) Salomão e “José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus”. Ele usa a palavra “gerou” nas gerações, mas não, para se referir a Jesus.

Lucas mostra uma genealogia (Lc 3,23-37) desde o Filho de Deus, Adão... Abrão... e quando chega em Davi ele segue a linhagem de Natan. Segundo os estudiosos, essa antecedência é de onde vem Maria, mas não citam o nome dos pais dela segundo a Tradição. Lucas escreve ainda: “O Senhor Deus lhe dará o trono de Davi” (Lc 1,32) e “Ele reinará na casa de Jacó para sempre e seu reinado não terá fim”.  (Lc 1,33)

Ambas as descrições pelos Evangelistas comprovam a mensagem profética: o Salvador é da linhagem de Davi. (Cf. Is 9,5-6) Essas tantas gerações descritas caracterizam que Jesus vinha de todo jeito independente da origem. 

Maria é chamada filha de Sião ou filha de Sion. A palavra Sião deixa de se referir à cidade física e começa a ser usada figurativamente para designar o povo de Israel (Cf. 2Rs 19,21; e  Is 60,14) e posteriormente passa a assumir um contexto espiritual, conforme relato: a) fortaleza conquistada por Davi; b) Monte onde foi construído por Salomão o Templo de Jerusalém; C) Povo de Israel ou Cidade de Jerusalém ou terra de Israel; e finalmente d) A Jerusalém celeste, (Cf. Hb 12,22;  Ap 14,1; e 1Pd 2) citada no NT. Portanto, Maria simboliza a cidade de Jerusalém e personifica o povo de Israel inclusive o da Antigo Aliança. É prenúncio do novo Israel, que é a Igreja. Está no céu (é um dogma e será visto no decorrer do trabalho). É a mulher vitoriosa do Apocalipse. (Cf. Ap 12 e Gn 3,15)

A sua presença leal à Igreja, no chamado “Pentecostes” e na formação da Família comprova sua Aliança com as duas Instituições de Deus: Igreja e Família. Com José constituiu a Sagrada Família. Termo usado para designar a Família de Jesus de Nazaré, composta segundo a Bíblia por José, Maria e Jesus. Sagrada pela sua formação: misteriosa e Divina. Essa família fez a vontade do Pai, por isso para Jesus eram os Seus verdadeiros parentes. (Cf. Mt 12,46-50) É o modelo de família cristã.

Na criação do mundo, Deus abençoou o primeiro casal: Adão e Eva. (Cf. Gn 1,28) 

Mas Eva, a mãe dos viventes, se opõe à vontade de Deus e traz o pecado e a morte para a humanidade. (Cf. Gn 3, 15-20) Maria, a nova Eva, acreditou pela fé, amor, verdade e esperança em Deus. Ela traz por intermédio de seu Filho a redenção dos pecados. (Cf. Jo 1,29) Ela nos leva a aprender o segredo de uma vida cristã, lembrando-nos que o Cristianismo, nada mais é do que se viver como a pessoa de Cristo, o Verbo feito carne, que é o único Salvador do mundo. 

Maria entendia o Shemá Israel conhecido como “Ouve Israel.” (Cf. Dt 6-4-9)

           Ela amava a Deus, servia-O e seguia os Seus preceitos.

Ela é a bem-aventurada porque: “Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido”. (Cf .Lc 1,45) Maria seguiu também esses ensinamentos sobre a suprema felicidade que só é alcançável pelos santos e justos no céu, junto a Deus; abordadas no discurso da Bem-aventuranças. (Cf. Mt 5,1-12 e Lc 6,20-23) 

Os fatos bíblicos mostram Maria com uma conduta intercessora natural e providencial, mas a Bíblia é clara: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, que se deu em resgate de todos”. (1Tm 2,5-6) “Ele vive para sempre para interceder por eles”. (Hb 7,25) O próprio Jesus deixa isso muito evidente quando afirma: “Eu sou o caminho, a verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim.” (Jo 14,6)

Portanto, parece questionável Maria interceder no Projeto de Deus quando foi escolhida por Ele. A Divindade de Jesus não provém dela. Tudo vem da vontade do Pai. 

Humildade, servidão, equilíbrio, solicitude, responsabilidade, serenidade, comprometimento com Deus, silêncio, oração são características de uma intercessora, identificadas e elucidadas nas passagens abaixo:

a)    “A anunciação” (Lc 1,26-38) - O anjo falou exaltando Maria, dando destaque a sua plenitude; e ela ao dizer o SIM, conforme desígnio de Deus, cooperou livremente e fielmente pela fé e obediência na

Salvação dos Homens. Por esse SIM Jesus nasceu de uma mulher, (Gl 4,4-5)

 por obra e graça do Espírito Santo; 

b)    “A visitação” (Lc 1,39-45) - Ela teve solicitude com Isabel que engravidou em idade avançada;

c)    Maria na Infância de Jesus. - Permitiu o nascimento do menino, cumpriu os fundamentos da Fé na Lei Judaica circuncidando e levando o menino ao Templo. Protegeu-O da Matança dos Inocentes e foi morar em Nazaré. Levava-O ao Templo anualmente pela Páscoa. Tudo ocorreu conforme os intuitos de Deus;

d)    “As núpcias de Caná(Jo 2,1-12) - Além de movida de compaixão ‘levou’ o Messias a dar ‘início’ aos Seus milagres mostrando-se como Filho de Deus Pai. A intervenção não foi inoportuna;

e)    “Jesus e sua mãe” (Jo 19,25-27) - Maria, a mãe de Deus, Mãe de Cristo, passa a ser Mãe dos homens e principalmente dos fiéis, portanto, a mãe da Igreja. Ao cuidar dos filhos, ela cooperou na obra do Salvador para Restauração da Humanidade;

f)    “A morte de Jesus” (Jo 19,28-30) - Ficou ao lado do Filho até o fim. Consentiu com amor, Sua imolação pelos nossos pecados, por isso, a sua exclusividade na História da Salvação; e

g)    “O grupo do Apóstolos” (At 1,12) - O grupo estava em oração e Maria no meio deles. Permanecia com eles quando o primeiro Pentecostes aconteceu na Igreja Primitiva.

Maria foi profetizada. (cf. Is. 7,14; Miq. 5, 2-3; Mt. 1, 22-23) e por isso é sinal de Esperança e Consolação para o povo de Deus. Expressa simbolicamente os sonhos não apenas de Israel, mas de toda a Humanidade que acredita e acreditou na Nova e Eterna Aliança: Jesus Cristo Ressuscitado e Glorificado. 

A Igreja, ciente que Maria não é deusa e não opera milagres, não se contrapõe a Jesus mediador e plenitude de toda a Revelação. Mas, com base no aspecto maternal, no perfil de um intercessor e nas passagens constatadas, além das graças e bênçãos recebidas (convém ressaltar que são realizadas por seu Filho), lhe atribui o Título de Medianeira, conforme texto do Concílio Vaticano II sobre a Constituição Dogmática da Igreja Lumem Gentium (LG) no Capítulo VIII - A Bem-Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no Mistério de Cristo e da Igreja. 

Portanto, pela Fé acredita-se, de fato, que ela é “intercessora” e leva as necessidades ao Filho para chegar ao Pai, pois tudo que for pedido em Seu nome Ele rogará ao Pai. (Cf. Jo 14,14-16) 

 

As Sete Palavras de Maria

 

As Sete Palavras de Maria foram tiradas da Bíblia, por isso são conhecidas também por: As Sete Palavras Bíblicas de Maria.  

Dos quatro Evangelistas: Lucas, João, Mateus e Marcos, apenas os dois primeiros revelam as “Palavras de Maria”; mas em fatos distintos. 

Lucas relata “A Anunciação” de Jesus Cristo à Maria (Lc 1,26-38), “A visitação” à Isabel (Lc 1,39-45) e “Jesus entre os doutores” (Lc 2,41-50)   

João descreve “As Núpcias de Caná(Jo 2,1-9) onde ocorre o primeiro milagre de Jesus com a transformação de água em Vinho. 

Mateus narra a Anunciação, mas não tem relação com as Palavras de Maria, porque o Anjo revela-se em sonho a José para que ele assumisse a paternidade legal de Jesus. (Mt 1,18-25)  

Marcos não fez nenhuma referência às falas de Maria.

Enfim, são       ‘sete    palavras’         pronunciadas em       quatro acontecimentos descritos por dois Evangelistas, caracterizando mais um momento da presença de Maria do que as palavras em si. 

 

1ª Fala de Maria – Lc 1,34

“Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?”

 

As primeiras Palavras de Maria se fizeram presentes ante o Anjo Gabriel que foi enviado por Deus. Elas foram vivenciadas diante da sua posição de serva e de grandes revelações. A saudação “Alegra-te” (Lc 1,28) foi inspirada nos oráculos messiânicos – do Messias. (Sof 3,14-17)

Esta passagem é conhecida como “A Anunciação”. (Lc 1,26-38) Com essa pergunta Maria mostra um coração cheio de pureza virginal. Ela pede uma explicação, não para compreender ou questionar o Plano de Deus, mas para cumpri-lo. E embora esteja surpresa, ela acredita e demonstra confiança. Só não sabe como conciliar as duas realidades incompatíveis com seu estado: a de não "conhecer um homem" e “o chamado para ser mãe”.

Neste mesmo acontecimento o Anjo relata também a vinda do

precursor João Batista. (Cf. Lc 1,5-25) Aquele que vem informar o testemunho da luz: Jesus Cristo. (Jo 1,6-7) 

Isabel era estéril e por isso, era discriminada e humilhada. A

esterilidade era considerada desonra (Gn 30,23 e 1Sm 1,5-8) e até castigo, (2Sm 6,23; e Os 9,11),  mas Deus ‘ouviu’ a súplica de Zacarias (esposo de Isabel) gerando João Batista. É o sinal que “Para Deus, com efeito, nada é impossível”, (Lc 1,37) confirmado também na gravidez pelo Espírito Santo em uma virgem sem que houvesse a coabitação. “... A Deus tudo é possível. (Mt 19,25) Ele é o Todo Poderoso. 

Sara (Gn 18,1-16.21,1-7), Rebeca (Gn 25,21), Raquel (Gn 30,1.22) e Ana (1Sm 1) são personagens importantes do AT e também eram estéreis. Foram agraciadas por Deus, aquele que sempre realiza maravilhas.

Maria nem chegou a contar para José nem para Isabel da sua gravidez. Certamente ela orou muito e se entregou nos braços do Pai porque como era conhecedora do AT, sabia que poderia ser culpada por ‘adultério’. (Dt 13-21) Mesmo surpreendida com a situação, optou por sua submissão incondicional com o consentimento pleno para colaborar com o Mistério da Redenção, mediante a fé e a esperança em Deus. Ela era determinada, autônoma e livre para tomar decisões. Muito conscienciosa não teve medo das trevas. Assumiu sozinha sua gravidez enigmática.

José era comprometido com Maria. Percebeu que ela estava grávida, mas ficou sem entender porque era consciente da forma que à tratava. Não tinham coabitado. Mesmo assim queria dar a ela uma proteção social resguardando-a do “suposto adultério” cometido. Decidiu que não devia denunciá-la publicamente (Mt 1,19) por isso, ia repudiá-la em segredo assumindo a culpa do que não tinha feito. Foi quando o Anjo apareceu em sonho e lhe disse que Maria estava carregando o Filho do Deus Pai. Ele acreditou em Deus e assumiu a paternidade legal de Jesus (Mt 1,18-25) tornando-se o pai adotivo do Salvador. Assim, colocou-se também à disposição do Plano Salvífico.  

Nessa pergunta contida na 1ª Fala, a aceitação confirma revelações descritas no AT e torna-se realidade no NT.

a)    Maria, com a plenitude da graça, recebe a concepção Divina com o parto virginal Esses fatos ocorreram conforme foi profetizado por Isaías. (cf Is 7,14) A maternidade é Divina porque o Filho dela é Filho do Altíssimo. Ela ratifica o que existia no AT: os anjos eram referenciados como o próprio Deus. (Cf. Gn 16,7; 22,11-18; 31,11-13; Ex 3,2-5; e Jz 2,1-4) Uma teofania (revelação, manifestação de Deus) pelos Anjos mensageiros de Deus. Certamente, ela conhecia as citações Bíblicas.

b)    A encarnação do Filho do Criador, 2a Pessoa da Santíssima Trindade, e a concepção no seio de Maria por virtude do Espírito Santo demonstram o Mistério de Deus na Santíssima Trindade. 

c)    Jesus é inerente a Deus porque a sua concepção não foi por meio da coabitação entre um homem e uma mulher. A concretização foi da promessa Divina, a mais sublime ação de Deus na História. Será chamado o Filho de Deus. (Lc 1,35) Seu nome Jesus significa “Deus salva”.  O nome Emanuel denota “Deus conosco”, (Is 7,14.8,8; Mt 1,23) portanto, personifica Ele no meio de nós.

d)    Maria vive o Pentecoste antecipado porque obtém vínculos especiais para conceber Jesus. (Lc 1,37)         

 

2ª Fala de Maria – Lc 1,38

“Eu sou a serva do Senhor;

faça-se em mim segundo tua palavra”.

 

            A Virgem estava repleta de benevolência Divina. O SIM é o Faça-se, é o FIAT que dá início à plenitude do Mistério da Encarnação do Verbo. Em Jesus Cristo se encontra os ensinamentos para o caminho da Vida Eterna.

Nesta ocasião, ela mostrou toda sua confiança no Senhor ao chamar-se escrava. Declara que ela era propriedade de Deus e estava aberta por completo ao Mistério Divino. Trata de uma completa disponibilidade e solicitude para tudo que agrada a Deus. 

Colocando-se como Serva do Senhor, se descobre a profundeza de sua alma, em sua humildade. 

A submissão a Deus conduz a Plenitude dos Tempos. A Fé e Obediência ficam ressaltadas pelo seu grande SIM para seguirmos o seu exemplo no cotidiano. A sua liberdade é viver na dependência de Deus.  Esta afirmação “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo tua vontade”, está relacionada com a 1a Fala. As Palavras se completam: a pergunta que fez e a resposta na decisão do SIM. Ela foi responsável pela cooperação com a concepção virginal pelo Espírito Santo, para o Projeto de Salvação.  

 

3ª Fala de Maria – Lc 1,41  Maria não fala - Ela saúda.

 

“Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo.”  

Maria, cheia de Graça, nesta visita, começou e passou a fazer parte em todo lugar, dando continuidade ao SIM, seguindo Jesus, que já existia antes de sua maternidade. (Jo 1,1 e Gn 1) O SIM é um convite para se chegar a Ele.

O relato “A Visitação” (Lc 1,39-45) faz referência à visita a Isabel, com uma saudação não relatada, mas mostra o Mistério de Deus na grandeza de Maria. Pode ter sido qualquer palavra de saudação: oi, bom dia, como vai... Mas, isto não tem a menor importância. O fato é que, ungido pelo Espírito Santo, João Batista “ouviu” a saudação e

“respondeu”. (Lc 1,41) 

Certamente, a saudação era constituída por palavras de delicadeza, de cortesia e de bondade. É um exemplo para chegar a prática da caridade. É a virtude amável de fazer o cristianismo tão atrativo para que a nossa vida produza uma chama como a das primeiras Comunidades Cristãs. 

Isabel ao ficar repleta do Espírito Santo, com um grande grito, exclama: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42) As palavras que sua prima usa é um reconhecimento à pessoa de Maria e ao Filho que se encontra no seu ventre. Ao chamá-la de bendita reconhece que ela foi abençoada. A bênção é uma ligação profunda com Deus. Nesta saudação ela sabe que Maria é a preferida de Deus e o Filho é do Espírito Santo, ao acrescentar no segundo momento: “Donde me vem que a Mãe do meu Senhor me visite.” (Lc 1,43) Em outras palavras: Quem sou? O que fiz eu para receber a honra da Mãe de Deus me visitar?

A presença do Verbo Encarnado é a causa da alegria. Maria é a “medianeira” quem traz essa graça à Isabel e ao precursor; por ter no ventre a Salvação Messiânica (o Messias prometido). 

Maria é bendita porque creu nas promessas de Deus. Era uma mulher de fé e acreditou no Anjo e por isso, imediatamente foi visitar Isabel. Mostra consideração, amor e respeito na família quando se dispõe a ajudar. Foi uma jornada difícil para a época. Além de ser muito longe ela já estava grávida. Isabel morava em Ain Karin, situada nos montes da Judeia que são aproximadamente 150 quilômetros de distância para Nazaré, na Galileia, do local que Maria morava. 

Ela se pôs a caminho com presteza e nos ensinou duas atitudes que devem ter todos os cristãos: servir ao próximo e levar Jesus Cristo dentro do coração para poder comunicá-Lo. E assim, guiar o caminhar pelo mundo, em todos os momentos. Ainda no ventre, Jesus foi levado a Isabel e trouxe tanta alegria! Maria foi a primeira evangelizadora por levar a Boa Nova mesmo antes dEle nascer. No AT Davi transportou a Arca da Aliança. (2Sm 6,1-19) Maria leva Jesus. O cristão tem que seguir este exemplo e levá-Lo no coração, vivendo como Maria e Jesus viveram. Os homens foram feitos a Imagem e Semelhança de Deus. (Cf. Gn 1,26) Levar Jesus é muito mais do que falar nEle. É ver no outro Jesus e atender as necessidades (roupa, comida, alimentação, visita e cuidado) que ele precisa sem descriminação. (Cf.  Mt 25,31-26) Levar Jesus é ser Jesus para o outro. 

Maria permaneceu com Isabel mais ou menos uns três meses e depois voltou para casa. Ou seja, ficou até o nascimento e a circuncisão de João Batista. Isabel estava com 6 meses de gravidez (João Batista), quando recebeu Maria.

 

4ª Fala de Maria – Lc 1,46-55

Maria recita o Cântico do Magnificat.

 

"46Maria então disse: Minha alma engrandece o Senhor, 47e meu espírito exulta em Deus em meu Salvador, 48porque olhou para a humilhação de sua serva. Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada, 49pois o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. Seu nome é Santo 50e Sua misericórdia perdura de geração em geração, para aquele que os temem. 51Agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de coração orgulhoso. 52Depôs poderosos de seus tronos e a humildes exaltou. 53Cumulou de bens a famintos e despediu ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se da sua misericórdia, - 55conforme prometera a nossos pais -  em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre!" 

 

Esta quarta “Palavra” é o Cântico de Maria ou Magnificat e é um hino inspirado no Cântico de Ana - mãe de Samuel (1Sm 2,1-10) por isso, há uma ligação muito profunda entre eles. Outras passagens do AT ratificam o conteúdo do Cântico de Maria.

Maria tem a honra de participar do ato mais sublime de Deus em favor de Sua criação.

Surpresa pela escolha e com temor a Deus, a Virgem sente uma gratidão absoluta. Ela não tinha somente uma vocação maternal e de “intercessão” para o socorro, mas também aptidão de louvor e adoração. 

Maria (NT) e Ana (AT), nas duras condições de suas vidas, se expressam da mesma maneira, em tempos distintos. Exultam de alegria infinita por saberem que são amadas por Deus e por poderem amá-Lo. Os Cânticos exprimem a gratidão e amor do povo de Deus pelo cumprimento das promessas da antiga Aliança. Os humildes serão exaltados; os famintos, saciados; e os desamparados, socorridos. 

 

a) Iniciam com louvação ao Senhor e alegria no Salvador.

 

Maria

(Lc 1,46-47) “E Maria disse: Minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta (de alegria) em Deus em meu Salvador”.

 Ana

(1Sm 2,1) “Então, Ana tinha proferido esta oração; “O meu coração exulta em Iahweh, meu chifre se eleva a Iahweh, a minha boca se escancara contra os meus inimigos, porque me alegro em tua salvação”.  ‘Meu chifre’ caracteriza força.  

AT:

Sl 34,4 ou 33,4) “Engrandecei a Iahweh comigo, juntos exaltemos o seu nome”. (Hab 3,18) “Eu, porém, me alegrarei em Iahweh, exaltarei no Deus de minha salvação”.

 

 

A família de Ana (Cf 1Sm 1) lembra a família de Nazaré por ser Israelita, piedosa e temente ao Senhor. 

Maria engrandece o Senhor, o Único e Bendito Deus, cumprindo o que é dito no Salmo e em Habacuc. Diante da Sua revelação, Maria sente forças para glorificá-Lo. Alegrou-se com “a salvação” mesmo com a possível dificuldade em ser mãe solteira. Naquela hora, ela sabia que era o momento ilustre da História Universal. A alegria vinha do Espírito Santo, do íntimo do seu coração. A sua força vinha de Deus. O menino Jesus é o Salvador do mundo que nunca nos abandona, haja o que houver. Ela deixou o exemplo que mesmo nas dificuldades se deve bendizer e louvar ao Senhor. 

 

b)    A humilhação da serva é ressaltada com inteira disposição no servir. 

 

Maria: (Lc 1,48) “porque olhou para a humilhação de sua serva. Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de bem aventurada”.

Ana:

(1Sm 2,7)  É Iahweh quem empobrece e enriquece, quem humilha e quem exalta”.

 

(1Sm 1,11)Iahweh dos exércitos, se quiseres dá atenção a humilhação da tua serva e te lembrares de mim, e não te esqueceres da tua serva e lhe deres um filho homem, então eu o darei ao Senhor durante todos os dias da sua vida e a navalha não passará pela sua cabeça”.  

AT:

(Gn 30,13)  E Lia disse: Que felicidade! Pois as mulheres me felicitarão, e o chamou Aser”. 

 

Era despercebida pelas pessoas, mas Deus atentou para a humildade de Maria. O Salvador nasce em lugar de condições precárias, de uma mãe escolhida pela simplicidade e humildade. Ela se coloca na posição de subserviência, mediante a graça recebida em participar do Caminho da Salvação, que se adentra na História da Humanidade por ato de suprema misericórdia de Deus. 

Foi a mulher escolhida por Deus como símbolo de servidão e de exemplo de amor pelo seu Criador. 

 

c)    Deus é Santo, Grandioso e Poderoso.

 

Maria: (Lc 1,49) “pois o Todo poderoso fez grandes coisas em meu favor. Seu nome é santo”. 

Ana: (1Sm 2,2) “Não há Santo como Iahweh (porque outro não há além de Ti)”.

AT: (Sl 111,9 ou 110,9) “Ele envia libertação para o seu povo. Declarando sua aliança para sempre; seu nome é santo e terrível”.

 

Pontua a Santidade de Deus. Ele é Venerável. Escolheu os humildes. O Poderoso fez e faz grandes coisas. É para colocarmos Ele, no nosso presente e no nosso futuro. Maria mostra que é hora de olhar para o passado e ver as maravilhas de Deus. Maria nos convida a refletir sobre essas maravilhas. 

Ela foi Santa seguindo a recomendação Bíblica: “Sede santos, porque eu, Iahweh vosso Deus, sou Santo”. (Lv 19,2)

 

d) Deus é justo e misericordioso.

 

Maria: (Lc 1,50) “E sua misericórdia perdura de geração em geração, para aqueles que o temem”. 

Ana: (1Sm 2,3) “Não multipliqueis palavras altivas, nem brote dos vossos lábios a arrogância, pois Iahweh é um Deus cheio de saber e por ele as ações são pesadas”.

 (1Sm 2,9) “Ele guarda os passos dos que lhe são fieis, mas os ímpios desaparecem nas trevas (porque não é pela sua força que o homem triunfa)”.

            (1Sm 2,10)Iahweh, os seus inimigos são destruídos, o Altíssimo troveja contra eles. Iahweh julga os confins da terra, dá força ao seu Rei e eleva o chifre do seu Ungido”

AT:       (Sl 103,17 ou 102,17) “Mas o amor de Iahweh!... existe desde sempre e para sempre existirá por aqueles que o temem; sua justiça é para os filhos dos filhos”. 

 

Maria reafirma o que a Bíblia insiste: a misericórdia de Deus é eterna e vai de geração a geração. A sua justiça exerce-se com os filhos dos filhos. Ele Se faz pequeno para todos que O temem e O obedecem. 

A reflexão habitual leva a reconhecer-se pecador e ao arrependimento. Traz o perdão e a reconciliação. Tudo pela graça e misericórdia de Deus, uma misericórdia que é sempre renovada pela fé no nascimento do Redentor. 

 

e) A força e o poder de Deus para acabar com os orgulhosos

 

NT: (Lc 1,51) “Agiu com a força de seu braço; dispersou os homens do coração orgulhosos”.

Ana: (1Sm 2,4) “O arco dos poderosos é quebrado, os debilitados se cingem de força”.

AT: (Sl 71,19 ou Sl 70,19) e a Tua justiça, ó Deus, até as nuvens! Tu realizaste coisas grandiosas: ó Deus, quem é como tu?”  (Sl 118,16 ou Sl 117,16)

 “A direita de Iahweh é excelsa! – A direita

de Iahweh faz proezas!”

(Sl 89,11 ou Sl 89,11)

 “esmagaste Raab como um cadáver, dispersaste

teus inimigos com teu braço poderoso”.

Agiu com a Sua força, atuou com firmeza e dispersou os inimigos. Deus não é estático e ai daquele que se opõe ao Querer Divino. Às vezes, o poder humano quer interpor à soberania Divinal. Deus exalta o que erra e se humilha diante do Eterno Ser, Ele.

Sem humildade não existe fé, esperança e caridade. Não existe participação, colaboração e respeito. Sem humildade, não há poder de Deus e não há: Igreja, Governo, Liderança. Assim, a maior tarefa e/ou melhor benefício realizado que não tem a aprovação de Deus, é obvio, que não tem a sua bênção.

Raab designa um monstro ou o Egito. 

Maria é o modelo de credibilidade do poder, da força e da justiça de Deus. Tudo ela espera no Senhor. Sua entrega é incondicional.

 

f) Justiça de Deus

 

Maria:

(Lc 1,52) “Depôs poderosos de seus tronos, e a humildes exaltou”.

Ana:

(1Sm 2,8a) “Levanta do pó o fraco e do monturo o indigente, para os fazer assentar-se com os nobres e colocá-los num lugar de honra.” 

AT:

(Sl 146,6 ou 145,6) “Foi ele quem fez o céu e a terra, o mar e tudo o que neles existe. Ele mantem para sempre a verdade”. (Eclo 10,17)  O Senhor derruba os tronos dos poderosos e assenta os mansos em seus lugares”.

 

Sim, Ele depôs os poderosos de seus tronos, porque Ele abate os ímpios até à terra. Destruiu os tronos dos príncipes soberbos, e em seu lugar colocou os humildes, a quem Ele eleva. Ele não escolhe os arrogantes, ricos das coisas do mundo e vazios das coisas do alto, como é visível em toda Sagrada Escritura. Ele mostra a preferência para aqueles que se reconhecem pequenos, como fez Maria. Ela que em vários momentos demonstrando a sua servidão como principal traço de sua personalidade; foi sempre obediente diante dos Mistérios de Deus.  

 

g) A preocupação nas necessidades dos que precisam

 

Maria: (Lc 1,53) “Cumulou de bens a famintos, e despediu ricos de mãos vazias”.

Ana:     (1Sm 2,5) “Os que viviam na fartura se empregam por comida, e os que tinham fome não precisam trabalhar A mulher estéril dá a luz sete vezes, a mãe de muitos filhos se exaure”.

            (1Sm 2,6) “É Iahweh que faz morrer e viver, faz descer ao Xeol e dele subir.”

 

Só Jesus tem palavras de vida eterna para saciar as

necessidades dos Seus, conforme a vontade daquele que O enviou. (Cf. Jo 6,39)

Maria aprendeu essa lição. Ela cuida de todos os seus filhos.

A vida em abundância para Jesus é encher de bens os famintos com pão, paz, justiça e alegria. Ele é o Bom Pastor. (Jo 10,1-21) Os que desprezam a presença do Divino, permanecem no vazio.

 

h) Deus não se esqueceu da sua promessa com a descendência de Abraão

 

Maria: (Lc 1,54-55) ”Socorreu Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia; - conforme prometera a nossos pais – em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre!

Ana:     (1Sm 2,8b) “porque a Iahweh pertencem os fundamentos da terra, e sobre eles colocou o mundo.”

AT:       (Mq 7,20) “Concederás a Jacó tua fidelidade, a Abraão tua graça que juraste a nossos pais desde os dias de outrora.” 

 

Revela que Deus ampara o Seu povo e socorreu Israel, conforme prometera a Abraão. 

Lembra a todos que Ele cumpre suas promessas e nunca deixa os seus filhos desamparados. As lutas diárias trarão novas vitórias, com esperanças na vida em Deus. Ele escolhe as pessoas para em parceria com Ele, ajudarem-nas a viverem Seu Plano de Amor. Maria foi uma dessas parcerias que deu certo e por sinal, a mais importante delas; por isso deve ser contemplada.

Ela resgata a dignidade da mulher perdida como Eva e torna-se a primeira a ser redimida e dentro da Arquitetura da Salvação, uma corredentora. O Eterno se fez terreno em Maria; não se deve se esquecer disto!

 

Neste comparativo acima há um destaque para cada ligação entre as Palavras de Maria, Ana e AT. Maria é a realidade do NT; nos presenteia com esta realidade na expressão de seu Cântico e do seu exemplo.

 

5ª Fala de Maria – Lc 2,48

“Meu filho, por que agiste assim conosco?

         Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”.

             

Jesus entre os Doutores (Lc 2,41-50) é a passagem que retrata uma das visitas a Jerusalém para a festa da Páscoa. Maria cumpridora dos deveres, todos os anos estava presente na festa, juntamente com José. Mas tinham que viajar para Jerusalém. Na viagem de volta, não notaram que Jesus ficara no Templo ouvindo e interrogando os doutores, que O ouviam e ficavam extasiados. Ele estava com 12 anos. 

Maria se sentiu entristecida com a perda do Filho, mas ao encontrá-Lo faz a pergunta com lástima, contudo com palavras equilibradas que expressavam ao mesmo tempo a dor e a alegria. Palavras ditas em linguagem de amor e de docilidade plena; demonstrando preocupação, porém ao mesmo tempo manifesta sua íntima humildade, sua entrega fiel e ardente ao Plano Divino. Sua fecundidade foi abarcada no seu silêncio ante a misteriosa resposta de seu Filho, que se justificava dizendo: “não sabeis que devo estar na casa na casa do meu Pai?” - Deus. (Lc 2,49)

Esta justificativa ultrapassa a família humana. Maria está presente no primeiro momento consciente de Jesus como Filho de Deus.

Maria destacou também a preocupação de José. A “perda” não foi um descuido dos Pais. Eles pensavam que o menino Jesus estava em outra caravana, já que o casal não andava junto, na mesma caravana. Os homens viajavam separados das mulheres; portanto o pai em uma e a mãe em outra. Não foi só ela quem ficou preocupada, foi a família.   Esta é a última referência feita a José na Bíblia.  

 

6ª Fala de Maria – Jo 2,3 

“...Eles não têm mais vinho”. 

 

            A 6ª Fala de Maria aconteceu numa celebração de casamento. O casamento era previsto por Deus. Veja nas citações: “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne”. (Gn 2,24-25) O casamento representa o relacionamento entre Deus e o povo. (Os 2,16-25; Is 1,21-23; e 49,14-26) Maria foi esposa e mãe.

A celebração tinha um significado especial. As festas eram grandiosas. Ali, ocorreu a celebração de um casamento de amigos de Maria. Hoje em cada Missa se celebra com grande alegria a presença de seu Filho no altar, a grande Festa.

No Plano de Deus, Maria foi convidada para esta celebração de casamento para que sucedesse a sua primeira interferência pública. Deus parece haver escolhido esta atitude da Virgem, que manifesta o papel que terá para sempre: expor a Jesus as nossas carências, enquanto nos seguirá lembrando que devemos cumprir o que seu Filho nos manda fazer.

Eram palavras de súplica, de pedido. A Virgem ‘sugere’ a Jesus seu primeiro milagre e de algum modo ‘antecipa’ a visão de Jesus para o começo da vida pública. Ao dirigir-se ao Filho o seu anúncio é simbólico. Parece que Jesus a priori, descarta seu pedido, mas na fala seguinte, Maria não é contestada, e assim acontece a “intervenção”.

João Evangelista não chama milagre, mas sinal os milagres realizados por Jesus.

Esta festa de casamento se revela pela deliberação de Deus e pelas abstrações que abarcou. A narrativa se percebe:

       Determinação e iniciativa – Diante da constatação de falta de vinho Maria decidiu tomar providências.

       Consideração e intimidade – Maria, Jesus e os apóstolos foram convidados para o casamento. Ela não chegou com eles. Estava lá, caracterizando uma relação mais familiar com os nubentes.

       Amizade – Maria era íntima do casal, já que estava na festa, provavelmente na cozinha, porque sabia da falta do vinho. Na amizade mostra a solidariedade de Maria.

       Alegria – Maria trouxe uma dupla alegria: alegria em seguir Jesus e a alegria para a festa em si, causada pelo efeito do vinho.

Posteriormente, não na festa, Jesus deixa seu Corpo e seu Sangue

com a Instituição da Eucaristia.. (Mt 26,26-29; Mc 14,22-25; Lc 22,19-20 Jo 6,5158)

Prefigurado na ação de Melquisedec com Abraão. (Gn 14,17-20) A verdadeira Alegria!

       Preocupação e Solidariedade – Ela viu o problema dos contraentes e se compadeceu. Não queria que a falta do vinho acabasse com a alegria dada ao festejo; nem que eles passassem pelo constrangimento, por não poderem continuar dando alegria. Maria é aquela que pensa no outro. Fica atenta as necessidades humanas. O casal precisava de vinho. E você, qual o “vinho” que necessita na sua vida para que Maria interceda junto ao Filho? Seria o vinho de um trabalho? Cura de uma doença? Uma Reconciliação? Livramento de vícios? Da conversão? Qual? 

       Súplica – Maria fala com Jesus. Roga pelo novo casal.

       Fé – Maria sabia que o Projeto de Deus ia iniciar. 

       Conhecimento – Ela conhecia as Escrituras.

       Coragem - Sabia o que ia acontecer ao seu Filho: a Paixão de Cristo, porque o Profeta Isaías no capítulo 53 previu e relatou. 

       Simplicidade - Os empregados viram o milagre da transformação de água em vinho.

 

Fala de Maria – Jo 2,5  ...Fazei tudo o que ele Vos disser”.

             

Com estas Palavras Maria ‘assume’ a função de evangelizadora e missionária, portanto promotora da fé. Ela tem acreditado em seu Filho, tem escutado a palavra e a tem cumprido. Agora se dirige aos homens e mulheres para que façam o mesmo. Com estas Palavras, nos dá o melhor conselho e nos mostra o melhor caminho para a vida. O melhor vinho...  A devoção Mariana não apaga a importância de seu Filho Jesus e de Deus, pelo contrário, ela cada vez mais nos leva ao Pai ao mostrar para fazer tudo que Jesus diz, vivendo o Evangelho. Transmitindo-nos sua fé, repetindo o que um dia disse em Caná. 

Ela, a discípula mais fiel e perfeita, acompanhava Jesus na Sua infância e na Sua trajetória. A expressão: “o menino e sua mãe” é uma característica do Evangelho de Mateus. (Mt 2,13-14.20-21)

No texto aparecem algumas observações complementando o item anterior:

       Confiança – Maria confiou que Jesus ia agir.

       Determinação – Maria não desistiu ante o que Jesus falou. Não fica discutindo com Ele. Continua determinada.

       Obediência – Jesus fez o que Maria pediu; e os empregados, o que Jesus falou. Começando assim, publicamente o Plano de Deus.

       Respeito – Jesus pergunta o que Maria queria na sua intervenção. 

       Fidelidade – Jesus foi fiel ao pedido de Maria. Ambos a Deus.

       Respeito à hierarquia – Levar o vinho para o mestre-sala. Maria respeita o Deus Divino.

       Empenho – Os empregados encheram até a borda. Maria se empenhou em fazer à vontade do Pai. Hoje se empenha como “intercessora”, sentido nas graças alcançadas.

       Responsabilidade – Foi entregue ao mestre-sala para aprovação. Criou seu Filho nos cumprimentos da Lei de Deus. Maria hoje intercede pela salvação de seus filhos dados por Jesus.  

       Reconhecimento e Gratidão – O mestre-sala reconheceu a qualidade do vinho.

Maria era grata a Deus e reconhecia Suas maravilhas.

       Credibilidade – Os discípulos reconheceram o poder de Jesus e Maria também;  não poderia ser diferente.

       Milagre – transformação da água em vinho. O milagre com o simbolismo que Deus veio para lavar e purificar. Maria em nome do Filho ‘também’ faz milagres. 

Nas missas o vinho é o Sangue de Jesus transubstanciado. 

       Perfeição – Jesus fez o melhor vinho. Maria é a “intercessora” perfeita, percebido nos benefícios alcançados.

       Desconhecimento - o mestre sala não reconhece Jesus ao atribuir o mérito do melhor vinho ao noivo. Muitos ainda hoje não conhecem Jesus. Maria muito pelo contrário.

Maria confia, espera e alerta os serventes para que prestem atenção no que seu Filho falará. Hoje nós somos os serventes.

Neste casamento ocorre as últimas falas de Maria expostas na Bíblia. Esta fala, complementa à 6a Fala.

 

Outras Passagens na Bíblia Relacionadas à Maria

 

Algumas passagens da Bíblia contemplam a presença física de Maria. Suas palavras não ditas estão expressas no seu silêncio, com seu exemplo de compreensão e resignação diante da vontade de Deus e dos acontecimentos com que dizem respeito a Jesus. Fica reflexiva. Assim... “Maria, contudo, conservava cuidadosamente todos esses

acontecimentos e os meditava em seu coração” (Lc 2,19)  

Maria suporta em sua própria vida o destino do seu povo, juntamente com seu Filho. Estará no âmago dessa contradição: um a favor de Jesus, outros são contra.

 

a)    Nascimento (Lc 2,1-7) e Infância de Jesus 

           Maria estava no final da gravidez, mas havia o Alistamento (recenseamento) obrigatório, pelo Governo da época. Era necessário o recadastramento e ela teve que viajar. No AT o recenseamento era um ato religioso. (Nm 1-4) Então chegou o tempo do parto e ela deu à luz. O nascimento de Jesus é o ápice de toda História de Israel em um estábulo, sem riqueza. Além de que o Filho da História é o próprio Filho de Deus, prometido pelas Escrituras, que está conosco. Maria nesta hora difícil tem confiança em Deus.  

           Teve Jesus em silêncio. Os Reis Magos eram pastores e seguiram a luz, e encontraram o menino que era a esperança dos Judeus. Ela os recebe. (Mt 2,1-12) Seus presentes representam: Ouro (realeza de Jesus); Incenso (adoração divina); e Mirra (a Paixão de Cristo).

           Cumpriu a Lei de Moisés (AT), (Gn 17,12) porque levou Jesus para ser circuncidado, (Lc 2,21) e para ser apresentado ao Templo. (Lc 2,22-38) Todo primogênito devia ser consagrado ao Senhor. (Ex 13,2) Quando ela chega ao Templo, os profetas Samuel e Ana sabiam que chegara o Salvador. Maria era pobre atestanado pela oferta oferecida no Templo: “um par de rolas ou dois pombinhos”. (Lv  5,11.12,8)

 

           Fugiu para o Egito (Mt 2,13-18) com José para salvar o menino Jesus da morte. Este fato não ocorreu como no AT, uma fuga para a libertação do povo da escravidão - saída do Egito, na terra de Mediã. (Ex 13, 17-22) Agora a Salvação do “Filho” é para construir um novo povo de Israel, a Igreja. Salvação essa oferecida aos pagãos cujos sábios Ele atrai para a Sua luz. Com Herodes morto, eles voltam para Nazaré, a indicação para que se cumprissem os que os profetas disseram: Ele ia se chamar Nazareno. (Mt 12,19-23) Jesus se enchia de sabedoria e graça de Deus, (Lc 2,51-52) pela sabedoria e obediência de Maria ao ensiná-Lo as coisas do Pai. Não houve reclamação pela fuga, por Maria, somente obediência para cumprir o Plano da Salvação.

b)    Jesus adulto

           Jesus não foi reconhecido como Salvador na Sua Pátria, apenas como filho do Carpinteiro e de Maria, com primos e irmãos. (Mt 13,53-58; Mc 6,1-6; Lc 4,16-30; e Jo 4,43-45)

Estas atitudes não fizeram Maria desanimar diante do Plano de Deus. 

           Uma voz na multidão exaltava a felicidade da maternidade da Virgem Maria em ser mãe do Salvador. Essa mulher era admiradora de Jesus. Fez um louvor a Deus por Maria. Maria que cuidou, amamentou, educou não só uma criança, mas o Mestre da vida. Sua maior discípula. Jesus diz: “Felizes, antes, os que ouvem a palavra de Deus e a observam”, (Lc 11,27-28) ressaltando, dessa forma, a própria Maria, destacando que a felicidade não era ter Ele no ventre, mas seguir a vontade do Deus. 

           Maria estava do lado de fora aguardando Jesus, que falava à multidão, então Ele foi avisado. Ele responde minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem e que fazem a vontade do Pai. (Cf. Mt 12,46-50; Mc 3,31-35; Lc 8,19-21)

A família para Jesus tem que colocar a fé em Deus Pai, no Filho e no Espírito Santo. 

Naquela época as famílias e empregados eram chamados de filhos diante do patrono do Clã que faziam parte, assim os primos eram chamados de irmãos e irmãs. 

           Na hora da exaltação da cruz o seu silêncio deve ter dado forças ao seu Filho. Ela não se desesperou. Maria sofreu por Jesus e pela humanidade desumana, mas mesmo sofrendo não abandonou a cruz e o acompanhou em todo o calvário. Ela estava presente ao primeiro milagre em Caná da Galileia que revela o início da Glória

de Jesus e, novamente na cruz. O SIM ‘iniciou’ a Salvação para os creem. 

Na cruz, Cristo a constitui mãe da nova ‘Criação’, ou nova ‘Humanidade’; portanto a mãe da Igreja, quando disse “Mulher eis aí teu filho!” (Jo 19,25-27) Este acontecimento torna Maria a mãe de todos, porque João (Apostólo) representa todos os filhos. A João diz: “Eis tua mãe”; e ele recebe Maria em sua casa. A cruz de Maria é exemplo para a cruz do Cristão.

           Em Mc 3,20-21, consta a passagem em que a família de Jesus dizia: “Enlouqueceu!”. Não faz nenhuma referência à Maria. A conduta expressa está adversa ao SIM de Maria.

c)    Na igreja nascente

Maria fez parte da primeira comunidade depois da Ressurreição de Cristo: junto com os apóstolos, após a ascensão de Cristo, se reuniram na ‘sala superior’ com algumas mulheres, "entre as quais Maria, a mãe

de Jesus". (At 1,12-14) 

d)    No cenáculo quando ocorreu o Pentecoste, (At 2,1-13) ela se manteve serena e em silêncio. Depois não se falou mais nela, a não ser no apocalipse. Nossa Senhora é um dos tantos títulos dados à mãe de Jesus. E, por isso toda vez que encontramos alguma referência à Maria na Bíblia aí está uma passagem que fala de Nossa Senhora.  A certeza da vitória sobre o pecado e morte representa a Assunção de Maria aos céus, que não aparece na Bíblia, mas tornou-se fato pelo Dogma Mariano.

Enoque (Gn 5,24) e Elias (2Rs 2,11) foram arrebatados ao céu, por isso atribui-se que o mesmo aconteceu com Maria.

e)    Apocalipse - A Arca Antiga permaneceu numa casa das montanhas da Judeia por três meses. (2Sm 6,10-11) Depois foi para Jerusalém. Sumiu com a destruição do Templo de Jerusalém no ano 587, embora não haja registro. Prefigurava Maria que apareceu no céu. (Ap 11,19)  

Na perícope “Visão da Mulher e o Dragão” (Ap 12,1-17) que retrata uma mulher vestida com o sol e a luta contra a serpente em defesa de seu Filho no ventre, a mulher é Maria.

             

Reconhecimento da Importância de Maria

 

A Igreja reconhece de maneira infalível a importância de Maria, pelo cumprimento de tão nobre missão, por isso determina, orienta e incentiva sobre os itens abaixo:

a)    Constituiu os Dogmas Marianos pela fé nas verdades reveladas pela Bíblia e pela Tradição. São baseados em estudos histórico e teológicos do Cristianismo com pesquisas e fundamentos. A decisão de constituir um Dogma é irrevogável, foram realizados com documentos e de forma solene. Glorificam Maria. São quatro:

       Mãe de Deus – Maternidade Humana e Divina de Deus

       Virgindade Perpétua

       Imaculada Conceição

       Assunção de Maria

b)    A devoção à Maria vem de longas datas. Citações de algumas:

       Orações: Ave Maria, Magnificat, Angelus, Salve Rainha, Rosário, Ofício de da Imaculada Conceição, Consagração a Nossa Senhora, Agradecimentos (Terço), Novenas, Ladainha, diversas formas de rezar os Terços, Coroa das Sete Dores de Nossa Senhora, Coroa das Sete Alegrias de Nossa Senhora, Credo, dentre outras. 

       Visitas de Maria (mãe Peregrina)

       Celebrações festivas de determinadas datas, Romarias e Procissões, Votos e Promessas.

       Movimentos Marianos, peregrinações, estudos e livros.

       Criação de Músicas, Hinos e Poesias.

       Encenações para Teatro e Cinema.

       Maria é destacada também em: poesias escritas e recitadas; desenhos e pinturas; histórias inventadas e entre outros.

       Diversos nomes foram dados a ela por motivos culturais ou pela sua aparição.

       Diferentes títulos foram atribuídos à ela de acordo com a visão:

histórica ou interpretação pessoal. Alguns: advogada, auxiliadora, socorro, mediadora, entre outros.

       

Muitas das devoções são retiradas da Bíblia não se desassociando da Palavra de Deus.

 

Considerações Finais  

 

            Maria a eleita de Deus, a cheia de graça, a que colaborou de modo singular na obra da Salvação realizada por Jesus, aquela mulher forte, presente na vida da Igreja Primitiva, chegou ao fim de sua vida terrena e depois de passar pela morte foi ressuscitada e levada ao céu em corpo e alma.

A história de Jesus dividiu o calendário para antes de Cristo (aC) e depois de Cristo (dC) separando também o AT e o NT.

O AT retrata muito o Deus Pai (Iahweh). Já no NT, especificamente nos Evangelhos, o Deus Filho, quando relata a história humana e Divina de Jesus. E, a partir dos Ato dos Apóstolos (At), o Deus Espírito Santo com a Sua descida, no Pentecostes. (At 2,1-13)

Maria conheceu o AT, viveu e cumpriu os ensinamentos das Escrituras. No NT, com a advinda de Jesus, ela seguiu o seu Filho que diz que não veio revogar nenhuma Lei, mas para ser cumprida. (Cf. Mt 5,17-19)   Ela com sua força e/ou com sua “intercessão” fez e faz com que cada lugar por onde ela passe, a veja e represente-a de acordo com sua imaginação e até mesmo etnia. Passou a ter nome dos lugares que visitou e a fazer parte da cultura do povo. Razão pela qual há tantas Marias.

 Em apenas Sete Palavras expressas e diversas aparições e/ou citações no contexto Bíblico, deixou-nos um exemplo de servidão, obediência e fé em Deus. 

Maria sofreu muito: as dúvidas do seu esposo, o abandono e pobreza de Belém, a fuga para o Egito, a perda prematura do Filho, a separação no princípio do ministério público de Jesus, o ódio e perseguição das autoridades, a Paixão, o Calvário, a morte do Filho, mesmo assim ela foi fiel ao SIM, até o final. A discípula foi uma mulher vitoriosa.

Venceu, conforme foi profetizado (Gn 3,15), a serpente junto com os anjos. (Ap 12) Venceu porque cumpriu a missão determinada por Deus e tornou-se a Arca. Ela simboliza o povo de Deus:  no AT – Israel; e no NT - a Igreja.

Maria é a Arca da Nova Aliança porque ambas foram cobertas com o poder e a sombra luminosa do altíssimo. A Arca no AT era presença de Deus. (Cf. Ex 40,34-35) Maria cheia de graça carregou o Bendito, "o Filho do Altíssimo”. (Lc 1,35) Hoje ao se contemplar Maria na glória deve-se olhar para o céu como meta, mas com os pés bem firmes nesta terra onde se deve contribuir na construção do Reino de Deus.

“Meditando sobre Maria”, para os irmãos RMR ratificou e fortaleceu a fé em Maria e nos desígnios de Deus, embora não os conheça, pois cabe a Ele revelá-los ou não. Também promoveu a união de inspirações, lembranças, conhecimentos e habilidade entre eles. Foi gratificante partilhar esta experiência de levar esperança e de vê-la aumentar dentre eles. 

A Nossa Senhora, os RMR agradecem pelas bênçãos recebidas e por toda orientação e interseção que foi dirigida espiritualmente para a concretização deste sonho unificado. Ciente que Deus exaltou Jesus Cristo e “Lhe conferiu o Nome que está acima de todo nome”. (Fl 2,9) Aquele que ordena: “Tende em voz o mesmo sentimento de Jesus Cristo”, (Fl 2,5) e dobrem os joelhos para proclamar que Ele é o Senhor, (Cf. Fl 2,10-11) esperamos nunca perder esse horizonte. Ele estava e está sempre conosco e neste momento está permitindo que este livro chegue até você.

Amém!   


 

Bibliografia

 

Bíblia de Jerusalém – 5ª Impressão Paulus, 2008.

Bíblia Sagrada Ave Maria – 86ª edição. São Paulo: Ave Maria, 1992.

Catecismo da Igreja Católica – São Paulo: Loyola, 1999 DATTLER, Frederico, svd. Sinopse dos Quatro Evangelhos. 8ª edição. São Paulo: Paulus, 2008. 

Pastor Moisés Selva Santiago Reportagem do Jornal do Commercio 21/12/2003.

YouTube do Padre Paulo Ricardo:

https://www.youtube.com/watch?v=lzDFMceR3yE

YouTube do Padre Joãozinho - A história de um protestante rezando a Ave Maria: https://www.youtube.com/watch?v=PPEJHK33PY

Lumem Gentium – Concílio Vaticano II

Jornal Nacional – Reportagem com Padre Belinne 

 

 

 

 

 

 

 

 

Contato: rmr2018@hotmail.com

Pão comum e Eucaristia

 

Celebrações no tempo de epidemia

 

Neste momento de epidemia as pessoas estão atormentadas porque não participam das Celebrações da Igreja e porque não Comungam. O texto abaixo visa orientar os ansiosos a entenderem o que deve ser feito diante da situação e porque não se deve buscar os seus próprios entendimentos.

 

As Celebrações da Igreja levam o Cristão à Graça de Deus e o direciona à Santidade. Os Sacramentos fazem parte das Celebrações da Igreja Católica Apostólica Romana (Mt 28, 16-20). Podem e devem acompanhar a vida do fiel desde o nascimento até a sua Páscoa. Foram instituídos por Jesus Cristo e encontram-se em plenitude até os dias de hoje. São sinais que denotam fé e culto a Deus. São eles: 

Batismo(Mt 28,19-20; Mc 16,15-17)

Crisma (Confirmação - At 8,14-17);

Reconciliação {Confissão / Conversão / Penitência – (Jo 20, 22-23)};

Comunhão ( a Eucaristia na Santa Ceia – (Mt 26, 26-29; Mc 14, 22-25; e Lc 22, 14-20)

Matrimônio (Mt 19,1-9);

Ordem (Sacerdócio ao instituir a  Eucaristia); e

Unção dos Enfermos (Tg 5, 13-16).  

 

Os Sacramentais não conferem a Graça do Espírito Santo à maneira dos Sacramentos, mas pela oração da Igreja. Também são sinais Sagrados que têm grande valor de Santificação e Consagração, pois, por meio deles, Deus derrama sobre o homem suas Bênçãos. Eles despertam no Cristão sentimentos de amor Santo e de Fé porque preparam os Católicos para receberem os frutos dos Sacramentos, pelas Graças que Deus nos concede. Por não se tratar de superstição, mas de efeitos de Ordem Espiritual, os Sacramentais não devem ser usados como “amuletos de sorte” e “talismãs”.

São Sacramentais: 

Objetos (medalhas, crucifixos, rosários, escapulários…); e 

Orações: 

A.      Bênçãos (água benta, santos, óleos, alimentos {pão abençoado, sal…}, nas casas, carros, chaves, imagens, oficinas, máquinas, campos, doentes, etc.). 

A Bênção Constitutiva é dada pelo Ministro Ordinário de forma presencial e tem Rituais para a Celebração da mesma. 

A Bênção Invocativa é aquela que suplica de Deus a Benção, que O invoca apenas, ou seja, que é um desejo de que algo seja abençoado pode ser dada à distância. inclusive. Leigos também abençoam, mas “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. 

B.      Consagrações (Igreja, altar, cálice, Abade, Virgem, criança após o batismo, esposa, esposo,…). e 

C.      Exorcismos.

 

Missa (Eucaristia)

 

A Missa é a Celebração na qual se realiza o Sacramento da Eucaristia que é a Presença Real de Jesus na Hóstia Consagrada. Faz parte do Magistério da Igreja, o 3º Mandamento. É Ação de Graça, Sacrifício e Páscoa. É o Culto Eclesial mais sublime que se pode oferecer ao Senhor. É a maior, a mais completa e a mais poderosa Oração da qual dispõe o Católico. É Bênção por meio da transformação, conversão e cura pela Presença de Jesus. A pessoa deve se sentir em Comunhão com Deus para assistir à Missa. Assim pode reafirmar a sua Fé no Todo Poderoso. A Comunhão foi instituída na noite da Quinta-Feira Santa, posteriormente os Discípulos continuaram a fazer o mesmo e atualmente é realizada Universalmente pelos Ordenados. 

Na ida à Missa, se ouve a Palavra do Senhor e o que o Pai propõe para se praticar na vida cotidiana sempre com o olhar para Cristo. Pela Igreja, os Católicos devem participar de todas as Missas de Preceito Eclesial. Entretanto, quem, por grave motivo, está impossibilitado de ir, é liberado da mesma no modo Presencial. Às vezes por motivos de saúde, ou idade, ou epidemia, ou guerra, ou acidentes catastróficos, ou porque há lugares que não tem Padre para Celebrar a Missa, fica longe do lugar da Celebração e não se tem como ir à missa. As pessoas, nessas situações podem participar da Missa pelos Meios de Comunicação (TV, Rádio, Redes Sociais); mas, de forma Espiritual, nada físico (material). Não substitui a participação direta. Nela se tem a Oferta, Oração e a Palavra que são amor e Presença Curativa de Deus à vista, no momento do acontecimento, independente de localização.

 

Mesmo que não possa participar da Missa, existe o dia de Santificação do Senhor, um direito Divino, que deve ser cumprido e respeitado sempre voltado para o Cristo. É para ser vivido junto a família com alegria, oração, gratidão, louvor, obras de caridade (principalmente com os doentes e idosos), atos de misericórdia, evangelização, abstenção de trabalho, descanso do corpo, entre outros… Foi deixado por Deus conforme o Decálogo (Ex 20,2-17; Dt 5,6-21). Na Antiga Aliança, o dia Santificado era o Sábado. Trata-se do Terceiro Mandamento da Lei de Deus. A Igreja mudou o sábado para o Domingo pelo Poder Divino que Jesus Cristo conferiu a ela. Portanto, para os Católicos, o Sábado não foi eliminado, mas plenificado no Domingo especial da Ressurreição, o dia da Nova e Eterna Aliança, quando Jesus venceu a morte para remissão dos pecados. Essa “alteração” teve como base entre outras: A) Jesus aparece ressuscitado no Domingo aos apóstolos 2 (duas) vezes; a 1ª sem Tomé e a 2ª, uma semana depois à aparição aos 11 (onze) (Jo 20).  B) Paulo (1Cor 16,2)  fala no 1° dia da semana em ir na Igreja; e C) em João (Ap 1,10), cita no “dia Senhor”, é porque depois da ressurreição de Jesus eles, os Cristãos, começaram a se reunir no Domingo.  

Na Missa, o Celebrante fica no Altar na identidade do Padre que age “in persona Christi”, isto é, na Pessoa de Jesus Cristo. Casa / Objetos/ Alimentos / TV / Rádio / Mídia, não fazem parte do Altar Presencial.

 

A Missa está dividida em quatro partes bem distintas:

 

1.       Ritos Iniciais

Comentário Introdutório à Missa do dia, Canto de Abertura, Acolhida, Antífona de Entrada, Ato Penitencial, Hino de Louvor e Oração Coleta (junção de todas as orações da Assembleia).

 

2.       Rito da Palavra (Liturgia da Palavra)

Primeira Leitura, Salmo Responsorial, Segunda Leitura, Aclamação ao Evangelho, Proclamação do Evangelho, Homilia, Profissão de Fé e Oração da Comunidade.

 

3.       Rito Sacramental (Liturgia Eucarística)

 

1ª Parte - Oferendas: Canto/Procissão das Oferendas, “Orai Irmãos e Irmãs…”, e Oração Sobre as Oferendas;

A oferenda deve ser dada ao Senhor para se unir a de Cristo. Além do pão (partícula), vinho e água devemos oferecer, a coleta, nossas vidas, tudo o que somos e temos. 

 

2ª Parte - Oração Eucarística: Prefácio, Santo, Consagração e Louvor Final:

A.      Na Epiclese (invocação do Santo sob as oferendas), Jesus desce no altar. A Consagração acontece quando o Sacerdote, conforme a Oração Eucarística, do dia, vai dizendo: “Santificai, pois, estas oferendas, derramando sobre elas o vosso Espírito, a fim de que se tornem para nós o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso”. 

Logo depois a Assembleia responde, também de acordo com a Oração Eucarística. 

O Padre continua narrando como o que aconteceu na última Ceia da Quinta-Feira Santa dada por Jesus: “Na noite…. Fazei isto em memória de mim” (Lc 22, 19   e   1Cor 11, 24). Encerra dizendo “Eis o Mistério da Fé”. O Pão e o Vinho se transubstanciam, respectivamente, no Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo. A Hóstia é o Seu corpo que Ele ofereceu na cruz e o Vinho é o Seu sangue que foi derramado para remissão da humanidade.

B.      Na hora da Consagração estamos aceitando morrer com Jesus no dia a dia da vida. 

Na consagração se deve ajoelhar-se ou se ficar de pé e inclinar-se. Porque está escrito: " ‘Por minha vida, diz o Senhor: ‘todo joelho se dobrará diante de mim e toda língua dará glória a Deus’ " (Rm 14,11).

C.      O poder da Consagração cabe apenas aos Sacerdotes Consagrados e de forma Presencial. Quando não há Missa, mas se faz a Leitura da Palavra, não há a Consagração das partículas.

D.      Há um padrão para confecção das partículas que serão Hóstias Consagradas, segundo o Vaticano conforme as regras eclesiásticas. Portanto, não pode ser qualquer pão.

 

3ª Parte - Comunhão (ou Eucaristia): Pai Nosso, Abraço da Paz, Cordeiro de Deus, Canto/Distribuição da Comunhão, Interiorização, Antífona da Comunhão e Oração após a Comunhão.

  1. Na Eucaristia, renova-se o Mistério Pascal de Cristo, para a Salvação da Humanidade.
  2. A distribuição da Hóstia se dá pelos Ministros Ordinários (Presbíteros, Bispos, Diáconos) e Extraordinários (leigos a quem é dada a permissão de distribuir a Comunhão aos fiéis) e deve ocorrer sempre diante dos mesmos.
  3. Quando a comunhão é nas duas espécies, ou seja, Pão e Vinho é dado diretamente na boca.
  4. Não se deve dar a Hóstia para as crianças, nem para qualquer pessoa que não fez a primeira Comunhão.
  5. Nenhuma pessoa pode levar Jesus Eucarístico para Comungar em casa.
  6. Deve-se estar preparado, feito uma confissão e reflexão interior para Comungar. Não se deve ficar na fila conversando, ir com Terço na mão ou outro cantarolando, fazendo o Sinal da Cruz, depois ir para junto de imagens, e outros… A comunhão, receber Jesus Cristo,  é o ápice.
  7. Quando na Igreja se faz só a Leitura da Palavra, os Ministros distribuem as Hóstias que já estão Consagradas e guardadas no Sacrário. 

Sacrário de Cristo: a) Em Maria, no seu ventre; b) Nas Igrejas; e c) No corpo de cada um que carrega Jesus Sacramentado no coração.

  1. As pessoas que estão desobrigadas de participar das Missas, podem receber Jesus Eucarístico em casa, apenas pelos Ministros referendados.
  2. Na Missa pela TV, Rádio e Mídia não se tem a Comunhão em espécie para os que estão assistindo. Obviamente não se tem Jesus Eucarístico. Entretanto, na “Hóstia Invisível” se tem o encontro com Deus, que ocorre a qualquer hora independentemente de Missa. 
  3. Pão e vinho são usados como simbologia em algumas denominações religiosas, mas para os Católicos não é a Hóstia Consagrada porque não tem a Celebração dos Ordenados.
  4. Da mesma forma que não se deve comer na Igreja, também não se deve comer participando da Missa pelos Meios de Comunicação em respeito à Celebração.

 

4. Ritos Finais

Mensagem, Comunicados da Comunidade, Canto de Ação de Graças e Benção Final.

 

Ir à missa e comungar todos os dias é um processo de Santificação para muitos Religiosos, Congregações e Comunidade que usam desta prerrogativa.

 

Conclusão:

 

O que a Igreja de Cristo prega tem como base a Bíblia os ensinamentos de Jesus e a inspiração do Espírito Santo, etc... As instruções provenientes de estudos, pela importância de Deus, mostram que existe respeito, fundamentos e normas para os seguintes assuntos, entre outros correlacionados: A) Forma dos fiéis e Celebrantes se comportarem nas Celebrações e na Igreja; B) Os Ministérios, Missas, Sacramentos e Sacramentais; C) Tratamento com a Hóstia (Fabricação, Consagração, Comunhão e Distribuição); e D) Comunhão Espiritual; etc. 

 

O ser humano não deve recorrer às ideias não orientadas pela Igreja para satisfazer as suas necessidades. A Igreja já tem os seus próprios símbolos, rituais e normas. 

 

Tudo o que Deus nos concede não é por méritos ou merecimento, mas por Sua Graça e Misericórdia. Seu nome é Santo (Ex 20, 2-17; Dt 5, 6-21 e Igreja), e por isso, deve ser protegido de profanação e digno de toda Reverência. A Igreja é Tutora para referendar e zelar as coisas de Deus. Ele tem um Amor Incondicional e muita Misericórdia para todos os Seus filhos. Ele é amor e está pronto para perdoar sempre com justiça. 

 

Não se pode esquecer que por situações de perigo para a população, por uma contaminação de doenças e outros, algumas orientações sofrem alterações; outras até são suspensas; mas sempre comandadas por ordens superiores, não invalidando as deixadas por Cristo no seu coração. No contexto atual de não se poder Comungar presencialmente, Sua Glória prevalecerá. Muitas coisas acontecem inerentes à vontade do que se comprometeu com Deus. Promessas, votos, propósitos não caracterizam que vai receber algo de Deus. Quantidade de idas à Missa e de Comunhão recebidas, não levam ao céu. Desespero porque não vai à Igreja, não participa da Missa e não pode receber a Eucaristia não condiz com o Cristão que tem a Comunhão Espiritual sempre disponível em seu coração. Pode ser feita em qualquer momento, em qualquer lugar e quantas vezes quiser. O momento é de Fé e entrega a Deus. A ênfase deve ser: seguir a Deus nos princípios da Igreja, da Religião e da Fé. O importante é não deixar de se dedicar ao Dia ao Senhor (Ex 31,15-16), em família. Ele que prometeu: “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou Eu no meio deles (Mt 18,20)”.

 

Para haver a Comunhão da Hóstia Consagrada é preciso aderir à fé Católica. Na Comunhão Espiritual não é o que se põe na boca que tem importância, mas como está o encontro com Deus. “Não existe a perfeição Santa da Comunhão em espécie” se não existir a Espiritual (a profunda experiência no Amor e na Graça de Deus, com reta intenção e espírito de adoração). O Verdadeiro Pão da Vida (Jo 6,35.58) é Jesus E Jesus disse: “eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Cf. Mt 28,20).

 

Após tantas informações, tantos ensinamentos, não se vê em nenhum momento falar no pão comum em substituição a Hóstia Consagrada, portanto é impossível considerar um pedaço de pão como tal. Diante de um Meio de Comunicação, o Pão não represente a Hóstia,  porque não é o Jesus Cristo Sacramentado. Por outro lado, a pessoa que está assistindo também não é um Celebrante que possa fazer as honras da Consagração. 

 

Na Comunhão Espiritual deve-se fazer uma Oração com as próprias palavras, ou conforme os “modelos” que se encontram na Internet. O canal Rede Vida e TV Pai Eterno na hora da Comunhão apresentam uma Oração na televisão. Eis a oração:

 

Oração da Comunhão Espiritual 

“Creio, ó meu Jesus, que estais presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-Vos sobre todas as coisas e desejo-vos possuir em minha alma. Mas, como agora não posso receber-Vos sacramentalmente em meu coração e, como já Vos tivesse recebido, Vos abraço, uno-me todo a Vós, Não permitais que de Vós me aparte. Amém”.

 

Portanto, antes do Católico agir por conta própria deve ver o que a Igreja preconiza. Aconselhar-se com pessoas preparadas e principalmente os Padres, caso tenha acesso direto. Pode fazer uma Confissão para aproveitar, conversar e perguntar o que interessa. Além disto, tem a Bíblia, documentos da Igreja, Missal Romano, a vida dos Santos e os Sites referentes a busca de interesse. 

 

Exemplos: 

 

Bíblia

https://www.bibliacatolica.com.br/

Catecismo da Igreja Católica

http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/indice_po.html

Direito Canônico

http://www.vatican.va/archive/cdc/index_po.htm

Dogmas da Igreja

http://www.catolicoorante.com.br/dogmas.html

Concílio Vaticano II

http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/index_po.htm

Encíclicas Papais

http://www.vatican.va/offices/papal_docs_list_po.html

 

Abaixo alguns https que ajudam na fundamentação de que o pão comum não deve ser usado como Eucaristia pelos Meios de Comunicação. Consultas confirmadas em 19/04/2019

 

A Missa por Parte

http://www.clerus.org/clerus/dati/2007-11/23-13/MISSA.html

Questão de Bênçãos à distância

https://www.veritatis.com.br/questoes-sobre-a-bencao-dada-a-distancia/

Diário da Crise de Pe. Lombardi: a “Comunhão espiritual” no jejum eucarístico obrigatório - Vatican News

https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2020-04/coronavirus-diario-da-crise-padre-lombardi-comunhao-espiritual.html

Vaticano define critérios para a hóstia e o vinho usados nas missas

http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2017/07/vaticano-define-criterios-para-hostia-e-o-vinho-usados-nas-missas.html

Vaticano proíbe hóstia sem glúten - hóstias de arroz, mandioca ou fubá (que existem aqui no Brasil, por exemplo) não podem ser usadas na Eucaristia

https://exame.abril.com.br/mundo/vaticano-proibe-hostia-sem-gluten/

Os leigos e a Consagração da Eucaristia - Padre Luiz Camilo Junior

http://arqrio.org/formacao/detalhes/1676/os-leigos-e-a-consagracao-da-eucaristia

Consagração - Como agir no momento da consagração - Padre Luiz Camilo Junior

https://youtu.be/ddAMnhRuxT4

Ajoelhar-se na Consagração - Padre Paulo Ricardo

https://www.youtube.com/watch?v=kZEUnURA6Z0

Assistir Missa na Internet serve para cumprir o preceito dominical. - Padre Luiz Camilo Junior

https://www.youtube.com/watch?v=WUxbXkR4rww

Comunhão - Como Comungar Corretamente - Padre José Carlos Pereira

https://www.youtube.com/watch?v=67Xor2qR2Bo

Comunhão - Adoração a Deus - Padre Firmino

https://youtu.be/SjviugsQpdY

Qual a função do Ministro Extraordinário da Eucaristia? - Padre Luiz Camilo Junior

https://www.youtube.com/watch?v=Jsi3tfMlAFY

Auto Comunhão - Posso comungar com as próprias mãos o Corpo e Sangue do Senhor? - Padre Paulo Ricardo

https://youtu.be/g-RT7lZxODc

O pior mal de nosso tempo é a Sacrílega Comunhão na mão. O desrespeito máximo com Jesus Sacramentado.

https://youtu.be/UTt5RhF4xqo

5 conselhos para o momento da Comunhão - Padre Luiz Camilo Júnior.

https://youtu.be/YQmQs9HsZ

Comunhão Espiritual em tempos de Epidemia (os primeiros 28 min fala mais de epidemia)

https://www.youtube.com/watch?v=m9TNmqlV-JM

Tudo sobre Comunhão Espiritual - Ricardo Pio Maria

https://www.youtube.com/watch?v=34eyT2JEMn8

Como fazer a Comunhão Espiritual e qual o valor dessa forma de receber Jesus? - Flávia Novais Comunidade Shalom 

https://www.comshalom.org/a-presenca-real-de-jesus-sacramentado-na-comunhao-espiritual/

O que é Comunhão Espiritual?

https://cleofas.com.br/a-comunhao-espiritual/  - Cleofas 

A Comunhão Espiritual

https://cleofas.com.br/a-comunhao-espiritual-2/ - Cleofas

Como podemos fazer a Comunhão Espiritual? - Felipe Aquino

https://www.youtube.com/watch?v=In62Mfcauuo&feature=emb_title

10 Conselhos para assistir a Missa transmitida pela TV e pela Internet - Comunidade Shalom.

https://www.comshalom.org/10-conselhos-para-participar-da-missa-transmitida-pela-tv-ou-pela-internet/

Leitor pergunta sobre pão, hóstia e subida do corpo e alma ao céu.

https://www.veritatis.com.br/leitor-pergunta-sobre-pao-hostia-e-subida-do-corpo-e-alma-ao-ceu/amp/

 

Quantas vezes devo perdoar?

7?    77?    70 x 7?

 

Este estudo surgiu da curiosidade sobre um raciocínio lógico. O alicerce desta obra é a Bíblia de Jerusalém.

Enquanto a curiosidade se atentava para as quantidades numéricas “divergentes” entre as Bíblias e versões, o espírito estudioso se concentrava no perdão, no arrependimento, na vida eterna, nas pessoas que exerceram o perdão, nas pessoas que foram perdoadas e enfim, em ações que se deve tomar para evitar o “perdão”, pois “tudo quanto ligamos na terra, será ligado no céu, e tudo que desligar na terra, será desligado no céu” (Mt 18,18).

            Este estudo contempla os fatos relacionados à dúvida sobre o número de vezes que se deve perdoar: 7? 77? 70x7... Pincela algumas passagens bíblicas e citações relacionadas ao pecado/perdão, direta ou indiretamente.

Foram 4 (quatro) passagens na Bíblia que aguçaram a curiosidade neste estudo e estes 4 (quatro) momentos falam em números de vezes que se deve perdoar e/ou ser vingado.

1)      AT: Caim seria vingado (Gn 4,13).

2)      AT: Lamec quer ser vingado mais vezes (4,24).

3)      NT: Jesus dialoga com Pedro sobre quantas vezes deve perdoar (Mt 18,21-22).

4)      NT: Jesus fala na Correção Fraterna (Mt 18,15-18 e Lc 17,3b-4).

O número de perdões vem ligado às faltas (iniquidades) às transgressões e ao pecado (Ex 34,7) que tem suas consequências. Por outro lado, Deus é cheio de ternura (compaixão), piedade (misericórdia), fidelidade e graça (amor) (Ex 34,6) que nos acolhe constantemente.

O estudo abrange os seguintes pontos: a) Os 3 (três) primeiros pecados e perdões implícitos na Bíblia; b) Exemplos de perdão; c) As previsões, declarações e testemunhos; d) O homem e o pecado; e) Jesus: o perdão e o pecado; f) Outras declarações; Conclusão; e Bibliografia.

 

Os 3 (três) primeiros pecados e perdões implícitos na Bíblia:

 

Como se pode perceber, Deus tão logo fez o mundo, já usou da Sua misericórdia.  Está assim justificado:

1.      Primeiro – Adão e Eva

No AT, Deus falou para Adão: “Podes comer de todas as árvores do jardim. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres terás de morrer” (Gn 2,16-17). Quando Adão comeu, surgiram consequentemente a primeira desobediência e a primeira falta de confiança em Sua bondade (Eu Creio: página 25) e o primeiro perdão: apenas “Deus o expulsou do jardim do Éden para cultivar o solo de onde foi tirado” (Gn 3,23). Embora a Bíblia não mencione ainda a palavra pecado, este pecado foi contraído pela humanidade, não cometido (Eu Creio: página 26). Com o Batismo, apaga o pecado original e o homem, volta para Deus.

 

2.      Segundo - Caim

O relacionamento de Caim e Abel é oposto à vontade de Iahveh que é cuidar do próximo. O rompimento da fraternidade veio pela rivalidade e competição.

A Caim, filho de Adão e Eva, Deus foi perguntar: “...não jaz o pecado à porta, como animal acuado que te espreita; podes por acaso dominá-lo? (Gn 4,7)” Esta é a primeira vez que a Bíblia inclui a palavra pecado. Caim matou Abel e sabia “que o primeiro que o encontrasse o mataria.” “A culpa dele era grande.” Disse-lhe Deus: “Quem matar Caim será vingado 7 vezes. Iahweh colocou um sinal sobre Caim a fim de que Caim não fosse morto por quem o encontrasse (Gn 4,7-16)”. A vingança de sangue não atingiu Caim. Ele estava protegido por Deus. É a segunda vez implicita na Bíblia que Deus vai perdoar. O primeiro assassino arrependido obteve a misericórdia de Deus: o perdão. Pedro testifica que “... Deus não faz acepção de pessoas” (At 10,34) .

 

3.      Terceiro – Lamec

Lamec, descendente de Caim, é o primeiro polígamo citado na história e é também assassino por dois homicídios praticados. “Se Caim é vingado 7 vezes, Lamec 77 vezes será vingado” (Gn 4,24). “O cântico selvagem composto em honra de Lamec, herói do deserto, é recolhido na Bíblia como testemunho da crescente violência dos descendentes de Caim” (Bíblia: página 40 no rodapé).

“O relato também supõe uma civilização ainda pouco evoluída no domínio religioso de forma que poderia haver homens que poderiam matá-lo e homens que poderiam vingá-lo” (Bíblia: página 39 no rodapé).

Lamec quer ser vingado não 7, mas 77. Na Bíblia Pastoral fala 70 x7. Ele se preocupa em ser vingado, caso ele seja morto. Não se fala que ele pensa em perdão.

Neste ponto começaram as divergências. Será 7 ou 77 vezes ou 70 vezes 7?

 

Exemplos de perdão

 

            Muitos personagens exerceram o perdão e/ou reconheceram suas faltas, como exemplifica:

José do Egito foi invejado, jogado num poço e vendido pelos irmãos. Foi acusado injustamente, pela mulher do seu senhor indo para a prisão. Foi esquecido pelo copeiro. Mas o Senhor estava com José e o abençoou. O senhor de José reconhecia nele potencial e Presença de “Deus” e lhe entregou tudo na mão, que logo fez tudo prosperar. E próspero, acolheu seu pai Jacó e seus irmãos nos tempos de fome e depois até o fim de sua vida (Cf. Gn 37-50).

7 vezes? 77 vezes?  70 vezes 7 vezes? José perdoou quantas vezes? Uma vez. E completamente. Primeiro: guardou sigilo do que os irmãos fizeram. Falou com eles a sós. Segundo: disse aos irmãos que era necessário que tudo isto acontecesse para que ele pudesse os receber. Terceiro: cuidou dos irmãos mesmo depois que Jacó, seu pai, morreu. Quarto: ele não soube que os irmãos mentiram dizendo que era vontade do pai que cuidasse deles (Cf. Gn 50,16-17). Se soube que os irmãos mentiram, ele perdoou pela segunda vez.

Esaú também perdoou seu irmão Jacó (Israel) (Cf. Gn 33) por ter usurpado sua e primogenitura e bênção.

Davi pede piedade pelas próprias transgressões (Sl 51,1-17). Diz ainda que a confissão liberta do pecado e que é feliz quem tem a ofensa absorvida (Sl 32).

Quanto a Jesus, as pessoas refletiam: “Quem é este que até perdoa pecado?” (Lc 7,48). Mesmo assim, em diversas curas (milagres) Ele falou: “vá e não peques mais, os teus pecados estão perdoados”.

Entre outros, destaca-se a mulher apanhada em adultério (Cf. Jo 8, 1-11) e a pecadora que ama (Lc 7,36-50).  

Ao negar Jesus, Pedro arrependido chorou amargamente (Cf. Mt 26,69-75; Mc 14,66-72; Lc 22,54-62; e Jo 18,15-27). O arrependimento é uma condição para se receber o perdão.

Saulo (Paulo), perseguidor de Jesus, depois de seu encontro com Ele, a caminho de Damasco, começou a proclamá-lO. (Cf. At 9,1-21).

Ambos, Pedro e Saulo, “produziram frutos dignos de arrependimento” (Lc 3,8) que estão relatados no Livro Atos dos Apóstolos.

Mas, o maior exemplo de perdão na Bíblia foi dado por Jesus aos seus malfeitores. Jesus crucificado, humilhado, sendo desafiado, ultrajado e zombado por eles (Cf. Lc 23,33-37), ainda diz: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem” (Lc 23,34).

 

As previsões, declarações e testemunhos

 

Segundo João, “toda iniquidade é pecado” (1Jo 5,17). E Deus, com sua misericórdia, além de “enviar Seu único filho ao mundo, para as pessoas não perecerem e terem vida eterna” (Jo 3,16), por meio dos profetas, expressou Sua visão sobre a relação pecado/perdão e como também seria Sua atuação, abordando os seguintes pontos:

 

1.      Deus e os profetas

 

Isaías diz: que Deus esquece a ingratidão de Israel: "Eu sou o que apaga tuas transgressões, por amor de mim, e já não se lembro dos teus pecados” (Is 43,25). Descreve “a compensação que Jerusalém” vai recebe, deixando claro que o amor de Deus não vai mudar (Is 54, 1-10). Orienta: “Procurai Iahweh enquanto Ele se deixa encontrar. Invocai-O enquanto está perto. Abandone o ímpio caminho, o homem mau seus pensamentos e volte a Iahweh, pois terá compaixão dele, ao nosso Deus, porque é rico em perdão” (Is 55, 6-7). No Salmo de Penitência está declarado que “Deus não tem mão curta para nos salvar, apesar de serem numerosas as transgressões e os pecados testificarem contra nós” (Is 59,1-15).

Jeremias fortalece a necessidade de conversão e reafirma a ternura de Deus: “Virá um redentor de Sião aos que se converterem da sua rebelião a Jacó” (Is 59,20) .“... Iahweh espera a hora de poder mostrar-vos a sua graça. Ele se ergue para mostrar-vos a sua compaixão porque Iahweh é Deus da justiça” (Is 30,18).

Por meio de Jeremias, Deus disse que as pessoas “deveriam envergonhar-se porque praticam coisas abomináveis, mas não se envergonham nem ficam vexados” (Jr 6,15). E, Deus fez este pedido: “Melhorai os vossos caminhos e vossas obras...” (Jr 7,3); “praticai o direito de cada de cada um com o próximo” (Jr 7,5).

Deus aplicou a Pedagogia do Castigo proferindo um Oráculo a Jeremias: “Assim como me abandonastes para servir, em vossa terra, a deuses estrangeiros, assim também servireis a deuses estrangeiros, assim também servireis aos estrangeiros em terra que não é vossa” (Jr 5,19).

Jeremias revelou que todos conheceriam Deus, que Ele perdoaria os pecados que não seriam mais lembrados por Ele (Jr 31,31-34). Também faz um convite: “Temamos a Iahweh nosso Deus que nos dá a chuva de outono e a primavera a seu tempo, e nos reserva semanas fixas para a colheita. Vossos delitos afastaram esta ordem e vossos pecados privaram desta ordem” (Jr 5,24).

Oseias fez uma advertência final: “Quem é sábio compreenda isto, quem é inteligente reconheça-o! Porque os caminhos de Iahweh são retos e os justos caminharão neles. Mas os rebeldes neles tropeçarão” (Os14,10).

 

2.      O Precursor de Jesus, João Batista, e o perdão

 

O Precursor, João Batista, no deserto pregava assim: “Arrependei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo” (Mt 3,2). “Eram batizados por João no rio Jordão confessando os pecados e não bastava dizer temos por pai Abraão.” Deviam “produzir fruto digno de arrependimento” (Cf.Mt 3, 8), como por exemplo: “repartir as túnicas e os alimentos para quem não tem, não molestar com extorsões, não denunciar falsamente, contentar-se com o saldo e não exigir nada além do que foi prescrito” (Lc  3,10-14).  João batizou Jesus para se “cumprir toda justiça” (Mt 3,15). Ou seja, se cumprisse as Escrituras. “Jesus não cometeu nenhum pecado...” (1Pd 2,22) apesar de ter sido batizado.

7 vezes? 77 vezes? 70 vezes 7 vezes? Quantas vezes se deve perdoar: E quantas vezes o perdoado deve produzir frutos dignos de arrependimento? As ações sugeridas por João Batista com certeza podem ser praticadas antes do arrependimento, anulando a sua chegada. Confira a Pregação de João Batista em Lucas 3,.18

 

O Homem e o pecado

 

Não era da vontade do Pai que está nos céus que nenhum dos pequeninos se perdesse (Mt 18,14) e Jesus disse que era inevitável que houvesse escândalo, mas ai daqueles que os causasse (Lc 17,1). Quando se peca, se é causador do escândalo contrariando a vontade de Deus.

 

1.      Afastamento de Deus porque o homem é pecador

 

É por causa do pecado que existe o afastamento de Deus.

“Quando se entrega a violência o ser humano destrói a ordem de Deus. Este protege até o homicida...” (Gn 4,1-16 rodapé - CNBB). Eclesiastes relata: “Não existe um homem tão justo sobre a terra que faça o bem sem jamais pecar” (Ecl 7,21). Em Romanos diz: todos os homens estão debaixo do pecado. “Eis por que como por meio de um só homem (Adão) o pecado entrou no mundo e, pelo pecado a morte (de Jesus). Assim a morte passou a todos os homens porque todos pecaram”. “Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que ajo, e sim o pecado que habita em mim” (Rm 3,9.20; 5,12; 7,14-25).

 

2.      Deus sempre se aproxima

 

É certo que com Deus se vence todos os pecados. Deus sempre buscou um relacionamento mais próximo com a humanidade, mesmo com ela corrompida:

Quando a terra estava pervertida Deus falou com Noé (Gn 6, 12).

Quando viu a miséria de Israel no Egito chamou Moisés (Cf. Ex 3,7-12). Em Êxodo ele se aproximou de Moisés na escuridão de uma nuvem para que o povo pudesse escutá-lo (Cf. Ex 19,3b-8).

Para dizimar o pecado, o maior “pronunciamento de Deus, foi entregar o Decálogo a Moisés” (Cf. Ex 20, 1-20).

O contacto pessoal de Deus foi quando Seu filho foi enviado. Além de reforçar a Paternidade de Deus, Jesus assim declarava: “Eu sou o caminho, e a verdade; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14,6). “Eu sou o pão da vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11,25).

 

3.      O Pecado e a Misericórdia Divina

 

O pecado humano a toda hora se depara com a misericórdia Divina por meio de Seu Filho. Disse Jesus: “...Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não o sacrifício” (Mt 9,13) e também “Sede misericordioso como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36).

Paulo, Pedro, João e Timóteo dão testemunho desta misericórdia:

Paulo dá graças a Deus por “Ele nos arrancou do poder das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, no qual temos a redenção, – a remissão dos pecados” (Cl 1, 13-14). Destaca que Deus demonstrou seu amor quando Cristo morreu pelos ímpios, permitindo recebermos a reconciliação (Cf. Rm 5,1-11). “Recorda que todos estavam mortos em delitos e pecados. Mas, Deus, rico em misericórdia veio vivificar todos juntamente com Cristo” (cf. Ef. 2, 1-10). “Graças sejam dadas, que por Cristo nos carrega sempre em seu triunfo e, por nós, expande em toda parte o perfume do seu conhecimento” (2cor 2,14). “Ele justifica a fé que se tem, a graça em que se encontra e a esperança na ressurreição” (Cf. Rm 5,1-11). “Se alguém causou tristeza, não foi a mim, mas em certa medida (não exagerar) a todos vós. Para tal homem, basta a censura infligida pela maioria. Eis por que muito ao contrário, perdoai-lhe e consolai-o, a fim de que não seja absorvido por tristeza excessiva.” Portanto, eu recomendo que reafirmem o amor que têm por ele (2Cor 2,5-7).

Pedro pede que proclamem pela misericórdia recebida e ensina sobre o amor, respeito e perdão, porque o amor cobre pecados (Cf. 1Pd 2,9-10; 3,1; 3, 8-9; 4,8). Reforça a Misericórdia de Deus que nos gerou para a Ressurreição (1Pd 1,1—5). “Sede bondosos e compassivos uns com os outros, perdoando-vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4,32).

João testemunhou: “Pois Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3,16).  “Deus não enviou o Filho ao mundo, para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,17). “Exalta que todo aquele que pratica a justiça nasce de Deus e nossa condição de filho d’Ele, sendo amado” (Cf. 1Jo 3,1-10). “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça (1Jo 1,9).

Timóteo diz que Deus não nos deu espírito de medo, mas espírito de força, amor e sobriedade. Fala que Jesus se manifestou pela Aparição. Ora também pelos amigos que ficaram na Ásia e espera a misericórdia de Deus (Cf. 2Tm 1,7-18).

Há inúmeros perdões. Quantos? 7? 77? 70 x 7?  Sempre. Todas as vezes que se for arrancado das trevas e voltar-se para Deus, livrando-se do afastamento para com Ele.

 

Jesus: o perdão e o pecado

 

1.      Preceitos de Jesus e o Perdão

 

Quando Jesus soube que João Batista foi preso (Mt 4,12-17) estava clara a sequência: pecado, arrependimento, Reino dos Céus que tinham condições explícitas e orientações dadas por ele, João Batista. Então Jesus com o discurso: Nas “Bem-Aventuranças” (Mt 5,6,7), conduz caminhos para que nenhuma pessoa precise de se arrepender. E quanto ao perdão, nem 7 vezes? 70? 77? 70 x 7. Nenhuma vez de fato. Apregoando esta sequência e conhecendo a misericórdia do Pai para que “sejamos felizes e puros no coração e vermos Deus” (Mt 5,8), alertava a todos para o seguinte:

·         “Não julgue para não ser julgado” (Mt 7,2).

·         Com a mesma medida que medis, serás medido (Mt 7,2).

Ocorreram passagens que Jesus curou pessoas e acrescentou que os pecados delas estavam perdoados: Curou um paralítico em Cafarnaum (Mc 2,1-12), o paralítico trazido na maca (Lc 5, 17 -26) e perdoou os pecados de uma mulher (Lc 7,48).

“Os escribas começaram raciocinar: Quem é este que diz blasfêmias? Não é só Deus que pode perdoar pecados?” (Lc 5,21) É evidente que eles não reconheciam Jesus como Deus encarnado.

            Brilhar para verem suas boas obras e elas glorificarem o Pai (Mt 5,16).

·         Praticar e ensinar os mandamentos (Mt 5,19).

·         Não se encolerizar com o irmão (Mt 5,22).

·         Antes de ofertar no altar se lembrar do que o irmão tem contra ti e reconciliar com ele (Mt 5,23).

·         Ao olhar para uma mulher com olhar libidinoso estará cometendo pecado (Mt 5, 27).

·         Ao repudiar uma mulher, será responsável por ela se tornar adúltera, ou por quem com ela se casar (Mt 5,27-32).

·         Não jurar. Apenas sim e não saber falar (Mt 5,33-37).

·         Ao ser ferido na face direita, à esquerda vá dar (Mt 5,38-39).

·         Se quiserem pleitear sua túnica, até o manto vá dar (Mt 5,40).

·         Se tiver que andar uma milha, duas vá andar (Mt 5,41).

·         Vá aos inimigos amar e pelos perseguidos vá orar (Mt 4,44).

·         Ser perfeito como o Pai foi, é e vai ser (Mt 5,48).

·         Não praticar iniquidade (Mt 7,23).

·         Por em prática a Palavra (Mt 7,24).

      As orientações nas Bem-aventuranças parecem intermináveis: dar esmola (Mt 6,1-5), orar (Mt 6,5-6) e jejuar em segredo (Mt 6 16-19); ajuntar tesouro que pode ir para o céu (Mt 6,19-21), pois pelos bons frutos se conhece a árvore (Mt 7,20); abandonar-se à Providência (Mt 6,25-34)...

É necessário reconhecer que não se pode servir a dois senhores: Deus e o dinheiro (Mt 6,24); que poucos encontram o Caminho Estreito (Mt 7,13-14); ser luz para as trevas não o alcançar (Mt 6,22-23).; não profanar coisas santas (Mt 7,6); além de saber que: se pedir será dado; se buscar vai achar; se bater, a porta se abrirá; pois o Pai do Céu dará coisas boas aos que pedem (Mt 7,7-11).

A maior herança que deixada foi a Oração Universal: o Pai-Nosso. Entre as 7 (sete) petições, se encontra o pedido de perdão e ainda afirma que se pratique, como uma promessa. As súplicas no final da oração, sendo atendidas, não carecem de perdão, pois não cai em tentação, e ainda é livrado do mal (Mt 6,7-15). Incontestável “seja feita a tua vontade” (Mt 6,10). Uma poderosa Oração em total consonância com o Pai. Mas, não é bem assim. É necessário que “ponhas tua alegria em Iahweh e ele realizará os desejos do teu coração” (Sl 34,4).

 

2.      Jesus na Remissão dos nossos Pecados

 

Jesus anunciou sua Paixão três vezes (Mt 16,21; 17,22; e 20,17) ciente que “ia ser açoitado, escarnecido e crucificado, mas no terceiro dia ressuscitado” (Mt 20,17). “No Getsêmani Ele se entristeceu e se angustiou e em seguida foi entregue aos pecadores” (Mt 26,36-44). Quando foi preso Ele perguntou a Pedro: “Deixarei eu de beber o cálice que o Pai me deu” (Jo 18,11)? “Na cruz perdoou o bom ladrão, garantindo-lhe que naquele dia ele estaria com Ele no Paraíso” e fez o último pedido ao Pai: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem” (Lc 23,33-43).

“Mentira nenhuma foi encontrada na sua boca. Quando injuriado não revidava. Ao sofrer, não ameaçava, antes punha a sua causa nas mãos d’Aquele que julga com justiça. Sobre o madeiro levou nossos pecados em seu próprio corpo, a fim de que mortos para os nossos pecados, vivêssemos para a justiça. Por suas feridas fostes curados, pois estáveis desgarrados como ovelhas, mas agora, retornastes ao Pastor e guarda de vossas almas” (1Pd 2,22-25).

Jesus veio dar pleno cumprimento a Lei do Pai (Mt 5,17) .

 

3.      Número de vezes que se deve perdoar

 

No Discurso Eclesiástico, com o título Perdão das Ofensas em Mateus, Pedro pergunta a Jesus: “Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim? Até 7 vezes? Jesus respondeu-lhe: Não te digo 7, mas até 77 vezes” (Mt 18,21). Na maioria das Bíblias, veja quadro abaixo, diz: 70 x 7 implica numa quantidade grande, praticamente incontável, ou seja, o perdão é infinito.

Com a Parábola do devedor implacável (Mt 18,23-34), Jesus encerrou a explicação sobre o perdão: um homem quer e recebe o perdão, mas não foi capaz de perdoar e por isso foi entregue aos verdugos.

 

4.      Correção Fraterna

 

Em Mateus (Mt 18,1l5-18).  Jesus fala em correção, e se não tiver o entendimento: buscar 2 (duas) testemunhas e ir até a Igreja se for o caso Depois de tudo isto continuar em pecado será considerado um pagão e até ex-comungado. Mas é preciso agir com prudência no amor e na misericórdia, proceder como o pastor em busca da ovelha perdida (Mt 18,11-14). É preciso se ter consciência que pecam também aqueles que aplaudem. (Cf. Rm 1,32).

Em Lucas diz Jesus: “Se teu irmão pecar repreende-o, e se ele se arrepender, perdoa-lhe e caso peque contra ti 7 vezes por dia e 7 vezes retornar, dizendo: Eu estou arrependido, tu lhe perdoarás” (Lc 17,3b-4). Portanto para 7 pecados, 7 arrependimentos, 7 perdões, mostra uma proporcionalidade aplicável a qualquer número. A atitude do discípulo (Lc 17,1-10) é desinteressada, mas voltada ao serviço de Deus, na correção e no perdão.

 

5.       Quadro do número de vezes que se deve perdoar

O quadro abaixo especifica as citações de diversas Bíblias, registrados por Mateus e Lucas. A Ecumênica só tem o NT. C = Católica; P = Protestante

 

Bíblia Sagrada

Identificação

AT

Gn

4,15.24

NT

Mt                   Lc

18,21-22        17,3

 

C

P

Caim

Lamec

Mt

Lc

Jerusalém (Paulus)

S

 

7

77

77

7

Ave Maria (Claritiana)

S

 

7

77

70 x 7

7

CNBB (Canção Nova)

S

 

7

77

70 x 7

7

Ecumênica (Loyola)

70 x 7

7

Fonte de Bênçãos

 

S

7

77

77

7

Linguagem de Hoje (Pailinas)

 

S

7

77

70 x 7

7

Pastoral (Paulus

S

 

7

77

70 x 7

7

Paulinas

S

 

7

70x7

70 x 7

7

Paulinas set/2005

S

 

7

77

77

7

Tempo Maltese

 

 

7

77

70 x 7

 

Nova Versão Internacional

 

S

7

77

70 x 7

7

Vozes (Vozes)

S

 

7

77

7

 

                        Legendas Bíblias: c=Católica e=Evangélica

 

6.      Recomendações de Jesus

"Jesus acrescentou: “Nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular (Sl 117,22)’; pelo Senhor foi feito isso e é maravilha aos nossos olhos; (Mt 21, 42)".

Jesus disse: “Assume logo uma atitude conciliadora com o teu adversário enquanto estás com ele no caminho.” (MT 5,25).

Assim falou Ele em Oração com o Pai: “Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome que me deste; guardei-os e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que cumprir-se a Escritura (Jo 17,12).

Ele confirmou quando disse: “O Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19,10). E foi por causa dos pecados que Jesus se aproximou dos pecadores: “Com efeito, eu não vim chamar os justos, mas pecadores.” (Mt 9,13). Para Jesus “quem comete o pecado, é escravo” (Jo 8,34). Descreve que nas palavras de Jesus: veio manifestar as obras de Deus; não veio julgar; e pelo amor ao mundo, pelo seu Pai, Ele, Seu Filho, seria entregue para que todos tivessem a vida eterna (Cf. Jo 3,1-21).

O caminho para se afastar do pecado e consequentemente do arrependimento é termos a vida em Cristo. O pedido de perdão vem do arrependimento e da reconciliação, levando à Conversão. Cada vez que Jesus diz: “Arrependei-vos e crede no Evangelho (Mc 1,15)” é um chamado a Conversão. “Se alguém quer vir a mim, renuncie si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. (Lc 9,23) é também um chamado.

Vivendo em Cristo, naturalmente há uma mudança em atitudes onde faculta: Jejum, Oração, Misericórdia, Leitura das Escrituras e a busca incessante do Espírito Santo. Deve-se os deixar ser conduzido pelo Espírito, pois o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não há lei (Gl 5,16). Fortalece a fé em Deus e o amor ao próximo. Como novas criaturas efetiva-se a herança do Reino.

O próprio Jesus nos ensinou ainda em vida: Seja aquele que serve. O “Filho do homem não veio para ser servido. Mas, para servir e dar sua vida como resgate em muitos” (Mt 20,25).

Deve-se amar uns aos outros. Deus é amor. Aquele que permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece n’Ele (1Jo 4,7).

Fazer louvor a Deus e a tudo dar graças em nome de nosso Senhor Jesus Cristo (Ef5,19).

Não se deve permanecer no pecado, pois todos os batizados em Cristo Jesus, na sua morte será ressuscitado e para viver uma vida nova. “Ter fé que também viveremos com Ele. Uma vez vivendo n’Ele viveremos em Deus e estaremos sob a graça” ( Rm 6,1-14).

Busque a misericórdia de Deus renovando a morte para fazer o que é agradável a Deus, pois todos são um, formando o corpo em Cristo. Use o dom proporcional à sua fé: quer para a profecia, serviço ou misericórdia. Sede diligente, alegre na esperança, e persevere na tribulação. Abençoe até os que lhe persegue. Viva a paz em tudo que depende de você. Não pague o mal com o mal. A Deus pertence a vingança. Ele é quem distribui (Rm 12,1-21). “O crente a serviço da Justiça” (Cf. Rm 6,15-23). O homem se torna livre do pecado, tendo fruto para a santificação e obviamente a vida Eterna.

Ocupe-se com tudo que é verdadeiro, nobre, puro, amável, honroso, virtuoso, ou qualquer modo que mereça louvor (Fl 4,8)

Primado de Cristo e Participação dos Colossenses na salvação (Cl 1, 15-23). “Só Cristo é o verdadeiro Chefe dos homens e dos anjos” (Cf. Cl 2,9-15). Estavam mortos pelas faltas, mas em Cristo foram vivificados com o perdão. Suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se alguém tem motivo de queixas contra o outro, como o Senhor vos perdoou, assim também fazei vós (Cl 3,12).

“Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é o dom de Deus; não vem das obras para que ninguém se encha de orgulho” (Ef 2,8-9). Mas agora, em Cristo Jesus, vós que outrora estáveis longe, fostes trazidos para perto pelo sangue de Cristo.

Para que haja o arrependimento, é necessária uma mudança de vida, que Deus nos dê um novo coração. Dar-vos-ei coração novo, porei no vosso íntimo espírito novo, tirarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei coração de carne (Ez 36,26).

“É com suavidade que devemos educar os nossos opositores, na expectativa de que Deus lhes dará não só a conversão para o conhecimento da verdade, mas também o retorno a sensatez, libertando-os do laço do diabo, que os tinha cativados de sua vontade (2Tm 2,25)”.

Salmo 86 –Súplica na provação, trata-se de um pedido de socorro em hora de aflição. Uma oração.

“Finalmente, sedes todos unânimes, compassivos, cheios de amor fraterno, misericordiosos e humildes de Espírito. Não pagueis mal por mal, nem injúria por injúria; ao contrário, bendizei, porque para isto fostes chamados, isto é, para serdes herdeiros da benção”. (1Pd 3,8-9). “Acima de tudo, cultivai, com todo o ardor, o amor mútuo porque o amor cobre uma multidão de pecado” (1Pd 4,8).

 

O Pecado e o Espírito Santo

 

            Para Jesus não há perdão quando se trata do Espírito Santo. Eis Sua declaração: “todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas contra o Espírito não será perdoada. Se alguém disser uma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado, mas se disser contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem nesta era, nem na outra” (Mt 12,31-32). Este pecado, não é perdoado porque é a negação de Deus em sua essência. É o único pecado que não foi perdoado.

            “O homem tem desculpas quando se engana a respeito da dignidade divina de Jesus, oculta sob suas aparências humildes de Filho do Homem; mas não se dá o mesmo quando fecha os olhos e o coração às obras notáveis do Espírito Santo. Negando-as rejeita a oferta suprema que Deus lhe faz e se exclui da salvação” (Bíblia: página 1725 no rodapé).

 

Outras declarações

 

1 – Citações

 

“Só Cristo é o verdadeiro Chefe dos homens e dos anjos” (Cf. Cl 2,9-15). Estavam mortos pelas faltas, mas em Cristo foram vivificados com o perdão.

“O crente a serviço da Justiça” (Cf. Rm 6,15-23) o homem se torna livre do pecado, tendo fruto para a santificação e obviamente a vida Eterna.

“Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é o dom de Deus; não vem das obras para que ninguém se encha de orgulho” (Ef 2,8-9). Mas agora, em Cristo Jesus, vós que outrora estáveis longe, fostes trazidos para perto pelo sangue de Cristo.

“É com suavidade que devemos educar os nossos opositores, na expectativa de que Deus lhes dará não só a conversão para o conhecimento da verdade, mas também o retorno a sensatez, libertando-os do laço do diabo, que os tinha cativados de sua vontade (2Tm 2,25)”.

Leiam o Salmo 86 – Súplica na provação  trata-se de um pedido de socorro em hora de aflição. Uma linda oração.

Suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se alguém tem motivo de queixas contra o outro, como o Senhor vos perdoou, assim também fazei vós (Cl 3,12).

“Finalmente, sedes todos unânimes, compassivos, cheios de amor fraterno, misericordiosos e humildes de Espírito. Não pagueis mal por mal, nem injúria por injúria; ao contrário, bendizei, porque para isto fostes chamados, isto é, para serdes herdeiros da benção”. (1Pd 3,8-9).

“Acima de tudo, cultivai, com todo o ardor, o amor mútuo porque o amor cobre uma multidão de pecado” (1Pd 4,8).

 

2 – A falta de perdão

 

Destaque para quem não perdoa...:

Não pode orar em plenitude (Mc 11,25).

Não pode adorar por causa do ressentimento (Mt 5,23).

Não recebe perdão (Mt 6,15; Mc 11,26).

Não tem paz (Mt 18,34).

Não tem saúde porque não há cura. (Tg 5,14).

Não tem vitória (2Cr 2,10).

Não é digno da misericórdia de Deus (Mt 18, 21-35).

Não tem conversão por não se tornar um homem novo (Jo 3,1-21)-

Não tem liberdade, continua escravo do pecado (Rm 6,16-17).

 

Conclusão

 

No trabalho é citado personagens individuais e situações de perdão coletivo. Será que o perdão só aconteceu uma vez? João responde nossa pergunta dizendo: “Muitas coisas, Jesus fez e não foram escritas” (Jo 21,25). Portanto, muitos perdões, ensinamentos e milagres deixaram de ser contados.

Quanto a quantidade de vezes que se deve perdoar na verdade, nem 7, nem 77, nem 70 x 7. O perdão será proporcional ao número de pecados correspondentes ao arrependimento. Ou seja, é ilimitado. Conforme a matemática é ilimitado, é o número infinito, ou seja: sempre.

“Deus agora notifica aos homens que todos e em toda parte se arrependam” (At 17,30). Portanto, o arrependimento para a conversão é fundamental para a Salvação.

Quanto à dualidade perdão e vingança não há espaço para a segunda. A misericórdia prevalece junto com a correção dos atos e produção de bons frutos. O perdão é incitado em diversas passagens. Jesus pagou na cruz pelos nossos pecados.

Quanto a sequência pecado, arrependimento, Reino dos Céus é o caminho indicado por João Batista e Jesus. Mas não é o preferido, nem o melhor, haja visto tantos ensinamentos que nos livra do pecado, foram dados por Deus Pai, pelo Precursor e por Deus encarnado.

Deus fala com todos. Às vezes não se escuta. Precisa trabalhar a escuta, a aprendizagem, para que haja o perdão. E sempre um novo perdão. E assim sucessivamente, diante da imperfeição.

Disse Deus: “Não terás no teu coração ódio pelo teu irmão. Deves repreender o teu compatriota, e assim, não terá culpa do pecado. Não te vingarás, não guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou Iahweh(Lv 19,17)

Disse Jesus: “Amai-vos como eu vos ameis... (Jo 15,12). “Sede perfeito como perfeito é vosso Pai” (Mt 5,48).

 

Finalizando com uma declaração de Deus feita a todos nós por meio de Jeremias:

Eu sou Iahweh que pratico o amor, o direito e a justiça na terra

porque é disso que eu gosto (Jr 9,23).

 

Bibliografia

Bíblias:

            Jerusalém

            Ave Maria

            CNBB

            Ecumênica

            Paulinas

            Pastoral

            Vozes

O Sábado

 

Introdução:    

Desde os primórdios que o Sábado era o dia do descanso. Nos tempos de Jesus, também. Era o dia destinado a Deus.

Em Mateus 5,17-19 disse Jesus: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento...”. Em outra ocasião foi dito por Ele em Mateus 10,34: “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas sim a espada...”  estando ciente “de que os inimigos dos homens eram seus próprios familiares” (Cf. Mt 10,36).

 Jesus “violava” o sábado em prol da misericórdia de todos e justificou isso diante de várias passagens. Algumas aqui transcritas da Bíblia de Jerusalém.

O objetivo do trabalho, basicamente, é transcrever as passagens que fazem referências aos sábados pelos quatro Evangelistas mostrando como os sábados eram utilizados por Jesus diante daquela cultura nos tempos messiânicos. Destaca em algumas passagens o que Jesus diz sobre os Sábados e no final mostra as passagens da glória de Jesus no Domingo.

 

Poder da Igreja

Jesus entregou a Pedro a sua Igreja, quando disse que o que estivesse ligado no céu estaria ligado no céu, assim também que o que estiver desligado, também será desligado no céu (Mt 16,18-19).

Também permitiu que a Igreja fosse um “juiz” do irmão pecador descritos na Correção Fraterna (Mt 18,17018).

Além do mais, “Se alguém está com Cristo é nova criatura” (2Cor 5,17); o que favorece as novas ‘mudanças’.

Afinal chegou o ‘Dia do Senhor’, porque “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; pelo Senhor foi feito isso e é maravilha aos nossos olhos.” (Mt 21, 42). A Pedra Angular é Jesus.

Ademais Cristo é a cabeça da Igreja porque a mesma é o seu corpo (1Cl 1,18; 1Cor 12,12-30).  “Vos todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3,26-29). E Jesus falou sobre o Pai: “E a vontade do que me enviou é esta: que eu não perca nada do que ele me deu; mas o ressuscite no último dia” (Jo 6,39).

 

            Sábado antes dos tempos de Cristo

Deus criou o mundo em 6 (seis) dias e no 7º descansou (Gn 2,1-3).

O sábado é o dia do descanso e não se deve realizar obras (Ex 16,23; 20,8-11; 31,12-17; 34,21; 35,3; Lv 23,3; 24,8; Dt 5,12-15).  A oferta é realizada no dia de sábado (Nm 28,9-10). O respeito ao Sábado é fundamental (Is 56,3-7; 58,13-14). É preciso fazer observância do sábado (Jr 17,19-27).  O Sábado é o sinal de Deus (Ez 20:20). E Iahweh reclama da profanação neste dia (Ez 22,8).

 

            Sábado depois da Ressurreição de Cristo

Paulo se reuniu por 3 sábados (At 17,1-2) para falar de Jesus. “...todos os sábados discorria na sinagoga persuadindo tanto judeus como gregos” (At 18,4).

           

                        Jesus ia à Sinagoga aos Sábados

“Jesus foi a Nazara, onde foi criado, e, segundo seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; desenrolou-o e encontrando o lugar onde está escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou pela unção para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor.” (Lc 4,16-30).

                       

                        Considerações Gerais sobre o Sábado segundo Jesus

As espigas arrancadas (Mt 12,1-8; Mc 2,23-28) – “Por esse tempo, Jesus passou, num sábado, pelas plantações. Os seus discípulos, que estavam com fome, puseram-se a arrancá-las e a comê-las. Os fariseus, vendo isso, disseram: Olha só! Os teus discípulos a fazerem o que não é lícito fazer num sábado. Mas ele respondeu-lhes: Não lestes o que fez Davi e seus companheiros quando tiveram fome? Como entraram na Casa de Deus e comeram o pão da proposição, que não era lícito comer, nem a ele, nem aos que estavam com ele, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na Lei que com os deveres sabáticos os sacerdotes no Templo violam o sábado e ficam sem culpa? Digo-vos aqui está algo maior do que o Templo. “Se soubesses o que significa: Misericórdia é o que eu quero e não sacrifício, não condenaríeis os que não têm culpa. Pois, o Filho do Homem é o Senhor do sábado(Mt 12,1-8). O sábado não suprimia, antes aumentava as atividades dos ministros do culto (Pág 1724). Marcos 2,27 completou a ideia: “... o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado.”

“Moisés vos deu a circuncisão (Jo 7,22-24) – não que ela venha de Moisés, mas dos patriarcas – vós a praticais em dia de sábado. Se um homem é circuncidado em dia de sábado, para que não se transgrida a Lei de Moisés, por que vos irais contra mim, por ter curado um homem todo no sábado? Não julgueis pela aparência, mas conforme a justiça.”

                       

Passagens Bíblicas das curas inclusive no Sábado

            Cura de um homem com a mão atrofiada (Mt 12, 9-14; Mc 3,1-6; Lc6,6-11) – “Partindo dali (das espigas arrancadas), entrou na sinagoga deles. Ora, ali estava um homem com a mão atrofiada. Então perguntaram-lhe, a fim de acusá-lo: É licito curar nos sábados? Jesus respondeu: Quem haverá dentre vós que, tendo uma só ovelha e caindo numa cova em dia de sábado, não vai apanhá-la e tirá-la dali? Ora, um homem vale mais do que uma ovelha! Logo, é lícito fazer o bem aos sábados. Em seguida, disse ao homem: Estende a mão. Ele estendeu e ela ficou sã, como a outra.” (Mt 12,9-14). A mão era ‘seca’. Marcos ainda acrescenta estas perguntas: “É permitido no sábado, fazer o bem ou o mal? Salvar vidas ou matar? (Mc 3,4)

            Cura endemoninhado cego e mudo (Mt 12, 22-32) – “Jesus se afastou dali (da sinagoga). Muitos o seguiram, e ele os curou a todos,” inclusive o “endemoninhado cego e mudo.” Dizem que ele expulsa os demônios em pelo príncipe dos demônios, o Beelzebu. Jesus fala em divisão de Reino, perdão e sobre o pecado contra o Espírito Santo.

            Jesus ensina em Carfanaum e cura um endemoninhado (Cf Mc 1,21-28) – “Entraram em Cafarnaum e, logo no sábado foram à sinagoga... Na ocasião, estava um homem possuído de um espírito impuro que gritava, dizendo: Que queres de nós Jesus Nazareno?... Jesus o conjurou severamente... O espírito sacudio-o violentamente e soltando grande grito, deixou-o... Até mesmo aos impuros, Jesus dava ordens...”.

            Cura na casa de Pedro – “E logo ao sair da sinagoga, foi à casa de Simão Pedro e André, com Tiago e João. A sogra de Simão estava de cama e com febre e eles imediatamente mencionaram a Jesus. Aproximand0-se, ele a tomou pela mão e a fez levantar-se. A febre a deixou e ela se pôs a servi-los.” (Mc 1,29-31).

Cura melhor encurvada em dia se sábado (Lc 13,10-17) – “Ora, Ele estava ensinando numa das sinagogas aos sábados. Eis que se encontrava lá uma mulher possuída havia dezoito anos por um espírito que a tornava enferma; estava inteiramente recurvada, e não podia de modo algum endireitar-se. Vendo-a Jesus chamou-a e disse: Mulher, estás livre de tua doença, e lhe impôs as mãos. No mesmo instante, ela se endireitou e glorificava a Deus. O chefe da sinagoga, porém, ficou indignado por Jesus ter feito uma cura no sábado e, tomando a palavra e disse à multidão: Há seis dias nos quais se deve trabalhar; portanto, vinde nesses dias para serdes curados e não no dia de sábado! O Senhor, porém, replicou: “Hipócritas! Cada um de vós, no sábado, não solta seu boi ou seu asno do estábulo para levá-lo a beber?” E esta filha de Abraão que Satanás prendeu há dezoito anos não convinha soltá-la no dia de sábado? Ao falar assim, todos os adversários ficavam envergonhados, enquanto a multidão inteira com todas as maravilhas que ele realizava.” Jesus é libertação.

            Cura de enfermo na piscina de Betsaida (Jo 5,1-18) – “Ora, esse dia era sábado. Os judeus, por isso, disseram ao homem curado: É sábado e não te é permitido carregar o leito. Ele respondeu: Aquele que me curou, disse toma teu leito e anda! Queriam saber quem dissera isso, mas Jesus desaparecera do lado da Piscina de Betesaida. No Templo, Jesus disse a quem havia curado: Eis que estás curado; não peques mais, para que não te suceda algo ainda pior!”.

            Cura de um hidrópico em dia de sábado (Lc 14, 1-6) – “Certo sábado, Ele entrou na casa de um dos chefes dos fariseus para tomar uma refeição, e eles o espiavam. Eis que um hidrópico estava ali, diante dele. Tomando a palavra, Jesus disse aos legistas e fariseus: É lícito ou não curar no sábado? Eles, porem, ficaram calados. Tomou-o então, curou-o e despediu-o. Depois perguntou-lhes: Qual de vós, se seu filho ou seu boi cai num poço, não o retira imediatamente em dia de sábado? Diante disso nada puderam replicar.” (Lc 14,1).

                Cura de um cego de nascença (Cf. Jo 9,1-14) Ora, era sábado o dia que Jesus fizera lama e lhe abrira os olhos, do cego de nascença, e o enviara a piscina de Siloé, para completar a cura. Nem ele nem seus pais pecaram segundo Jesus. Os fariseus queriam saber como ele recuperara a visão.”

 

Reações dos homens diante de Jesus:

“Após a Leitura do texto na sinagoga onde se cumpria a todos os ouvidos a referida passagem da Escritura, inicia-se a cisão. Uns testemunhavam a seu respeito, e admiravam-se das palavras cheias de graça que saíam de sua boca. Outros duvidavam por ser filho do carpinteiro José. E outros se enfureceram, o expulsaram da cidade e o conduziram até o cimo da colina, a qual a cidade estava construída com a intenção de precipitá-lo de lá. Ele, porém, passando pelo meio deles, seguiu seu caminho...” (Cf Lc 4,20-30).

“Jesus desceu então a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ensinava-os aos sábados. Eles ficavam pasmados com seu ensinamento, porque falava com autoridade” (Lc 4,31-32) “e não como os seus escribas. Jesus os deixava extasiados.” (Cf Mt 7,28-29).

Ensinava com autoridade (Mc 1,21; Mc 6,1-6; Lc 4,31). Perguntavam sobre sua sabedoria e sobre os milagres realizados pelas suas mãos. Fez diversas curas – “Ao entardecer, quando o sol se pôs, trouxeram-lhes todos que estavam enfermos e endemoninhados. E ele curou muitos doentes de diversas enfermidades e expulsou muitos demônios,” (Mc 1,32-34) “a fim de se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: Tomou nossas enfermidades e carregou nossas doenças.” (Mt 8,17) Impondo as mãos sobre cada doente atingido de males diversos Jesus os curava. (Cf. Lc 4,40)

Diante das perguntas de Jesus, normalmente os homens que discordavam das curas realizadas por Ele, “nos sábados, se calavam”. (Cf. Lc 14,6) Mas de um modo geral “já tramavam contra Ele, como acabariam com Ele”. (Cf. Mt 12,14)

“Quando Jesus curou o cego de nascença com lama completando com banho na piscina, os fariseus diziam que Jesus não era de Deus porque não guardava o sábado. Outros se perguntavam: Como um homem pecador pode realizar tais sinais? Havia sempre cisão entre eles.” (Cf. Jo 9,1-17).

Até “os guardas falavam: Jamais um homem falou assim... E Nicodemos Perguntou: Acaso a nossa Lei condena alguém sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez?” (Cf. Jo 7,45-51).

“Por isso os judeus perseguiam Jesus: porque fazia tais coisas no sábado. Mas Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora e eu também trabalho. Caracterizando a realização de obras a toda hora. Então os judeus, com mais empenho, procuravam matá-lo, pois além de violar o sábado, ele dizia ser Deus seu próprio pai, fazendo-se, assim, igual a Deus(Jo 5,15-18).

 

                        O Sábado e o Discurso Escatólogico:

            A grande tribulação de Jerusalém – Na ocasião disse Jesus: “Pedi que a vossa fuga não aconteça no inverno ou num sábado. Pois naquele tempo haverá grande tribulação, tal com não houve desde o princípio do mundo até agora, nem nunca tornará a haver jamais.” (Mt 24,20-21).

 

                        A morte de Jesus e o sábado:

            A guarda do túmulo – “Como era a Preparação, os Judeus, para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado – porque esse sábado era o grande dia! – pediram a Pilatos que quebrassem as pernas e fossem retirados.” (Jo 19,31). “O sábado começa a luzir quando sepultaram Jesus numa tumba talhada na pedra.” (Cf. Lc 23,54).

O sepultamento – As mulheres, porém, que vieram da Galileia com Jesus, seguiam José (de Arimateia); observaram o túmulo, e como o corpo fora depositado. Em seguida, voltaram e prepararam aromas e perfumes. E, no sábado observaram o repouso prescrito (Lc 23,55-56).

            O túmulo vazio. A mensagem do anjo – “Após o sábado, ao raiar do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria vieram ver o sepulcro e viram que a pedra tinha sido retirada.” (Mt 28,1; Mc 16,1-8; Lc 24,1-8; Jo 20,1-2).

            Aparições de Jesus ressuscitado (Mt 28,9-10; 16,1-8; 24,9-11; Jo 20,11-18) – Jesus aparece no primeiro dia depois do sábado, ao nascer do sol, as mulheres; em João só a Maria Madalena.

A tarde do mesmo dia, o domingo, Ele aparece aos discípulos, as postas estavam fechadas e deseja a Paz e sopra o Espírito Santo (Cf. 20,19-31).

A segunda aparição do Senhor aos discípulos (Cf. Jo 20,26) não é num sábado, mas no Domingo, o novo dia em que Tomé adora a Jesus como Deus.

 

O Domingo

No 1º dia os discípulos se reuniram para a fração do pão (At 20,7). Isto é Eucaristia.

Paulo ordena que as coletas sejam realizadas no primeiro dia da semana (1Cor 16,1-2). “No dia do Senhor (domingo), fui movido pelo Espírito…” (Ap 1,10), disse João.

 

                        Conclusão:

            “Deus concluiu sua obra em seis dias e no sétimo descansou.” (Gn 2,2) “E Iahweh disse a Moisés: Trabalhareis durante seis dias, e farás a tua obra. O sétimo dia, porém, é o sábado de Iahweh, teu Deus.” (Ex 20,8-10). Foi o sábado abençoado por Deus. (Gn 2,3).

Mas, foi no Domingo que Jesus ressuscitou. É o Domingo que representa a vida eterna que foi dada por Jesus Cristo.

Jesus causou divisão entre as pessoas, porque nem todos tiveram capacidade de enxergar Suas Obras e julgar pelo o que era justo.

Todos os dias, Jesus realizava as coisas que agradam a Deus. Foram citados apenas casos especiais, mesmo assim de forma generalizada. Muitas citadas são obras realizadas nos Sábados e como está descrito “há, porém, muitas outras coisas que Jesus fez. Se fossem escritas uma por uma, creio que o mundo não poderia conter os livros que se escreveria” (Jo 21,25).

Fica para todas as pessoas: ter e dar amor ao outro de acordo com o fruto que carrega no seu coração. Agradar a Deus qualquer hora, qualquer dia, não faz de ninguém um pecador, porque eis a herança que nos foi deixada por Jesus: a Caridade, a Fé e a Esperança em Deus. Como disse Jesus, “quando quiserdes podes fazer o bem...” (Mc 14,7).

Jesus exemplificou o que pode ser feito no Dia de Descanso dedicado a Deus com as curas e cuidados que lhe era peculiar.

O repouso sabático (agora no domingo) não tem valor absoluto pelo que deve ceder à necessidade e à caridade, e mais, que Ele mesmo tem poder de interpretar a Lei Mosaica. (Pág 1724).

O verdadeiro tesouro

 

            “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito” (Mt37) implica que “não podemos servir a dois senhores (Mt 6,24) (Deus e o dinheiro).   

            A Bíblia é contra Dinheiro da iniquidade (Lc 16,9). Jesus recomenda o dinheiro para pagar imposto (Lc19,20); Jesus paga imposto (Mt 17,24); nas Parábolas dos Talentos (Mt 25,14) e das Minas (Lc 19,11) os servos são punidos ou premiados de acordo como foi empregado o dinheiro do seu senhor; e reconhece que as pessoas precisam calcular suas despesas e ponderar se pode pagar o que vai fazer (Lc 14,28).  

É notório que o dinheiro ajuda muito, traz confortos substanciais principalmente em relação à saúde e favorece fundamentalmente nas oportunidades do crescimento com estudos, desenvolvimento, pode socorrer alguém, de certa forma dá segurança, etc. É por isso que Jesus declara a necessidade de “não ajuntar tesouros na terra... pois, onde está o tesouro está também o coração” (Mt 6,19). Na Parábola do Devedor Implacável (Mt 18,23) Jesus mostra um caso onde faltou tesouro no coração.

Jesus destaca o perigo das riquezas (Mc 10,23) porque exige desprendimento. O Rico Notável seguiu cheio de tristeza (Mt 19,16) para não se desfazer dos seus tesouros. E a Salvação entrou na casa de Zaqueu (Lc 19) porque ele arrependido decidiu pagar o quádruplo a quem ele desfraldou e se comprometeu ajudar os pobres.

Jesus disse aos discípulos que nem levassem dinheiro na missão de ensinar (Mc 6,6). Eram outros tempos e Ele tinha certeza de que eles não iam precisar.

Hoje seria necessário, pois o dinheiro foi criado para ser um meio de trocas. Mas a linha deste texto não é o dinheiro em si, o que proporciona, nem a necessidade de tê-lo, nem se é bom. Na coluna do que não se pode comprar não importa riqueza, condição financeira, tipo de compra. São tesouros que só a alma pode vivenciar.

A dicotomia sobre o que o dinheiro pode comprar ou não leva a uma reflexão se o mesmo traz felicidade ou não, entre outras coisas. É na análise da lista abaixo que você se apropria da seleção entre os tesouros da terra e os tesouros do céu.

 

COMPRA

NÃO COMPRA

Bíblia

Deus /o viver conforme a Palavra.

Relógio

O tempo *

Inseminação artificial / Clones 

A vida

Criança

Filho

Rejuvenescimento e corpo bem feito

A idade /a vida eterna

Médicos / Remédios / Sangue / Plano de saúde caros e bons

A saúde / cura / o amor na forma de cuidar / a vida

Construções caras e belas

A beleza da natureza e seus fenômenos que são dados por Deus

Equipamentos de geração para mídia

A mensagem confortadora de uma pessoa amiga, que vem emanada por Deus trazendo: Fé, Esperança e Amor.

Armas e Construção de Fortes

A fortaleza de Deus

Casa

O lar*

Conforto Físico

A segurança das intempéries da vida.

Jóias

A beleza natural

Vestimentas/Maquinas específicas

Calor/frio natural

Comida e Bebida

O apetite / a satisfação em se alimentar / a saciedade

Cama boa

O sono/o descanso/os sonhos *

Aliança

O casamento abençoado por Deus *

Flores

A primavera/o cheiro natural emanado delas por Deus.

Luxo/Festas/Presentes

A paz/a felicidade /a alegria / o amor / a solução da solidão interior / o sentido da vida.

Livros /Professores /Escolas

A cultura, a sabedoria e a arte de pensar.

Instrução       

A sagacidade para os Dons do Espírito Santo (Sabedoria, Inteligência, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor a Deus).

Diploma

Aprendizagem / Conhecimento

Falso Testemunho Informações / Notícias / Silêncio

A verdade dos fatos / o sentimento interior.

 

Opinião

Os valores e conselhos dimanados por Deus

 

Liberdade

A tranquilidade da consciência

Posição e Status

A classe / o respeito *

Sexo/Prazer

O amor *

Pessoas

A amizade/o respeito / o amor

Empregados

A fidelidade do servir com amor

Adeptos a uma Religião / Doutrina / Torcida

As ovelhas com as Virtudes cardeais:

Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança

Um Orientador Espiritual

A fé / o temor de Deus

Carteira

Dinheiro

Amuletos

Desígnios da graça de Deus

Instrumento Musical

Habilidade de tocar (dom)

           

  * Não conheço a autoria

 

Jesus destaca como formas de ajuntar tesouro aos céus o seguinte: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, acolher forasteiros, vestir nus, visitar enfermeiros e presos (Mt 25,31). Ao cumprir uma das passagens do Sermão da Montanha, Mateus 5,6,7 acumularemos bons tesouros! 

Diante do exposto, vale ressaltar que  é evidente que mesmo com dinheiro não se compra tudo que quer, daí a necessidade de se acreditar em Deus. A Sua paz preenche o vazio do que o não é capaz de comprar.

A vertente do dinheiro que muitas coisas que não se compra, podem ser adquiridas sem que haja necessidade de dinheiro. São os tesouros inerentes à conduta humana, provindas de Deus, que estão diante de suas possibilidades como, por exemplo, vivenciar Deus, deitar no travesseiro com consciência tranquila, amor, fé... Portanto, tanto nas dificuldades da pobreza quanto no excesso da riqueza as pessoas podem, de acordo com a sua natureza, produzir frutos e acumular tesouros que as traças não comam... Quando o dinheiro é bem empregado, seja do rico ou do pobre, ele também pode ser considerado um tesouro.

Algumas coisas afetam às pessoas não importa o valor dos seus bens: a doença, a morte, a injustiça, entre tantas outras. Serão superadas pela oportunidade de viver uma vida consolada pelo Amor de Deus, muito embora, é claro, a dor jamais seja esquecida.

Deus permite muita coisa pela liberdade que dá ao homem de fazer suas escolhas. Resta ao que crer n’Ele, se entregar às Suas benesses pelas orações.

 Ele não vai mudar os fatos ocorridos, mas pode tornar o final vitorioso com muitas compensações e muitas graças.

É certo que “mesmo na abundância a vida do homem não é assegurada por seus bens”.

Como diz Paulo: “Alegrai-vos sempre, orar sem cessar. Por tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito, em Jesus Cristo” (1Tess 5,18); na certeza da presença de Deus eternamente conforme as palavras de Jesus como é citado na Bíblia: “E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!” (Mt 28,20).

 

 

Três na Criação e no Mundo

                                     

A Santíssima Trindade

           A Santíssima Trindade é formada do Pai, do Filho e do Espírito Santo e eles são inseparáveis. Então, Ela é Trina, Una, Santa e por não ter começo nem fim é Eterna. Por vir do Céu, é Celestial. Na Santidade há vários atributos que nunca serão atribuídos ao homem como a perfeição e a pureza.

             A Trindade é consubstancial porque são três pessoas Divinas em um só Deus. “Cada uma das três pessoas é esta realidade, isto é, a substância, a essência ou a natureza divina” (IV Conc. Latrão, em 1215, DS 804). A primeira pessoa é o Pai, a segunda é o Filho e a terceira é o Espírito Santo. A Trindade constitui uma verdade de Fé, um Mistério a ser vivido.

            Sobre as Três Pessoas há muitas referências relacionadas às Suas ações: “o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho.” (CCIC, 48). Assunto discutido no Concílio. O Pai planejou a Salvação, o Filho executou e o Espírito Santo aplica a obra da Redenção. Na mesma linha de pensamento: Deus criou, Jesus salva e julga, e o Espírito anima a vida. Do mesmo modo: Deus cria, Jesus ora e o Espírito Santo vem. Assim se institui a ação da Trindade Santa em cada ser humano.

           Apesar da Trindade ser Una há uma “hierarquia” onde Deus está acima de todos porque Jesus Cristo ao se tornar homem, “abriu mão de Sua Santidade” em proveito próprio, e assumiu a condição de servo: “o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que quem o enviou(Jo 13,16); “Porque o Pai é maior do que Eu” (Jo 14,28); “Eu sou aquele que serve” (Cf. Lc 22,27); “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida pelo resgate de muitos.” (Mt 20,28). E conforme Deus já anunciara: “Eis o meu Servo, a quem escolhi, o meu Amado...” (Mt 12,18).

            Por fim, Jesus ressaltou a Sabedoria Suprema, falando do Plano Divino dos finais do tempo quando afirmou: “daquele dia e da hora, só o Pai sabe. Nem os anjos nem o Filho têm este conhecimento.” (Cf. Mt 24,36).  

Posteriormente Paulo professou: “Há um só Corpo e um só Espírito... á Há Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, por meio de todos e em todos” (Ef 4,5-6).

 

            Três em Um

O homem na sua racionalidade fica, muitas vezes, tentando justificar as coisas de modo “lógico” para mostrar a existência da Trindade Santa em tudo que há 3 (três), inclusive na natureza. Neste pensamento associa as coisas relacionadas ao número 12 (doze) por ser múltiplo de 3(três) e porque 1+2=3.

A descoberta de que Deus está presente em muitos “3 em 1” (três em um), além da Santíssima Trindade, atiçou a curiosidade de ir em busca dos mesmos, formar esta narrativa e finalmente, compartilhar o conteúdo identificado. Nessa busca está relacionada na maioria das vezes na Bíblia Jerusalém. Não há intenção em mostrar estudos sobre Trindade e relacionados. Há muito material existente, por pessoas estudiosas no assunto.

 

            Terminologia: Unidade x Trindade

A terminologia Unidade aparece em muitas passagens Bíblicas. Na maioria das vezes embutida nos vocábulos: um, unido, reunidos, comunhão, unânimes, todos. O termo Trindade não aparece nenhuma vez.

Na humanidade, unidade não tem só o sentido de igualdade. Significa que todos devem ter o mesmo propósito mesmo nas adversidades, mantendo a união. Por isso Jesus propôs para todos a busca da perfeição, a oração, o amor ao próximo, a crença n’Ele mesmo e no Pai, ter fé, perdoar, servir, louvar, agradecer...

O termo Trindade dentro da religião é utilizado para designar a Unidade de Deus Pai, Deus Filho e o Espírito Santo. No Concílio de Nicéia, no ano 325 a Santíssima Trindade tornou-se Dogma da Igreja Católica.  

Mesmo com a terminologia Trindade não estando presente na Bíblia, ela pode ser aplicada porque essa Trindade ou Triunidade está fundamentada nas Escrituras que mostra: O Pai, o Filho e o Espírito Santo; a origem, a manifestação visual, a ação de Deus no coração, de cada um, respectivamente.

 

A Unidade na Criação

O Católico crê em Deus na Sua onipotência, na Sua ciência infinita, na Sua providência, na Sua vontade e no Seu amor, sendo assim, Deus é anunciado como Criador, cuja Criação, com efeito, também foi realizada por Jesus Cristo e o Espírito Santo, pois a Unidade é a Trindade.

Essa Unidade é o propósito de Deus haja vista que na Bíblia, desde a criação, Ele usou o verbo no plural: “Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança.” (Gn 1,26) e em “Se o homem é como um de nós...” (Gn 3,22).

João Evangelista disse que Jesus estava na criação: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio ele estava com Deus” (Jo 1,1-2). “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós...” (Jo 1,14). “O Verbo era Jesus, o filho, o único, o amado, o enviado ao mundo para que quem creia n’Ele não pereça e tenha vida Eterna” (Cf. Jo  3,13-17). Jesus falou: “Eu sou do alto,” (Jo 8,23), quer dizer, do céu onde Deus e o Espírito Santo estão. Atestou Sua presença junto ao Criador quando disse: “Aqueles que me destes antes da fundação do mundo...” (Jo 17,24) .

Então, Ele mesmo criou muitas tríades, junto com o Pai e o Sopro Divino presente na criação. Outras, Ele inspirou. Jesus professou sobre a inexistência de Unidade quando disse: “Todo reino dividido contra si mesmo acaba em ruína e nenhuma cidade ou casa dividida contra si mesma poderá subsistir” (Mt 12,25).               

O Espírito Santo vive a Unidade Trina e existe desde a criação. “A terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o abismo, e o sopro de Deus agitava a superfície das águas” (Gn 1,2); o Espírito é que vivifica e as Palavras são Espírito e Vida. (Cf. Jo 6,63).

A inspiração do Espírito Santo sempre existiu. Na história de José (Gn 37-50) é ressaltada na sua sabedoria, principalmente, na interpretação dos sonhos; Moisés e Aarão ungidos pelo Espírito Santo conduziram o povo pelo deserto (Ex 12-40).

“Pedro repleto do Espírito Santo falava com o povo” (At 4,8). Em um discurso disse: “Deus ungiu Jesus com o Espírito Santo e com poder.” (At 10,38). Assim Pedro falava quem era Jesus, que Ele agiu pelo Espírito Santo antes mesmo do Paráclito ser enviado.

 

                               O Pai, o Filho e o Espírito Santo

Antes, só a primeira pessoa da Trindade era adorada (Deus-Pai). As pessoas esperavam a chegada do Messias, a segunda pessoa, para O adorarem. Com o nascimento de Jesus, Esse foi reconhecido como o Menino Deus e adorado com ouro, incenso e mirra pelos reis Magos. (Mt 2,1). “Pedro na sua confissão crê e reconhece Jesus como Santo de Deus e só Ele tem palavras eternas.” (Cf. Jo 6,67-71).

O Paráclito, que constitui a terceira pessoa, tem sua chegada de forma diferenciada no dia chamado de Pentecostes na presença de Jesus Ressuscitado. Embora, como já foi falado, Ele sempre tenha existido.

A Unificação foi destacada por Jesus muitas vezes: “Eu e o Pai somos um...” (Jo 10,30), “o Pai está em mim e eu estou no Pai...” (Cf. Jo 14,10), “Eu não estou só porque o Pai está comigo...” (Jo 16,32). “Nós somos um, eu neles (discípulos) e tu (o Pai) em mim para que sejamos perfeitos na Unidade...” (Cf. Jo 17,22-23). “Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” (Mt 11,27).

Jesus falou no Espírito Santo alertando para um momento relevante: “Se blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado.” (Cf. Mc 3,29). Não pode haver perdão porque esse pecado é a negação da existência de Deus. Ele se referiu ao momento que diziam que Ele estava possuído por um espírito impuro e, estavam atribuindo ao demônio as obras que Ele realizava com o poder do Espírito Santo.

Eis a promessa divina de Vida Eterna feita por Jesus: “Ora, a vida eterna é esta: que eles (discípulos) te conheçam, a ti (Pai), o único Deus verdadeiro e aquele (Jesus) que enviaste”, (Cf. Jo 17,3), “...E rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Paráclito para que convosco permaneça para sempre...” (Jo 14,16). “Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que vos disse.” (Jo 14,26).  ...Ele vos guiará na verdade plena...” (Jo 16, 13), “...vou para Aquele que me enviou... se eu não for o Paráclito não virá a vós” (Cf. Jo 16,5.7). “Quando vier o Paráclito que vos enviarei de junto do Pai, o Espírito da Verdade, que vem do Pai, dará testemunho de mim.” (Jo 15,26).

Primeiro, o Pai enviou o Filho. O Filho vivia em consonância com Deus no agir, principalmente quando se isolava para ficar em oração. Com a morte de Jesus, Ele enviou o Espírito Santo. Assim cumpriu e cumpre a promessa Divina de Vida Eterna, como explicou Jesus.

                                   

                        Passagens relacionadas à Santíssima Trindade

O Mistério da Trindade foi revelado por nosso Senhor Jesus Cristo e seus seguidores em diversas passagens.

Lucas, na passagem da Anunciação, relatou a presença das três (3) pessoas da Santíssima Trindade à Maria: “... darás à luz um filho (Jesus)... será filho do Altíssimo (Deus)... o Espírito virá sobre ti...” (Cf. Lc 1, 26-37).

No Batismo de Jesus (Mt 3,16-17) João Batista viu: “o Espírito de Deus, descendo como uma pomba sobre Ele, ao mesmo tempo uma voz vinda dos céus: Este é meu Filho amado, a quem me comprazo”. Mostra a Trindade Santa na pomba como Espírito, no corpo de Jesus e na voz de Deus.  

Jesus pediu que os discípulos “Batizassem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Cf. Mt 28,19).

            Pedro citou a Trindade assim: “Segundo a Presciência de Deus, pela santificação do Espírito Santo, para obedecer a Jesus Cristo” (1Pd 1,2); “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo”; Deus de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 1,3); “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação (2Cor 1,3-5).

Paulo é proeminente em professar a Santíssima Trindade e saúda: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo...” (Cf. 2Cor 1,3-5); que nos deu bênçãos espirituais; e na Carta aos Efésios e na Carta aos 1 Coríntios: “...Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória vos dê o Espírito da sabedoria e revelação” (Ef 1,17); “...dobro em joelhos diante do Pai.” (Ef. 3,14); “...peço que sejam fortalecidos em poder pelo Espírito...” (Ef 3,16); “que Cristo habite pela fé em vossos corações” (Ef 3,17); “Deus o revelou Jesus pelo Espírito, pois o Espírito sonda todas as coisas, até mesmo a profundidade de Deus... da mesma forma, o que está em Deus, ninguém conhece senão o Espírito de Deus...” (1Cor 2,10-11).

            Também valida a Trindade nesta saudação: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós.” (2Cor 13,13). Essa saudação consta do Missão Romano, livro que contém as citações das Missas que são celebradas nas Paróquias do mundo. Há outra de igual teor trocando Deus por Pai.

A lança traspassada no coração de Jesus fez jorrar sangue e água e estes, juntamente com o Espírito foram testemunhas do Espírito de Verdade (Cf. 1Jo 5,7-8).

Existem diversas outras passagens que constituem uma unidade, mas não é a Trindade, como por exemplo, a paternidade de Noé que se deu sendo pai de três filhos; a tentação sofrida por Jesus e a negação de Pedro que se repetiu três vezes; e outras coisas mais.

 

            Expressões de Fé

Embora o homem tenha origem Divina para vivenciar esta relação abstrata com Deus, ele precisa de ações que possam ser absorvidas. O momento de intimidade com Deus, Cristo e Espírito Santo às vezes vai além das palavras e pensamentos, então vem com gestos específicos e significativos como posição de dedos, juntar as mãos, se benzer no terço... Esses alimentam a Fé e testemunham o amor à Trindade Santa. É o Espírito Santo que inspira no homem estes pensamentos e ações que se encontram no interior de um indivíduo e que muitas vezes são proclamados por todo mundo. Para essa inspiração é preciso se estar aberto a receber a Trindade.

Jaculatória, doxologia, Triságio, Sinal da Cruz são “ligações” do crente com Deus.

A Jaculatória é uma expressão de Fé. Elas são constituídas de pequenas frases que declaram: louvação, apelo, agradecimento, devoção... O “Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo como era no princípio agora e sempre, Amém.” é uma delas. É rezada na missa, no terço, nas orações...

A Doxologia constitui prece, hino ou cântico em louvor a Deus. “Doxo é glória”. Na missa é dito pelo padre ou bispo “Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a vós, Deus todo-poderoso, na Unidade do Espírito Santo, toda honra e toda glória, agora e sempre.” É a última parte da Eucaristia.  São também doxologias: “Glória a Deus nas alturas...  Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo...”  e antes do rito da paz é pronunciado: “Vosso é o Reino, o poder e a glória...”

Este Triságio, aclamação que repete três vezes Santo, reverencia a Santíssima Trindade: “Santo, Santo, Santo é Iahweh dos Exércitos”. Foi citado por Isaías 6,3 e no Apocalipse 4,8. Há outros como: “Deus Santo, Deus Forte, Deus imortal tende piedade de nós e do mundo inteiro...”. Esta repetição constituía uma prática da época, com o intuito de enfatizar a proclamação.                 

 

            Sinal da Cruz

O Sinal da Cruz sendo gesto, sinal, marco, oração, petição, bênção constitui uma poderosa Oração porque atua “juntamente” com a invocação da Santíssima Trindade ao recitar “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. “Nome” no sentido bíblico, quer dizer a própria pessoa. Este Sinal significa que se está na presença do Senhor; que se compartilha de Sua autoridade e de Seu poder; e que coloca toda a vida e ação nas mãos da Santíssima Trindade.

A pessoa pode assinalar-se ou assinalar outras pessoas e até mesmo objetos e o ambiente onde está, com gestos de uma Cruz, que são realizados com a mão direita com os dedos juntos, na fronte (testa), no peito (altura do coração) e do ombro esquerdo ao direito. Deve ser feito de modo solene com: Amor, Consciência, Respeito, Reverência e Devoção.

O Sinal da Cruz é uma marca do amor de Deus, portanto é graça Divina. Significa que se é marcado pelo Amor de Jesus que ao entregar Sua vida no Altar da Cruz nos deu a Salvação. Umas das condições para seguir Jesus é tomar conta da sua Cruz. (Cf. Lc 9, 23-26) e Cruz significa o princípio da Salvação, Amor de Cristo.

A prática de marcar a testa com um Sinal foi citada em Ezequiel 9,4 quando marcou os justos que sofriam porque não praticavam a idolatria. Este Sinal era uma Cruz, ou a letra hebraica Tau (em forma de cruz) como denotam outras Bíblias. Ainda não havia ocorrido a Cruz de Cristo.

Embora a Cruz recorde o local onde Jesus morreu, ela simboliza a Sua Vitória, conforme Ele mesmo falou: “Eu venci o mundo!” (Jo 16,33). Evidentemente, por meio da morte, revelou-se Filho de Deus pela Ressurreição, pela Salvação e Remissão dos pecados da humanidade.

É usado antes de iniciar e/ou terminar Cerimônias, Mistérios do Terço, Orações, Refeições e Missas, como já foi dito anteriormente.

O Sinal da Cruz no Batismo é um sinal de pertença a Deus, a iniciação da vida cristã, a confirmação da fé na Santíssima Trindade. É feita por um único sinal, o Sinal de Cristo, na fronte e as palavras: “Eu te marco com o Sinal de Cristo, o sinal da Cruz”.  Posteriormente é dito: “Eu te batizo [Nome da pessoa] em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” para ter a validade do Batismo.

Na Missa ou em casa, antes da Leitura do Evangelho, desde o século IV até os dias, de hoje, apenas o gesto é feito, sem recitar palavra alguma. Os movimentos precedem a Palavra de Deus com o sinal das 3(três) Cruzes: na fonte, na boca e no coração assim fazendo o livramento dos maus pensamentos, más palavras e más ações.

Na trinca de Cruzes que antecedem a Leitura do Evangelho há um significado: na testa, são bênçãos para os pensamentos de forma que o Evangelho possa ser entendido, conhecido e estudado; na boca, para que as palavras do Evangelho sirvam para Edificar, Anunciar e Proclamar o Reino; e no peito que reine amor e bem; afaste as coisas ruins e que o Evangelho seja Pregado, Vivido e Testemunhado. Simbolicamente, de forma bem simples, entende, proclama e vive o Evangelho para cada Cruz.

Há o Sinal da Cruz que implica num sinal tríplice mais um. Para melhor compreensão, será chamado de Oração. No primeiro momento, as 3 (três) Cruzes indicam por onde vai fazer a petição de livramento e faz o pedido. É realizada com 3 (três) Cruzes: na fonte, na boca e no coração. Encerra com a Invocação a Trindade com uma cruz da testa ao peito e ombros.

 

ORAÇÃO DO SINAL DA CRUZ

“Pelo sinal da Santa Cruz, (Ϯ na testa)

Livrai-nos, Deus, Nosso Senhor (Ϯ na boca)

Dos nossos inimigos. (Ϯ no peito)

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,

(Ϯ da testa ao peito e ombros)

Amém”

 

                               Tríades Diversas

            As curiosidades apresentadas abaixo fazem parte de uma coletânea de fatos distintos relacionados à Trindade Santa, à Criação de Deus, às citações Bíblica, à natureza e outros são meros trios que formam um todo.

 

A Criação de Deus, as suas respectivas Trindades e tríades distintas

 

Santíssima Trindade

Pai, Filho e Espírito Santo

Deus - características

Onipresente (Cf. Mt 18,20),

Onisciente (Cf. Jo ,1,48) e

Onipotente (Cf. Ap 1,8).

Lei de Deus - características

Eterna, Imutável e Transcendental.

Sinal da Cruz

Fronte, Ombros e Peito

“Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo”.

Uso do Sinal da Cruz

Batismo (1 Cruz na fronte).

Início de Cerimônias (1 Cruz da testa ao peito e ombros).

Antes da Leitura do Evangelho (Apenas o gesto das 3 cruzes).

Sinal da Cruz gestos na leitura do Evangelho

Na testa: ser entendido, conhecido e estudado.

Na boca: o Reino ser edificado, anunciado e proclamado.

No peito: ser pregado, vivido e testemunhado

Sagrada Família (Lc 2,1-20)

Jesus, Maria e José.

Presentes de Jesus (Mt 2,11)

Ouro, Incenso e Mirra.

Mandamentos sobre Deus (Ex 20,1-21)

1° Adorar a Deus e amar sobre todas as coisas,

2° Não invocar o Santo nome de Deus em vão, e

3° Santificar os domingos e festa de guarda.

Testemunho do Espírito de Verdade (1Jo 5,7)

Sangue, água e Espírito.

Virtudes Teologais (1Cor 13,13)

Fé, Esperança e Caridade.

Edificação da Igreja (Ex 35-40)

Santo dos Santos (Tabernáculo), Átrio e Pátio

Edificação da Igreja atual

Sacrário (Tabernáculo), Presbitério e local da Plateia

Igreja

Una, Santa e Trina.

Credo (CIC) na Igreja

Creio na Igreja Católica Apostólica e Romana.

Ações dos Fieis na Igreja

Orar, ouvir a Palavra e Louvar.

Tempo no Glória

Princípio, Agora e Sempre.

Tempo para os Humanos

Passado, Presente e Futuro.

Átomos

Prótons, Nêutrons e Elétrons.

Estados da Matéria

Sólido, Líquido e Gasoso.

Espaço

Largura, Altura e Profundidade.

Medidas

Massa, Volume e Comprimento.

Reinos da Natureza

Animal, Vegetal e Mineral.

Corpo Humano

Cabeça, Tronco e Membros.

Esqueleto

Coluna Vertebral, Costela e Esterno.

Ossos da Mão

Carpo, Metacarpo e Falanges.

Constituição Humana

Corpo (matéria),

Alma (interior da pessoa) e

Espírito Humano (Gn 6,3) (fôlego de vida).

Vida Humana

Começo, meio e fim.

Nascimento, vida, morte.

Música

Melodia, Harmonia e ritmo.

Fenômenos Naturais

Geological (Vulcões, terremotos, neve {flores congeladas, chaminés, flocos, cilindro, dedo}, raios, arco-íris lunar, arco-íris de fogo).

Meteorological (furacões, tempestades e tornados).

Oceanográfico (tsunamis, as correntes, as ondas quebrando, pororoca, bioluminescência nos mares).

 

Conclusão

             As tríades desta narrativa, direta ou indiretamente, estão relacionadas ao Criador. A descoberta de que Deus está presente em vários 3 em 1 (três em um), além da Santíssima Trindade, foi tão significativa que originou este estudo.

            Pesquisar outras fontes e ler a Bíblia é um aprendizado, porém mais que isso, despertou pensamentos, palavras e atos mais conscientes diante tudo que foi lido.

            O Sinal da Cruz e a Oração do Sinal da Cruz separados neste trabalho, apenas para melhor compreensão, encontram respaldo em diversas fontes: umas chamam de Sinal da Cruz, um sinal só com a Invocação, e outras, o Sinal da Cruz compõe a petição e a Invocação. Outras fontes, tanto o Sinal com uma Cruz quanto o Sinal de três cruzes mais uma constituem poderosas Orações.

            Este trabalho não contempla todos os trios envolvidos na vida de um Cristão.

Há muitas trincas não mencionadas que nem mesmo por Jesus foi professada e favorecem uma reflexão sobre estas perguntas: E as outras trincas que Ele não falou? Então não são d’Ele? E o que não é Trino, não faz parte da criação de Deus? Claro que tudo faz parte, sim, da criação de Deus. É só observar tantas coisas que se afirma: “Isto só pode ser Obra do Todo Poderoso”. Por outro lado, há outros números significativos relacionados com Deus. Muitos são determinados e inspirados por Ele.

João justifica: que Jesus não “falou” tudo que existia nem tão pouco quem escreveu a respeito d’Eles: “Há, porém, muitas outras coisas que Jesus fez. Se fossem escritas uma por uma, creio que o mundo não poderia conter os livros que se escreveriam” (Jo 21,25). Imaginem a intensidade da escrita!!!

Todos que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. (Cf. Rm 8,4-11). Assim, os homens se beneficiam das tríades e da Santíssima Trindade, ou seja, da Unidade Santa. Ter o Espírito Santo como condutor leva a eternidade já que para Deus não tem passado, presente e futuro.

“Quanto a nós... recebemos o Espírito que vem de Deus, a fim de que conheçamos os dons da graça de Deus... a sabedoria que o Espírito ensina, exprimindo realidades espirituais em termos espirituais” (Cf. 1Cor 2,12), assim Paulo justificou nos seus ensinamentos. Desejamos que todos que participam deste trabalho, mesmo como leitor, tenham recebido também o referido Espírito.

Deus é o criador do céu e da terra, portanto Ele tudo pode, e logicamente tudo que há na terra é d’Ele. Se não são feitas pelas Suas mãos, Ele faz o homem de instrumento para completar a Sua Obra Perfeita, porque “só Deus é Perfeito” (Cf. Mt 5,48).

Enquanto o homem vive em construção perpétua...

 

Consultas: 30/05/2021

fenômenos da natureza - Bing

Corpo, Alma e Espírito (Tricotomia ou Dicotomia) - Explicação Direta e Objetiva - Bing video

Cérebro trino: três cérebros, uma pessoa - A mente é maravilhosa (amenteemaravilhosa.com.br)

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(125) Devo fazer o Sinal da Cruz no Glória ao Pai? - YouTube

Sinal da Cruz – conheça o valor desta oração e deste gesto - WeMystic Brasil

Como devemos fazer o sinal da cruz? - Bing video

Qual a forma correta de fazer o Sinal da Cruz? - A12.com

Unidades de Medida da Bíblia (canalmetrologia.com.br)
Bíblia Jerusalém
Catecismo da Igreja Católica

 

As Pedras além das Pedras

 

            Introdução

            As pedras são referenciadas diversas vezes na Bíblia no Antigo Testamento e no Novo Testamento. Este estudo visa agrupar muitas Passagens Bíblicas que se relacionam com pedras, rochas, terrenos pedregosos e outros termos que foram fontes de ensinamentos por João Batista e por Jesus, usadas em comparações, inclusive medida de comprimento, ou a partir da beleza, profecias, tentações, cumprimento da Lei e porta de sepulcros e poços, entre outros que foram ressaltadas nesta narrativa. Isso porque além dos atributos reais das pedras, adaptações naturais que o homem se apropria, surgiram outros atributos figurados.

Há um tempo para tudo, entre eles, tempo de atirar pedras e tempo de recolher pedras (Ecl 3,5) que podem construir e/ou destruir. Pedras foram ajuntadas na construção de muitas coisas, marcar a presença de Deus, e até mesmo proteção e ensinamentos. E, pedras foram atiradas para destruir vidas, cidades...

 

            Nas edificações:

Os edifícios eram feitos de pedras escolhidas, talhadas sob medida... (1Rs 7,9). O rei Salomão mandou extrair “grandes blocos de pedras escolhidas e lavradas, para construir os alicerces do Templo(1Rs 5,31).

Graças às pedras foram erguidos muitos altares para Deus, conhecido por Iahweh, em diversos lugares, nos tempos do profeta Moisés e dos Patriarcas e até os dias de hoje.  

 

Nas profecias de Jesus:

Um discípulo disse a Jesus: “Mestre, vê que pedras e que construções!” (Mc 13,1). Outros diziam que o Templo era ornado de belas pedras (Lc 21,5). Então Jesus profecia: Não ficará pedra sobre pedra(Mt 24,2; Mc 13,2; Lc 21,5-7). Isso aconteceu 70 anos depois.

“Não deixarão de ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que foste visitada!” (Lc 19, 41-44). Jesus disse lamentando sobre Jerusalém.

 

Nas adaptações:

“Jacó usou uma pedra como travesseiro, sob sua cabeça, e sonhou com uma escada que atingia o céu com anjos descendo e subindo” (Cf. Gn 28,10-22); “Ele disse a seus irmãos: Ajuntai pedras. Eles pegaram pedras e com elas fizeram um monte sobre o qual comeram” (Gn 31,46), ou seja, uma mesa; Ela servira de assento para Moisés no combate contra o chefe de tribo Amalec. (Cf. Êx 17,8-16); e foi assento para o Anjo do Senhor (Cf. Mt 28,2-7).

Elas fechavam os sepulcros (Mt 27,57) tapavam a boca grande do poço (Cf. Gn 29,2) Elas eram proteção para o corpo sem vida e para a água que era fonte de vida física e espiritual.

O sepulcro de Lázaro era uma gruta com uma pedra sobreposta... Jesus disse: “Retirai a pedra...” Retiraram então a pedra. Jesus disse a Marta: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” Rezou ao Pai e disse: “Lázaro, vem para fora!” (Jo 11, 38-41).

Sobre o túmulo de Jesus: José de Arimateia pôs “Jesus num túmulo novo, que talhara na rocha(Mt 27,59; Mc 15,46; Lc 23,53). “Em seguida, rolando uma grande pedra para a entrada do túmulo, retirou-se” (Mt 27,60). O Anjo do Senhor descendo do céu e aproximando-se removeu a pedra e sentou-se sobre ela. (Mt 28,2). Disseram as mulheres: “Quem rolará a pedra da entrada do túmulo para nós? Erguendo os olhos, viram que a pedra fora removida. Ora, a pedra era muito grande(Mc 16,3-4). As mulheres “encontraram a pedra do túmulo removida.” (Lc 24.2).

 

Na confecção de objetos:

            Nas bodas de Caná, onde Jesus transformou água em vinho as pedras eram usadas para armazenar vinho: Havia ali seis talhas de pedra. Jesus disse que era para enchê-las com água (Jo 2,6-7).

           

            Como arma:

            Uma mulher atirou uma pedra morta, do moinho do alto da muralha, ao juiz Abimalec(Jz 9,50-56).

            A pedra se cravou na testa do filisteu Golias e ele caiu de rosto no chão porque Davi pôs a mão no seu bornal, apanhou uma pedra e lançou com a funda (1Sm 17,49). Ele escolhera, no riacho, 5 pedras bem lisas (1Sm 17,40).

 

Para cumprimento da lei:

Homens e mulheres pegos em flagrantes em adultério eram apedrejados (Dt 22,22); virgem que casava o marido sem ser de fato, era apedrejada na porta da casa dos pais (Dt 20,20-21); mulher violentada, se não gritasse o suficiente seria apedrejada com o violentador (Dt 24,22); se gritar o suficiente é apedrejado só o violentador (Dt 29,25); seria apedrejado o profeta que pregasse a rebeldia contra Deus (Dt 13,6); se for um irmão deve ser morto apedrejado (Dt 13,11) se segue outro Deus. Muitas leis foram citadas em Levítico.

Um homem que violara o sábado apanhando lenha foi apedrejado fora do acampamento (Nm 15,32); Açã (clã) apoderou-se de coisas que estavam sob anátema (Js 7,1) e todo Israel o apedrejou, os queimou e os cobriu de pedras (Js 7,25).  

Uma mulher foi surpreendida em flagrante delito de adultério pelos escribas e fariseus. Ela foi levada a Jesus e Lhe disseram: “Na Lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres”.  (Jo 7,53-8,11).

No entanto, Estevão morreu apedrejado porque cobrara dos judeus a Lei dada pelos anjos que não fora guardada pelos homens de dura cerviz (Cf At 7,51-59).  

 

Para autoflagelo:

O homem, noite e dia possuído de espírito impuro, gritava ferindo-se com as pedras (Cf. Mc 5,5).  

 

            Para ferir Jesus:

Então pegaram pedras para atirar em Jesus porque Ele disse que viu Abraão (Jo 8,59); Os judeus, outra vez, apanharam pedras para apedrejá-lO (Jo 10,31) porque queriam que Jesus dissesse abertamente que era o Cristo, pois não acreditavam em suas obras; Sabendo da Morte Lázaro (Jo 11,1-44), Ele quis voltar para a Judeia. Ia ressuscitá-lo. Os discípulos lembraram-Lhe: Rabi, há pouco os judeus procuravam apedrejar-te e vais outra vez para lá?

           

Suposição dos sacerdotes:

 

 Na discussão sobre a “autoridade de Jesus” (Lc 20,1-8), Este perguntou: “O Batismo de João era do céu ou dos homens?” Os chefes dos sacerdotes e escribas falaram: “se respondermos ‘Dos homens’, o povo todo nos apedrejará porque está convicto de que João é um profeta”.

 

Nos comentários e ensinamentos de Jesus:

Sob Jerusalém: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados”. (Mt 23,37; Lc 13,34). Assim falou Jesus.

Pedro servira de pedra de tropeço porque pensava coisas dos homens e não de Deus (Mt 16,23).

“Atire a primeira pedra quem não tem pecado, quando lhe a apresentaram a adúltera” (Cf. Jo 8,1-11).

Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho se este lhe pedir pão?” (Mt 7,9).

“Assim, todo aquele que ouve essas minhas palavras e as põe em prática será comparado ao homem sensato constrói sua casa sobre a rocha.”  (Mt 7,24; Cf. Lc 6,48).

“Os escândalos eram necessários, mas quem os causasse, seria melhor ser lançado ao mar com uma pedra de moinho enfiada no pescoço.” (Cf. Lc 17,2). “Se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que lhe prendessem ao pescoço a mó que os jumentos movem e atirassem ao mar” (Mc 9,42).

 

            Nas citações em Parábolas:

Parábola do Semeador: Jesus contou uma parábola onde as sementes caíram em quatro lugares distintos. Destaca-se aquela relacionada ao tema: “Umas sementes caíram sobre a pedra, tendo germinado, secou por falta de umidade”. (Mt 13,5; Mc 4,5; Lc 8,6) 

Explicação da parábola: Segundo Jesus: “As pessoas que estão sobre as pedras, são as que ao ouvirem a Palavra (semente semeada) com alegria, mas não têm raízes, pois creem apenas por um momento e na hora da tentação desistem.” (Lc 8,13). “Foi semeado em lugares pedregosos... quando surge uma tribulação ou perseguição por causa da Palavra, logo sucumbe”. (Mt 13,20-21; MC 4,16-17).

Parábola dos Vinhateiros homicidas: “os vinhateiros, porém, apedrejaram o terceiro” (Mt 21,35) servo enviado pelo proprietário que arrendara as terras.

 

Nas Tentações no deserto (Mt 4,1-11; Mc 1,12-13; Lc 4,1-13):

O diabo tentou Jesus assim: “Manda que estas pedras se transformem em pães.” e “disse-lhe ainda: “Se és Filho de Deus, joga-te daqui abaixo! Pois está escrito: “Deus dará anjos a teu respeito, e eles te tomarão pelas mãos para que não tropeces em nenhuma pedra(Mt 4,7; Lc 4,11).

 

A medida de comprimento:

“Jesus afastou-se deles (discípulos) mais ou menos a um tiro de pedra, e, dobrando os joelhos, orava.” (Lc 22,41).

 

A força da pedra:

Apesar de toda força da pedra “a água desgasta as pedras(Jó 14,19).

 

Marcos de Deus

Foi numa pedra que foi gravado o Decálogo, escrito por Deus” (Êx 31,18 e 34,1)

Nos tempos de Moisés foi enfeite do peitoral do efod para a incisão de um selo (Êx 28,9-13);

Nos tempos de Josué recebeu os nomes gravados das 12 casas de Jacó – 12 tribos – para se conservar na memória a história, e foram colocadas sobre o Jordão; (Cf. Js 4,1-9).

Nos tempos de Samuel foi um marco onde a colocara uma pedra entre Masfa e Sen dizendo: Até aqui Iahweh nos socorreu (1Sm 7,12). É uma pedra, de nome Ebenezer(1Sm 7,12)

 

Sentidos conotativos dados à pedra:

As pedras serviram de testemunhas entre Jacó e Labão, (Cf. Gn 31,43-54) e para o profeta Josué no pé de carvalho (Cf. Js 24,27).

Ter coração de pedra era um termo usado para os corações endurecidos das pessoas que profanavam Deus; Em Israel houve muitos, mas destaca-se o “Faraó”, Rei do Egito (Êx 7,3; e outros). Deus prometeu ao homem “tirar do peito o coração de pedra e dar um coração novo, de carne, onde poria Seu Espírito” (Cf. Ez 36,26-27).

As pedras gritariam da parede se fossem utilizadas para as casas de injustos pelos pecados (Cf. Hab 2,9-11).

 

Na edificação da Igreja:

Jesus disse a Simão: “Tu és Simão, filho de João; chamar-te-ás Cefas” “(que quer dizer Pedra – Rocha)”. (Jo 1,42). E “sobre esta pedra edificarei minha Igreja(Mt 16,18). Tu estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens!” (Mt 16,23). Depois, Pedro chamou os discípulos de pedras vivas e os convidou para se prestarem à construção de um edifício espiritual (1Pd 2,5).

 

A Pedra Angular (21, 33-46; 12,1-12; 20,9-19):

Está nas Escrituras: “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; pelo Senhor foi feito isso e é maravilha aos nossos olhos?” Aquele que cair sobre esta pedra ficará em pedaços, e aquele sobre quem ela cair, ficará esmagado. (Mt 21,44; Lc 20,18).

Mas, a maior pedra de todas, foi a Pedra Transcendental: “a Pedra Angular, que é Jesus Cristo(Ef 2,20); “a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; pelo Senhor foi feito isso e é maravilha aos nossos olhos(MT 21,42); Deus pôs em Sião uma pedra de tropeço, uma rocha de escândalo, mas quem nela crer não será confundido (Rm 9,33); a pedra eleita e preciosa(1Pd 2,6); a pedra de aclamação, “graça, graça a ela!(Zc 4,7); porque ninguém pode por outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Cor 3,11). Depois, Pedro chamou os discípulos de pedras vivas e os convidou para se prestarem à construção de um edifício espiritual (1Pd 2,5).  

 

A soberania de Deus

O povo acampava em Rafidim onde não havia água para beber. Segundo Moisés pouco faltava para o povo o apedrejar. Deus estaria diante de Moisés e ele pegaria uma vara para ferir a rocha e todos beberiam da água (Ex 17,1-7).  E assim aconteceu.

João Batista disse: Não penseis que basta dizer: Temos parte de pai Abraão, pois eu vos digo: destas pedras, Deus pose suscitar filhos de Abraão (Mt 3,9; Lc 3,7).

Alguns fariseus da multidão, alguns dos fariseus lhe disseram: Mestre, repreendes teus discípulos. Ele, porém, respondeu: “Eu vos digo, se eles se calarem, as pedras gritarão”. (Mc 19,39-40).

Na Morte de Jesus o véu do Santuário rasgou-se em duas partes, de cima para baixo, a terra tremeu e as rochas se fenderam (Mt 27,51).

 

Conclusão

Algumas pedras se sobrepõem a dupla interpretação: A “Pedra Angular” é uma comparação advinda de uma “profecia”; A “Parábola do Semeador” trata também de comparar. Ambas têm subtítulos distintos para melhorar a compreensão conforme a interpretação que lhe foi atribuída.

Da mesma forma que a pedra que é utilizada para medir (talvez signifique 20 ou 30 metros de distância) também é um instrumento. Uma pedra removida serviu de assento e há uma “tentação” relatada no espaço das “Profecias” e um relato do tamanho da pedra.

Ajuntar as passagens e separar em subtítulos é uma tarefa complicada porque depende da visão de cada um.

Apesar de se tratar apenas de uma transcrição de fatos agrupados, este estudo almeja enfatizar três pontos: O primeiro, a edificação da Igreja; o segundo, a Pedra Angular, Jesus Cristo. Ela tão fundamentada na Palavra ainda é rejeitada por muitos. O terceiro trata-se da Soberania de Deus cuja, as passagens corroboram com a frase “a Deus tudo é possível”. Há uma aclamação à Divindade repleta de amor.   

Imposição das mãos

 

Imposição das Mãos é o gesto de estender as mãos sobre a cabeça de alguém. Para uns pode ser impor, colocar a mão sobre alguém ou alguma coisa. Confere graça e poder. Ato simples que por si só não tem valia e, entretanto, não é assim, está diretamente relacionado ao poder de Deus e naquele que tem fé. É sinal de consagração. É muito importante porque qualquer fiel pode impor as mãos para pedir a intercessão d’Ele como também pode abençoar a si, a alguém ou a alguma coisa.

Este trabalho surgiu da necessidade de um dos RMR informar que por esse ato teve muitas graças alcançadas. Uma bem mais significativa, que foi a cura e a suspensão da cirurgia seu filho, há mais de 18 anos sem nenhuma crise renal. Vale ressaltar que naquele momento não havia ligação (entendimento) com a Bíblia. Foi um ato de fé com orações e Imposição das Mãos nas madrugadas sob o enfermo. Ao participar da missa e ouvir a homilia do Padre, teve a certeza da vitória, sendo confirmada no dia da operação, quando a mesma foi cancelada. Por outro lado, outros integrantes participaram e participam de movimentos da Igreja já testemunharam as benesses desse gesto. Portanto, veio a vontade de ressaltar este poder que é uma bênção permitida a todos que têm fé.  É real e possível ao que crê.

Tudo Deus criou (Gn 1-2) “ordenando” por palavras exceto o homem que Ele modelou com as Suas Mãos e a mulher da costela do homem. Seu Filho Jesus exemplificou com as mãos: a Imposição das Mãos, o Toque e a Bênção. Muito embora, tenha feito muitas coisas verbalmente como o Seu Pai fez na criação. As curas de Jesus vinham acompanhadas de frases: “Vá e não peques mais”, “Tua fé te curou”, “Estás livre”; “Eu quero te curar”, “Se credes, serás curado...”. Além da Imposição das Mãos, do toque e da palavra, Ele usava a saliva, a lama e ablução.

A Imposição das mãos vem desde o Antigo Testamento: Moisés, Jacó e outros... Faz parte dos Sinais da Aliança de Deus. No tempo de Jesus, ele curou e abençoou com as Mãos e fez um pedido aos apóstolos: “Imporão as mãos sobre os enfermos e estes ficarão curados” (Mc 16,17).  

E pela Imposição das mãos receberam o Espírito Santo em seu nome deu poder aos apóstolos, não só de cura, mas também de dar o Espírito Santo.

O poder das mãos, inúmeras vezes, é citado na Bíblia com grande competência, muito embora, como já foi dito, o verdadeiro poder seja de Deus. Ele concede aos homens este “poder” sob as mesmas.

A Igreja conservou este sinal em epicleses sacramentais. Ex.: Confirmação, Unção dos Enfermos, no Batismo, no Casamento, na Ordem, nas Liturgias (Missas)...

As Mãos tiveram grande significado simbólico e foram instrumentos de mudanças, revelações de Deus, não só pelo ato físico da imposição e pelas graças dadas. Elas, as mãos, geraram muitas expressões costumeiras: “está em suas mãos”, “carregar com as mãos”, “lavo minhas mãos”, “mãos vazias”, entre outras. Os gestos das mãos também são expressivos. O fato é que as mãos “comandaram” e “comandam” o destino das vidas das pessoas com a graça de Deus.

 

a)      As Mãos no Antigo Testamento

 

Havia muitas finalidades na Imposição das Mãos:

Ø  Sacrifícios Expiatórios    Pela Imposição das Mãos sobre as vítimas, os sacerdotes transferiam nos animais os pecados do povo (cf. Lv 1,4).

Animais –  “imporá as duas mãos sobre a cabeça.” (Ex 29,10.15.19; Lv 1,4; 3,2.8.13; 4,4.15.24.29.33; 8,14.18.22; 16,21; Nm 8,12).

Ø  Sacrifício da Comunhão – Coloca a mão na cabeça da vítima para imolar (Lv 3).

Ø  Pedido de Deus – “Iahweh pede a Moisés para levar os levitas próximo da Tenda, para os Israelitas imporem as mãos sobre os levitas (Nm 8,10). Um sinal de Consagração

Ø  Rito de Ordenação – "Moisés chamou Josué e apresentou-o diante do sacerdote Eleázar e este diante de toda a assembleia e impôs as mãos sobre ele” (Nm 27,18-23).

Ø  Antes da punição de apedrejar – Todos que ouviram a maldição deviam por suas mãos sobre a cabeça dele (Lv 24,14).

 

A Mão também conferia outros poderes de Deus:

Ø  Deus fez prodígios pelo povo de Israel, junto ao Faraó, por meio de Moisés (Dt 34,9-12).

Ø  O milagre do mar (Cf. Êx 14,16.21-22) – “Moisés estendeu a mão com a vara e dividiu o mar para que os israelitas caminhassem em seco”.

Ø  Deus diz Moisés para ferir a rocha para dar água ao povo (Êx 17,1-7).

Ø  Combate contra Amalec (Cf. Ex 17, 8-16) – Enquanto Jesus ficava com as mãos levantadas, Israel prevalecia; quando, porém, abaixava as mãos, prevalecia Amalec. Ora as mãos de Moisés estavam pesadas. E Aaraõ e Hur ajudavam com uma pedra.

Ø  O fim da seca (1Rs 18,40-46) – A mão de Iahweh esteve sobre Elias.

Ø  A missão de Isaias (8,11-20) Iahweh tomou Isaías pela mão.

 

b)      As Mãos no Novo Testamento

Jesus realizava a cura do corpo depois da cura da alma, por isso, ele exigia a Fé na ocasião do milagre (Págs 1716 e 1718). As curas eram para aqueles que a tinham.

 

1.      Curas de Jesus:

Ø  Cura um Leproso (Mt 8,1-4; Mc 1,40-45; Lc 5,12-16). O leproso irado, de joelhos, estende a mão e é curado pelo toque de Jesus.

Ø  Casa da sogra de Pedro – As pessoas pediram intercessão de Jesus para curá-la (Mt 8, 16; Mc 1, 29-31; Lc 4,38-39). Ele tocou-lhe e a febre a deixou.

Ø  Diversas curas – Ao pôr do sol fez diversas curas impondo as mãos em cada um que se encontra acometido de algum problema (Cf. Mt 8, 16-17; Mc 1,32-34; Lc 4,40-41).

Ø  Jairo acredita na imposição das mãos para a cura de sua filha (Mt 9,18; Mc 5,21). Jesus tomou a menina pela mão e ela se levantou.

A passagem é descrita em Mateus que a menina morreu e em Marcos que está morrendo. Não faz diferença para Jesus essa dualidade e não deve fazer também para o leitor.

Na Bíblia há relato também de outras ressurreições: Lázaro (Jo 11,1-44) e o filho da viúva de Naim.

Ø  Dois cegos foram curados tocando-lhes os olhos (Mt 9,29)

Ø  Dois cegos em Jericó foram curados tocando-lhes os olhos (Cf. Mt 20,29-34).

Ø  Ele começou a ensinar na sinagoga, e muitos dos que o ouviam se admiravam. “De onde lhe vem isso?”, diziam. “Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E esses milagres realizados por suas mãos? “Um profeta só não é valorizado na sua própria terra, entre os parentes e na própria casa”. E não conseguiu fazer ali nenhum milagre, a não ser impor as mãos a uns poucos doentes. Ele se admirava da incredulidade deles (Mc 6, 1-6).

Ø  Surdo-gago foi levado a Jesus porque acreditavam na Imposição das Mãos (Mc 7,31-37). Ele colocou os dedos na orelha e com saliva tocou-lhe a língua.

Ø  Cego de Betsaida foi trazido porque queria que Jesus tocasse nele (Mc 8,22-26). Jesus tomou o cego pela mão cuspiu-lhe os olhos e impôs a mão.

Ø  Ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc 7,11-17) – Com simples toque no caixão e a ordem de Jesus: “Jovem, eu ordeno. Levanta-te!” o filho levantou e foi entregue a sua mãe.

Ø  Cura da mulher encurvada (Lc 13,10-17)impondo-lhe as mãos Ele a curou.

Ø  Na ocasião da prisão de Jesus, o servo do sumo sacerdote, teve a orelha decepada pela espada e Jesus “tocando-lhe a orelha, curou-o”. (Lc 22,50)

Ø  Cura de cego de nascença. Ele fez lama, com a saliva e aplicou-lhe sobre os olhos. (Jo 9,6)

Ø  Transfiguração (Cf. Mt 17,1-8) – Jesus se aproximou, tocou nos apóstolos e disse: “Levantai-vos, não tenhais medo” caracterizando a confiança que traz em um toque, a cura do medo.

Ø  Jesus curou o homem com a mão atrofiada pedindo-lhe que estendesse a mesma (Mt 12,9-14; Mc 3,1-6; Lc 6,6-11). Foi uma Cura sem toque e sem Imposição das mãos. 

Muitos outros casos, principalmente na expulsão de seres impuros Jesus usou mais a palavra oral. O ato foi a voz.

Ø  Segundo Sinal em Caná: Cura do filho do funcionário real (Jo 4,46-54) – Pediu para Jesus curar o filho. Jesus respondeu teu filho vive”. Confirmada a hora o filho melhorou na hora que Jesus falou.

 

2.      A cura pela Fé em tocar em Jesus:

A Fé que Jesus podia curar era tão grande que as pessoas acreditavam que se tocasse n’Ele, nas suas vestes, no manto (orla ou franja) seriam curadas. Mesmo sem a Imposição das Mãos ou toques feitos por Jesus, as pessoas procuravam tocá-lO e se curavam. Houve casos que a Fé era tanta que as curas foram feitas à distância.

Ø  A mulher com hemorragia há 12 anos conseguiu tocar na franja do manto de Jesus e se curou (Cf. Mt 9,18-26 Mc 5,21-43).

Ø  Terminada a travessia, alcançaram terra em Genesaré bastava tocar na orla do seu manto e era salvo. (MT 14,36; Mc 6,56). Os habitantes daquele lugar reconheceram Jesus e espalharam a notícia de sua chegada por toda a região. E lhe trouxeram todos os doentes, rogando-lhe somente tocar a orla de sua veste. E todos que a tocaram foram salvos (Mt 14,34-36).Rogavam-lhe que lhes permitisse ao menos tocar na orla do manto”. (Mc 6,56).

Ø  Ao saber de tudo que Jesus fazia as multidões foram até ele... Todos que sofriam de alguma enfermidade lançavam-se sobre ele para tocá-lo (Mc 3,7). Também os atormentados por espíritos impuros eram curados. A multidão toda tentava tocar nele, “porque dele saía uma força que curava a todos”. (Lc 6,17-19)

Ø  A pecadora perdoada e que ama (Cf. Lc 7,36-50) – “A pecadora tocava em Jesus”. Ela se sentia bem em tocá-lO.

Ø  As mulheres abraçaram (tocaram) os pés de Jesus ressuscitado (Mt 28,9).

Ø  Maria, irmã de Lázaro, unge os pés de Jesus e enxugou (tocou) com seus cabelos (Jo 12,3). Jesus vê neste toque uma homenagem antecipada ao seu cadáver (Rodapé Pág. 1874).

Houve uma situação que Jesus não permitiu o toque, segundo o Evangelista João: Ele impediu que Maria Madalena o tocasse, pois ainda não tinha subido ao Pai. (Jo 20,17). Em outra, foi justamente o contrário: Jesus aparece aos apóstolos e diz: (Cf. Lc 24,36-49)Toque em minhas mãos e veja que sou eu.

3.      Pelas mãos decisões sobre Jesus foram tomadas:

Ø  Tentação no deserto – O diabo sabendo do poder dos anjos diz a Jesus que os anjos tomariam Jesus pelas mãos (Mt 4,6; Lc 4,11) protegendo Jesus da queda no penhasco. Não houve decisão, apenas a tentativa.

Ø  O Filho do homem vai ser entregue as mãos dos homens e eles o matarão, mas no terceiro dia ressuscitará (Mt 17,22; 26,45-46; Mc 9,30-37; Mc 14,41-42; Lc 9,44-48; Lc 24,1- 12; At 2,23).

Ø  Morte de Jesus (Lc 23,44-46) – “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”.

Ø  Deus e o Filho – “O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos(Jo 3,31-36). “Sabendo que o Pai tinha posto tudo em suas mãos e que de junto de Deus saíra e para Deus voltava” (Jo 13,3).

 

4.      Os anjos carregam os humanos pelas mãos

Jesus fala da existência dos anjos: quando diz que anjos dos pequeninos  veem continuamente a face de Seu Pai (Mt 18,10) e também a Natanael fala: “Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1,51).

Ø  Sob as asas Divinas – O satanás sabe dos anjos e tentou Jesus com essas Palavras: “Ele ordenou aos seus anjos que te guardem em teus caminhos todos. Eles te levarão em suas mãos, para que não tropeces numa pedra”. (Sl 91).

Após a Tentação no deserto, os anjos de Deus se aproximaram e puseram-se a servi-lO (Mt 4,11). Eles estavam presentes.

 

5.      A verdadeira pureza e as Mãos:

Ø  Lavar as mãos não define a pureza porque a mesma vem do coração (Mt 15,1-20; Mc 7,1-13). “Eles não lavam a mão quando comem”.

Ø  A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro (2Tm 5,22).

 

6.      As Mãos e os Apóstolos:

Ø  Jesus disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. Eis os sinais que acompanharão aqueles que crerem: expulsarão demônios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes e beberem veneno mortal, não lhes fará mal algum; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados”. Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus. Então, os discípulos foram anunciar a Boa Nova por toda parte (Mc 16,15-20).

Ø  Milagres dos Apóstolos (At 5,12-16) – “Muitos sinais e prodígios eram realizados entre o povo pelas mãos dos apóstolos”. As pessoas acreditavam que a sombra de Pedro poderia curá-los.

Ø   Ananias cura Saulo (Paulo) (At 9,1-19) Ananias, um discípulo fiel, recebeu orientação do Senhor: “impor-lhe as mãos para que recupere a vista”, tratava-se de Saulo. E Então Ananias saiu, entrou na casa e impôs-lhe as mãos, dizendo: “Saulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu quando vinhas pela estrada, mandou-me aqui para que tu recobres a vista e fiques cheio do Espírito Santo”.

Ø  O anjo tocou o ombro de Pedro, acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As correntes caíram-lhe das mãos. (At 12, 7). Com a mão, Pedro fez sinal para que ficassem calados. Contou-lhes como o Senhor o fizera sair (At 12,17).

Ø  Os exorcistas judeus (Cf. At 19,11-20) – Pelas mãos de Paulo Deus operava milagres não comuns.  Bastava, por exemplo, que sob os enfermos se aplicassem lenços e aventais que houvessem tocado seu corpo: afastavam-se deles as doenças, e os espíritos lhe saíam.  

Ø  Paulo curou o pai de Públio (Cf. At 28,8-9) – Ele estava de cama, com febre e disenteria. Paulo entrou no quarto dele, orou, impôs as mãos sobre ele e curou-o.

Ø  Em Icônio (Cf. At 14,1-7) – Igualmente, Paulo e Barnabé entraram na sinagoga dos judeus. E falaram de tal modo que uma grande multidão de judeus e de gregos abraçou a fé. Contudo, os judeus que se negaram a acreditar incitaram os não-judeus e os indispuseram contra os irmãos. Apesar disso, Paulo e Barnabé permaneceram longo tempo em Icônio. Tendo eles plena confiança no Senhor, este atestava a pregação a respeito de sua graça, fazendo acontecer sinais e prodígios pelas mãos deles. A população da cidade se dividiu. Uns estavam do lado dos judeus, outros do lado dos apóstolos. Judeus e não-judeus, tendo à frente seus chefes, estavam dispostos a ultrajar e apedrejar Paulo e Barnabé. Percebendo isso, Paulo e Barnabé fugiram e foram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e seus arredores. E aí anunciavam a Boa-Nova. 

 

7.      Receber o Espírito Santo – Imposição das Mãos:

Ø  Oração dos apóstolos na perseguição (At 4,23-31) – “Agora, Senhor, olha as ameaças que fazem, e concede que os teus servos anunciem corajosamente a tua palavra. Estende a mão para que se realizem curas, sinais e prodígios por meio do nome do teu santo servo Jesus”.  Quando terminaram a oração, tremeu o lugar onde estavam reunidos. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus.

Ø  Pedro e João (At 8,14-19) – Impuseram-lhes as mãos e eles receberam o Espírito Santo. Simão viu que o Espírito era comunicado pela imposição das mãos dos apóstolos. Ofereceu-lhes dinheiro e disse: “Dai também a mim este poder, para que aqueles a quem eu impuser as mãos recebam o Espírito Santo”.

Ø  Sacramento da confirmação (At 19,1-7) – Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou o planalto e chegou a Éfeso. Aí encontrou alguns discípulos e perguntou-lhes: “Vós recebestes o Espírito Santo quando abraçastes a fé?” Eles responderam: “Nem sequer ouvimos dizer que existe Espírito Santo!” Então Paulo perguntou: “Que batismo então recebestes?” Eles responderam: “O batismo de João.” Paulo disse-lhes: “João administrava um batismo de conversão, dizendo ao povo que acreditasse naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus”. Tendo ouvido isso, eles foram batizados no nome do Senhor Jesus. Paulo impôs-lhes as mãos, e o Espírito Santo desceu sobre eles. Começaram então a falar em línguas e a profetizar. Ao todo, eram uns doze homens.

 

8.      Abençoar – Oração – Imposição das Mãos:

Ø  Jacó abençoou seus filhos impondo as mãos sobre a cabeça (Gn 48).

Ø  Jesus abençoou as crianças (Mt 19,13-15; Mc 10,13-16) e fez uma oração. Elas eram levadas para serem tocadas por Ele. (Lc 18,15)

Ø  Jesus abençoou o pão na Multiplicação dos Pães, peixes em várias refeições e o pão da Eucaristia.

Ø  Ascensão / Elevação de Jesus ao céu – “Então Jesus levou-os para fora da cidade, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os” e foi elevado ao céu (Lc 24,50-53).

Ø  A escolha dos 7 (At 6,1-6) – Eles foram apresentados aos apóstolos, que oraram e Impuseram as Mãos sobre eles.

Ø  O envio da missão (At 13,1-3) – “Na Igreja que estava em Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado o Negro, Lúcio de Cirene, Manaém – que fora criado junto com o tetrarca Herodes – e Saulo. Certo dia, enquanto celebravam a liturgia em honra do Senhor e jejuavam, o Espírito Santo disse: “Separai para mim Barnabé e Saulo, a fim de realizarem a obra para a qual eu os chamei”. Jejuaram então e oraram, impuseram as mãos sobre Barnabé e Saulo e os deixaram partir”.

Ø  Os falsos doutores (1Tm 4,14) – Não descures o carisma que está em ti, e que te foi dado através de uma profecia, com a imposição das mãos dos presbíteros.

Ø  Graças recebidas por Timóteo (2Tm 1,6-7) – “Por isso recomendo-te que reacendas o dom de Deus que se encontra em ti, pela imposição das minhas mãos, pois Deus não nos concedeu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de bom senso”.

 

9.      Expressões relacionadas:

Ø  “Se tua mão ou teu pé te leva à queda, corta e joga fora. É melhor entrares na vida tendo só uma das mãos ou dos pés do que, com duas mãos ou dois pés, seres lançado ao fogo eterno” (Mt 5,30; 18,8; Mc 9,42-50).

Ø  “Quando deres esmolas, não saiba mão esquerda o que faz tua direita.” (Mt 6,3).

Ø  “Estava aí uma mulher que havia doze anos sofria de hemorragias e tinha padecido muito nas mãos de muitos médicos; tinha gastado tudo o que possuía e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais (Cf. Mt 9,18-26 Mc 5,21-43).

Ø  Pilatos viu que nada conseguia e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse: “Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. A responsabilidade é vossa!” (Mt 27,24).

Ø  Disse Jesus: Eu destruirei este Templo feito por mãos humanas e, em três dias edificarei outro, não feito por mãos humanas. (Mc 14,58).

Ø  “Encheu de bens os famintos, e mandou embora os ricos de mãos vazias” (Lc 1,53).

Ø  A mão do Senhor estava com João Batista (Lc 1,66), isto é, protegia. (Rodapé Pág. 1789).

Ø  No Benedictos diz que a salvação liberta da mão de todos que os odeiam... de todos os inimigos. (Lc 1,71-73).

Ø  Agricultores assassino (Lc 20,9-19) – “Quando chegou o tempo da colheita, enviou um servo aos agricultores, para que lhe dessem sua parte dos frutos; mas os agricultores o maltrataram e o mandaram embora de mãos vazias. Enviou outro servo, mas também neste bateram, o insultaram e o mandaram embora de mãos vazias”.

Ø  Procuravam prendê-lo, mas ninguém lhe pôs a mão porque não chegara sua hora. (Jo 7,30.44)

Ø  Ninguém arrebatará a vida eterna das ovelhas de Jesus, nem das mãos do Pai. (Jo 10, 28-29)

 

10.  As mãos foram maléficas:

Ø  Nas Parábolas “o devedor implacável” (Mt 18,28) e “vinhateiro homicidas” (Mt 21,33-46) – na primeira, o homem agarrou o outro pelo pescoço até sufocá-lo por falta compaixão ao outro; e na outra não tiveram compaixão e chegaram até a matar.

Ø  Em outra Parábola amarraram o chamado, mas não escolhido, pelos pés e as mãos e o lançaram fora (Mt 22,13-14).

Ø  Jesus foi esbofeteado (Mt 26,67).

Ø  O bom Samaritano (Lc 10,29-37) – “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes”.

 

A partir da morte e ressurreição de Cristo, Ele é o Cordeiro imolado, celebrado em cada Missa lembrando a Sua morte, anunciando a Sua volta (Jo 1,29.36; 1cor 5,7; 1Pd 1,19; Hb 9,12-14.27-28; Ap 5,6; 7,9-10.16-17; 17,14; 21,22-27; 22,1-3) e fazendo isso em Sua memória. (Lc 22,19). 

Mas, a Imposição das Mãos se mantém com o mesmo poder. É uma petição permitida a todo Cristão que tem fé. E como pode ser visto na Eficácia da Oração (Lc 11,9-13; Mc 11,24) quando se pede, se recebe porque “tudo é possível para aquele crê (Mc 9,23), e tudo que “Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis” (Mt 19,26; Mc 10,27; Lc 18,27).

Com testemunhos de fé e este elenco de exemplos Bíblicos deixa claro que este poder tem uma intersecção da fé que se tem, da fé que precisa e de Deus. Precisa-se dela para obter as graças e ao mesmo pelas graças alcançadas a mesma é fortalecida. E pela Fé e Graças percebe-se a presença de Deus para receber os seus prodígios, vivendo assim, a vida em abundância prometida (Jo 10,10).

Aproveite esta graça!!!

Quem é a mulher que derramou Perfume em Jesus?

 

Os 4 (quatro) Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João narram o fato de uma mulher que derrama perfume em Jesus, mas com discursos diferenciados. Diante disso, foi feito um quadro mostrando os que eles contavam.

 

Demonstrativo sobre a mulher que derramou perfume em Jesus

 

Evangelho

Mateus

Mt 26,6-13

Marcos

Mc 14,3-9

Lucas

Lc 7,36-50

João

Jo 12,1-44

Título

A unção em Betânia

A unção em Betânia

A pecadora perdoada e que ama

A unção de Betânia

Localidade

Betânia

Betânia

- //-

Betânia

Casa

De Simão, o leproso.

De Simão, o leproso.

De Simão, o fariseu

Lázaro estava numa casa, sentado à mesa e Maria servia. Ele foi ressuscitado por Jesus.

Mulher

Anônima

Anônima

Uma pecadora da cidade

 

Maria irmã de Marta e de Lázaro.

O que trouxe

a mulher

Um frasco de alabastro de

perfume precioso.

Um frasco de

Alabastro cheio de

perfume de nardo puro, caríssimo.

Um frasco de alabastro com perfume.

Uma libra de um perfume de nardo puro, muito caro.

O que fez a mulher

Derramou o perfume na cabeça de Jesus.

Quebrou o frasco e derramou o perfume na

cabeça de Jesus.

Aos pés de Jesus chorava; e com lágrimas começou a banhar-lhe os pés, a enxugá-los com os cabelos, a cobri-los de beijos e a ungi-los com o perfume.

Ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; a casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo.

Reação dos presentes

Os discípulos ficaram indignados;

Reclamavam o desperdício.

Acharam que o perfume deveria ter sido vendido para distribuir o dinheiro com os pobres.

Alguns presentes ficaram indignados.

Reclamavam do desperdício.

Acharam que o perfume deveria ter sido vendido para distribuir o dinheiro com os pobres. A repreenderam.

O fariseu refletia que Jesus não podia ser profeta aceitando que uma pecadora O tocasse.

Judas perguntou por que não vendera o presente para dar aos pobres.

(Ele não se preocupava com isso, pois era um ladrão e entregaria Jesus).

Reação de Jesus

Disse que não era para aborrecer a mulher.

Ela lhe fizera uma boa ação.

Eles sempre teriam pobres, mas a Ele não.

Era para sua sepultura.

O Evangelho deveria contar este fato.

Disse que não era para aborrecer a mulher.

Ela lhe fizera uma boa ação.

Eles sempre teriam pobres, para fazerem o bem, mas a Ele não.

Antecipou-se a ungir Seu corpo para a sepultura.

O Evangelho

deveria contar este fato.

Contou a Parábola dos Dois Credores.

Comparou a ação da pecadora com a do fariseu;

Disse que nem ganhara um ósculo dele, e tudo que ela lhe fizera;

E perdoou a mulher porque a fé dela a salvara e pediu que ela seguisse em paz.

Era para deixá-la.

Era para sua sepultura.

Eles sempre teriam pobres, mas a Ele não.

 

Os Títulos e conteúdo entre Mateus, Marcos e João mostram similaridade. Estes fatos aconteceram perto da páscoa, quando eles tentavam conspirar contra Jesus para matá-lo (Mt 26,2; Mc 14,1-2). Enquanto Lucas ressalta que não era simplesmente uma mulher, mas “uma pecadora perdoada e que ama”. “O episódio narrado em Lucas é diferente” (Cf. Rodapé pág. 1750). Até Lázaro eles agora querem matar.

 

Maria – Jesus falou para Marta em outra ocasião, e desta vez, deixa claro que é na casa deles: “...Maria, com efeito, escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada” (Lc 10,42). Maria é aquela que disse: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (Jo 11,32). Ela repete as palavras pronunciadas pela irmã Marta (Jo 11,21). As irmãs confiavam em Jesus, porque as suas palavras denunciam isto. Os 3 (três) irmãos eram amados por Jesus (Jo 11,5). Marta fala que acredita na ressurreição (Cf. Jo 11,24). Maria não fala em ressurreição. Maria era uma pessoa que ouvia os ensinamentos de Jesus. Portanto, ela não era uma “pecadora”.

A Maria que ungira o Senhor com Bálsamo e enxugara com os cabelos” (Cf. Jo 11,2), não se trata da pecadora falada em Lucas (Cf. Rodapé pág. 1871).

Maria Madalena – Estava na cruz com Jesus (Mt 27,56). Ressuscitado na madrugada do primeiro dia depois do sábado, Jesus apareceu primeiro, a Ela, a Maria Madalena, de quem tinha expulsado sete demônios (Mc 16,9). Ela não era prostituta e nem irmã de Lázaro e Marta.

A pecadora do acontecimento em Lucas (Cf. Rodapé pág. 1801) não deve ser identificada nem com Maria de Betânia irmã de Marta (Lc 10,39; Jo 11,), nem tampouco com Maria de Madalena (Lc 8,2). Com atos semelhantes à Maria favorece uma falsa interpretação de que Maria é prostituta ou que se trata de Maria Madalena. 

A Sabedoria era a esposa ideal do rei Salomão (Sb 8,1).  E parece que ele a soleniza citando a mulher e o perfume: “Enquanto o rei está em seu divã, meu nardo difunde seu perfume” (Ct 1,12-13).  No entanto, nesta profecia, o nardo é sobre Jesus, o rei, o amado e a amada (a igreja).

Pela divergência em derramar na cabeça ou nos pés, o óleo ou perfume, não faz diferença porque como disse Paulo em carta aos Coríntios diz: “Com efeito, o corpo é um e, não obstante, tem muitos membros, mas todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, formam um só corpo” (1Cor 12,12).

Quanto ao ato de lavar os pés vem desde o Antigo Testamento. Abraão disse aos três homens que apareceram: “Traga-se um pouco de água e vos lavareis os pés...” (Gn 18,4) Ele estava sentado na entrada da tenda, conforme narrado em “A aparição de Mambré(Gn 18,1-16). Posteriormente Jesus realizou o lava-pés (Jo 13,1-10) dizendo: “Se, portanto, eu, o Mestre e o Senhor, vos lavei os pés, também deveis lavar-vos os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que, como eu fiz, também vós o façais”. O lava-pés pelas mulheres antecede o Lava-pés deixado por Jesus.

 

Conclusão

Os fatos embora similares, caracterizam episódios distintos pela personificação das mulheres citadas e da particularidade das narrativas.

Mas, é evidente que somando todas as narrações o exemplo de Jesus é notório: em defesa da mulher, no perdão a pecadora, no amor dele e da pecadora, e ao dar a sua paz. Há sabedoria ao perceber os pensamentos dos discípulos, do fariseu e de Judas.  Deixa o ensinamento, com a sua característica, que vem com na Parábola (Mc 4,10-12) dos “Dois devedores”. Jesus sempre é causa de questionamento e os convivas perguntam: “Quem é este que até perdoa pecados?”. Destaca-se o anúncio de sua partida por três Evangelistas e a salvação pelo arrependido para aquele que tem fé, que foi mencionado por Lucas.

Figueira

 

          Num certo dia foi lido no Evangelho a Parábola da Figueira. Dois irmãos palestravam a essência dos comentários do Padre e o que eles mesmos pensavam dentro do contexto. A ideia aflorou uma análise que brotou este trabalho.

          A figueira é uma árvore com muitos ramos, bem providos de folhas, por isso dá muita sombra. Muitos se assentavam sob ela. Seu fruto é o figo.

          É a única árvore citada no jardim do Eden além da “Árvore da Vida” (Gn 3,22.24) e da “Árvore do Conhecimento do bem e do mal” (Gn 2,17). Ela ficava no meio do Jardim (Gn 3,3).

          Sobre a árvore “era boa ao apetite e formosa à vista, e que essa árvore era desejável para adquirir discernimento” (Gn 3,6). O desenho da maçã é uma configuração humana dada ao fruto nas pinturas e nas imagens. A macieira é citada na Bíblia pelo rei Salomão (Ct 2,3; 8.5) e pelo profeta Joel (Jl 1,12), como poesia e como lamentação respectivamente, sem nenhuma correlação com o ‘fruto da sedução’. 

          O primeiro ensinamento representado pela figueira encontra-se em Gênesis 3,7: “Adão e Eva perceberam que estavam nus; entrelaçaram folhas de figueira e se cingiram”. A figueira foi vestimenta, proteção física, moral e espiritual, para eles que produziram seu primeiro fruto de arrependimento, talvez. Sendo uma veste insuficiente, “Deus lhes fez túnica de pele e os vestiu” (Gn 3,20). Mais um zelo de Deus diante dos homens. Não foi o primeiro zelo, já que o mesmo começou na Criação.

          A figueira além de servir de alimento e economia para o povo, ela abrilhantava e abrilhanta os textos descritivos mostrando parte da cultura daquelas épocas: “Convidar-vos-eis uns aos outros debaixo da vinha e debaixo da figueira” (Zc 3,10) e “No tempo de Salomão viviam cada qual debaixo de uma vinha e de sua figueira” (1Rs 4,25 Bíblia Ave Maria).

          “No terceiro dia o Criador” e Agricultor disse: “Que a terra verdeje de verdura: ervas que deem semente e árvore frutífera que deem sobre a terra segundo a sua espécie (Gn1,11) e fez crescer no solo toda espécie de árvores formosas de ver e de comer (Gn 2,9)”.

          Por Deus, a semeadura surgiu com ambiguidade: a criação do verde com sementes de acordo com a sua própria espécie pelo Agricultor/Criador; a semeadura da Palavra, do Evangelho, da Luz Cristã, dos bons frutos (fazer o bem), pelo Pai Eterno. 

          Por isso, o Cenário Bíblico muito se apropriou dos animais e vegetais para estabelecer comparações facilitando a aprendizagem de um leitor. A protagonista e/ou seu fruto são citados em Gêneses, Deuteronômios, Números, Juízes, Samuel, Reis, Crônicas, Neemias; pelos profetas Isaías, Jeremias, Oseias, Joel, Amós, Miqueias, Naum, Habacuc, Ageu, Zacarias; nos Salmos; pelos Evangelistas, por Tiago; e por outros, especificamente por Jesus.

          Às vezes os ensinamentos se mesclam e não são exclusivos das figueiras/figos de forma que embora haja interesse de narrar uns textos que as referenciam, há ocasiões que os textos correspondem a outras árvores/frutas. Outro detalhe é que a videira vem atrelada à vinha em muitas passagens.

          Foi interessante descobrir que a figueira é mencionada mais de 50 vezes. Outra curiosidade é que há cerca de 20 tipos de árvores no cenário bíblico sem contar as plantinhas. Eis alguns exemplos:

 

Árvore /Planta

Exemplo de Citações

Amora

Lc 17,6

Azeitona

Tg 3,12

Espinheiro

Lc 6,44; Jz 9,14

Figueira

Jo 1,48.50; Mt 21,18-22; Tg 3,12; Ct 2,13

Figos

Mt 6,16; Lc 6,44; Tg 3,12

Macieira

Ct 2,3; Jl 1,12

Mostarda

Mc,31; Lc 17,6

Romãzeira

Jl 1,12

Sicômoro (figueira-brava)

Lc 19,4

Tamareira

Jl 1,12

Uvas / vinha

Mt 6,16; Lc 6,44; Ct 2,13

 

          Deus, em Sua Sabedoria, não economizou nos Seus oráculos as lições proporcionadas e originadas das figueiras/figos. Provavelmente, o mesmo aconteceu com os profetas, inspirados na linguagem dada por Deus.

          Os anúncios em tempos ruins foram anunciados: Segundo Isaías 34, no julgamento de Edon, o exército de lá, ia fenecer como fenecem as folhas da videira e da figueira. Jeremias 5,17 narra: porque Israel desconhece as obras de Deus, “terá a vinha e a figueira devorada”. Amós em 4,9 diz: Mesmo com a destruição nas figueiras e nas oliveiras, mesmo ferido pela figueira, não se voltaram para Iahweh. Disse Naum: Os preparativos de Nínive são inúteis. “Todas as fortalezas são figueiras com figos temporãos, se os sacodem caem na boca de quem os come” (Na 3,12).

          São anúncios de tempos bons: Por meio de Ageu, Deus promete prosperidade agrícola: “...Também a vinha, a figueira, a romãzeira e a oliveira nada deram. A partir deste dia darei minha bênção” (Ag 2,15). “Cada qual se sentará debaixo de sua vinha e debaixo de sua figueira e ninguém o inquietará” (Mq 4,4). É a paz e a serenidade. E fez uma proclamação para o zelo: “Quem cuida de sua figueira comerá dos seus frutos e quem vela pelo seu senhor, será honrado” (Pr 27,18).

          Por Deus, Jeremias viu um cesto com figos bons e outros com figos inaproveitáveis e lhe disse assim: “Como a estes figos bons, assim olharei com bondade os exilados de Judá que mandei deste lugar para a terra dos caldeus. Porei meus olhos sobre eles para o bem e os farei retornar a esta terra. Reconstituí-los-ei e não os demolirei, planta-los-ei e não os arrancarei... Como os figos estragados, assim tratarei a Sedecias, o rei de Judá” (Cf. Jr 24).

            Joel e Habacuc expressam seus sentimentos. Um lamenta e o outro exulta em Deus, respectivamente: “A figueira está murcha... sim, a alegria falta no meio dos homens.” (Jl 1,12); “Porque a figueira não dará frutos e não haverá frutos na vinha... Eu, porém, me alegrarei em Iahweh, exultarei no Deus da Salvação. Iahweh, meu Senhor é minha força.” (Hab 3,17-18).

           Juízes e Reis também narram sobre as figueiras/figos que foram fontes de apologia, poema, de promessa falsa e cura: Joatão fez uma apologia à figueira: “as árvores queriam alguém para reinar. A oliveira não quis. Entre os convidados está uma figueira. A figueira não aceitou porque não queria abandonar a sua doçura e o saboroso fruto, o balançado sobre as árvores. A videira também não quis. Quem aceitou foi o espinheiro e ofereceu que se abrigassem nele” (Cf. Jz 9,8-21). Como Deus afirmou, “deem sobre a terra segundo a sua espécie (Gn1,11), cada um tem o seu propósito, e quando não cumpridos, vai embora o seu feito e no caso dos homens, a boa fé, pois não se fez escolhas acertadas. Este é o primeiro exemplo de fábula apresentado na Bíblia (Apólogo de Joatão – Rodapé Pág. 363).

          Salomão celebrou o amor, em Cânticos 2,13: “Desponta figos na figueira e a vinha florida exala perfume. Levanta-te minha amada formosa minha, vem a mim”. Para ele, as figueiras eram tão abundantes que ele tornou ouro e prata iguais em abundância (Cf 2Cr 1,15).         

A benesse da Criação Divina é afastada do Criador pelo rei da Assíria que promete liberdade: “Cada qual poderá comer o fruto da sua vinha e da sua figueira e beber água de sua cisterna. Ezequias vos ilude dizendo que Iahweh vai os salvar” (2Rs 18,28-37).

“Por Deus, a vida de Ezequias, rei de Judá, seria acrescida de mais 15 anos. Deveria tomar um pão de figo e aplicar sobre a úlcera (2Rs 18,4) ficou curado” (2Rs 20,7).  Narra em Isaias 38,21: “Trazei um pão de figos, aplicai-o sobre a úlcera e ele viverá”.

          No novo Testamento, as lições provindas dos frutos começaram com João Batista, depois Jesus e os apóstolos deram continuidade.

          O precursor, João Batista, embora não fale da figueira, ele proclama a produção de frutos dignos de arrependimento (Lc 3,8) na Agricultura Divina. E completa: “O machado já está posto à raiz da árvore; e toda árvore que não produzir bom fruto será cortada e lançada no fogo” (Lc 3,9).

             Para se guardar dos falsos profetas, Jesus falou assim: “Pelos seus frutos os reconhecereis. Por acaso colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos cardos? Do mesmo modo, toda árvore boa dá bons frutos, mas a árvore má dar frutos ruins. Uma árvore boa não pode dar frutos ruins, nem uma árvore má, dar frutos dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo” (Mt 7,16-19). “Com efeito, uma árvore é conhecida por seu próprio fruto; não se colhem figos de espinheiros, nem se vindimam uvas de sarças. O homem bom, do bom tesouro do coração tira o que é bom, mas o mau, de seu mal tira o que é mau; porque a boca fala daquilo que está cheio o coração” (Lc 6,43-45).       

Uma das definições que Jesus dá a si mesmo é “Eu sou a Verdadeira Videira” em João 15,1-17. Chama o Pai de Agricultor e nós somos os ramos da videira. O ramo que não produz será cortado e lançado fora e vai ao fogo. Deus poda os ramos para que produza mais frutos. Quem permanecer na videira, Ele permanecerá nos ramos que então produzirá mais frutos. Assim reforçava os preceitos falados pelo precursor e como se tornar permanente n’Ele.

Jesus pediu que se aprendesse com as figueiras: “quando o ramo se torna tenro e as suas folhas começam a brotar, sabeis que o verão está próximo. Da mesma forma também vós, quando virdes todas essas coisas sabei que ele (o Filho do Homem, vindo para instaurar o seu reinado (Rodapé pág. 1748)), está próximo, às portas...” (Mt 24,32-33; Mc 13,28-32). É o modo como Jesus anuncia os finais dos tempos e a sua chegada.

          Numa passagem única, Mateus narra sobre uma parábola de Jesus: “De manhã, ao voltar para a cidade, teve fome. E vendo uma figueira à beira do caminho foi até ela, mas nada encontrou, senão folhas. E disse à figueira: Nunca mais produza frutos! E a figueira secou no mesmo instante. Os discípulos vendo isso diziam espantados: Como assim, a figueira secou de repente? Jesus respondeu: Em verdade vos digo, se tiveres fé sem duvidar, fareis não só o que eu fiz com a figueira, mas até mesmo se disserdes a esta montanha: Ergue-te e lança-te ao mar, isso acontecerá. E tudo que pedires com fé, em oração, vós o recebereis” (Mt 21,18-22). 

             Marcos relata a mesma história em 2 (duas) passagens. Na primeira, Jesus teve fome. Viu uma figueira cheia de folhas, mas sem frutos. Não era época de figo, mas usou as palavras: “Ninguém jamais como do teu fruto” (Mc 11,12-14). Na segunda passagem os discípulos veem a figueira seca e Jesus lhes ensina: “Tende fé em Deus..., e não duvidar no coração, mas crer que o que diz se realiza assim lhe acontecerá. Por isso vos digo, tudo quanto suplicardes e pedires, credes que já recebeste e assim será para vós. E quando tiverdes orando, se tiverdes alguma coisa, perdoai-lhe, para que também, vosso Pai que está nos céus vos perdoe as vossas ofensas” (Mc 11,20-25).

          É pela maldição que Jesus prega a Fé. A esterilidade da figueira pode ser comparada a esterilidade espiritual do ser humano. É a negação aos frutos bons que cada um não deveria produzir, entre eles, a falta de fé.

          Lucas conta outra parábola de Jesus sobre a figueira: “Um homem tinha uma figueira plantada em sua vinha. Veio a ela procurar frutos, mas não encontrou. Então disse ao vinhateiro: Há três anos que venho buscar frutas nesta figueira e não encontro. Corte-a; por que há de tornar a terra infrutífera. Ele, porém, respondeu: Senhor, deixe-a ainda este ano para que cave ao redor e coloque adubo. Depois, talvez, dê fruto... Caso contrário, tu a cortarás” (Lc 13, 6-9).

          Pode-se dizer que o ensinamento dando enfoque à fé, esperança e cuidado nessa Parábola resultando na paciência do vinhateiro com a planta, representa o zelo que Deus tem com cada um de Seus filhos.

          Zaqueu subiu num sicômoro (figueira-brava) para escutar Jesus (Lc 19,1-10). Talvez tenha começado a produzir seus frutos de arrependimento quando escutou Jesus e culminou quando restituiu a quem defraudou e deu metade dos bens aos pobres. Jesus ressalta a salvação na casa, por Zaqueu ser também um filho de Abraão, mas estava perdido.

          Jesus se dirigiu a Natanel e disse que o conhecia porque ele estava debaixo da figueira (Jo 1,48). Uma simples narrativa mostra a oniciência de Jesus e o reconhecimento de Natanael de que Jesus era o Rei de Israel, Filho de Deus, realizado pelo mesmo que duvidara... 

Os ensinamentos se sobrepõem à natureza da figueira:

            “A figueira e a vinha dão sua riqueza” (Jl 2,22). O ser humano também é provido de riquezas. Que a sua produção de “figos”, “seja dedicada ao próximo, cheio de amor e docilidade, afastados da inveja, das preocupações egoísticas, do orgulho e da mentira. A sabedoria do alto é cheia de misericórdia e de bons frutos. É um fruto de justiça semeado pacificamente para aqueles que promovem a paz” (Cf. Tg 3,13-18).

          Os frutos são as palavras e ações pelas quais se é reconhecido. Eles podem ser aplicados ao propósito de cada um, como cada árvore, cada uma só dá o seu próprio fruto, conceito enriquecido com as palavras de Tiago 3,12: “...figueira não dá azeitona e nem videira produz figos”. O povo é representado pela figueira.      

            Em dualidades opostas, Jesus prega o poder da Fé com a maldição da figueira seca; compara o conhecimento da chegada do verão pelo estado da figueira com Sua chegada; mostra o zelo pela figueira; a distinção do fruto bom e o fruto ruim; quase sempre estabelecendo uma comparação entre o bem e o mal; os propósitos de cada um e os desígnios de Deus ressaltando que Deus poda para que produzir frutos. 

          Muitas representações, pura interpretação, às vezes Bíblica (nas passagens ou no rodapé), são usadas nos conjuntos de histórias e parábolas contadas por Jesus quando se refere às plantações. A lista abaixo é mais uma curiosidade para que ao ler a Bíblia se possa ter um entendimento do que a Palavra quer dizer.

 

Representações

Deus

Pai

O Senhor.

Jesus

Filho do Homem

Messias

Filho do Rei

Ceifador (corta)

Criador

Dono / O que dar ordem / Proprietário

Semeador / Agricultor / Cuidador

Semente

 

Pessoas

Homem

Frutos bons e maus

Sementes boas e más

Solo bom e ruim

Ceifeiros (trabalha na ceifa)

Videira / Vinha

Ramos da videira

As folhas secas

Intempéries da vida

Coisas do mundo

(Água, Chuva, Enxurradas,

Mar, Sol, Solo, Terra, Vento)

Tribulações

Acidentes

Adversidades

Colheita

Acerto de contas

As premissas ou primícias

O dia do juízo final

Terra

Mundo

A palavra de Deus

Igreja

Reino de Deus

Sementes

Árvore

 

Trigo

Esperança

Bondade

Joio

Incredibilidade / Maligno

Maligno

Joio

Aves que comeram as sementes

Feixes para ser queimado

As ervas

Prisão

Inferno

Campos

As obras que Deus quer

Semente

Figueira

O homem

As pessoas

Rocha

Vida alicerçada em Deus

Areia

Fraqueza

Purgatório

Verdugo

Ceifeiros

Anjos

 

          Pode-se dizer que neste palco de representações, a figueira foi mestre, inspiração, lamento, alimentação; certeza em Deus; exemplificações, profecias, fonte de ensinamento sobre a fé, comparações; símbolo de paz e de destruição; até mesmo extensão da “Árvore do Conhecimento do bem e do mal” e da “Arvore do Bem do Mal”.

          Deus, sem representação, cuidou de Adão e Eva dando-lhes nova roupagem; de Ezequias acrescentando mais anos de vida; e de todos os povos quando o homem foi criado para dominar os animais e vegetais e foi abençoado com toda a criação e, finalmente, quando prometeu que jamais faltaria “figo” ao homem.

          Que não nos falte o Agricultor; Que sejamos frutos bons, com ações de acordo com homem sensato que construiu sua casa sobre a rocha cujo alicerce é Deus (Cf. Mt 7,24-25); Semeando em terra boa (Cf. Mt 13,23); Vencendo as intempéries da vida e o acerto de contas; fortalecendo os campos do amado Ceifador.

          Deus seja louvado sempre!